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Brasil inicia 2023 com exportação de 2,843 milhões de sacas de café

Foto: Fabiano Bastos/Embrapa

O relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostra que os embarques do produto somaram 2,843 milhões de sacas de 60 quilos em janeiro deste ano, queda de 16,8% em relação ao primeiro mês de 2022. Na receita cambial, a queda é de 17,8% na mesma faixa comparativa, com remessas gerando US$ 612,8 milhões.

“Estamos na entressafra, após duas safras menores, impactados pelas fortes adversidades climáticas dos últimos anos. Há também certa resistência dos produtores em vender seus estoques da safra 2022 nas bases de preços atuais, que caíram significativamente desde outubro, fatos que justificam a queda observada em janeiro”, analisa Márcio Ferreira, presidente do Cecafé.

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Com a forte queda das cotações internacionais há quatro meses, cujo movimento registrou a mínima em janeiro, ele explica que os diferenciais dos cafés arábicas brasileiros apertaram bastante, já que as cotações no mercado físico não acompanharam a queda externa na mesma proporção, dada a resistência dos produtores na entressafra.

“Os importadores têm preferido adiar novas compras ou optado por coberturas pontuais no mercado spot no exterior, deixando, apenas como último recurso, novas aquisições diante desses diferenciais mais caros”, revela. Ferreira acrescenta que esse comportamento “é natural na entressafra, principalmente quando se veem dois anos consecutivos de safras menores”.

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Outro fator que impacta os embarques é a maior demanda das indústrias nacionais, principalmente por canéforos. “Essa demanda atrapalha a exportação da variedade, que caiu no último ano. Em janeiro, a queda foi de 12,3%. Além disso, embora ainda tenhamos um bom saldo da safra 22/23, o estoque dessa variedade tem sido direcionado, em sua maioria, para as indústrias de torrado e moído, para consumo interno”, explica.

Com relação à receita cambial, a queda reflete exatamente o cenário das cotações internacionais, que entraram em trajetória negativa desde outubro do ano passado. “Além de exportarmos menos em volume, também tivemos um preço médio por saca menor em janeiro, que foi de US$ 215,56, ou 1,2% menor que os US$ 218,18 por saca medidos em janeiro de 2022”, compara o presidente do Cecafé.

principais destinos

Em janeiro de 2023, os Estados Unidos mantiveram a posição de principal comprador de café do Brasil, adquirindo 512.402 sacas, volume 30,7% inferior ao registrado no mesmo período de 2022. Esse valor equivale a 18% do total dos embarques brasileiros em o mês passado.

A Alemanha, com 15,6%, importou 442.430 sacas (-19,5%) e ocupou o segundo lugar no ranking. Em seguida vêm a Itália, com a compra de 193.671 sacas (-3,4%); Bélgica, com 175.790 sacas (-50,7%); e Japão, com a aquisição de 144.649 sacas (-19,7%).

Entre os destaques positivos estão as exportações de café do Brasil para a França e Holanda (Holanda). Sétimo entre os principais destinos do produto em janeiro, os franceses adquiriram 91.317 sacas, o que representa um aumento substancial de 179,6% em relação ao volume adquirido no primeiro mês de 2022. Os holandeses vêm em seguida, aumentando suas importações em 33,2%, para 83.189 sacas.

portas

O complexo marítimo de Santos (SP) foi o principal exportador de café do Brasil em janeiro de 2023, com o embarque de 2,275 milhões de sacas para o exterior, o que equivale a 80% do total. Em seguida vêm os portos do Rio de Janeiro, que respondem por 16,3% dos embarques, embarcando 463.910 sacas, e Paranaguá (PR), exportando 36.031 sacas e representando 1,3%.

tipos de café

O café arábica foi o mais exportado em janeiro deste ano, com 2,432 milhões de sacas embarcadas para o exterior, o que corresponde a 85,6% do total. O segmento solúvel teve 320.287 sacas embarcadas, representando 11,3%, seguido da variedade canephora (robusta + conilon), com 87.584 sacas (3,1%) e do produto torrado e torrado e moído, com 2.219 sacas (0,1%).

cafés diferenciados

Os cafés diferenciados, que possuem qualidade superior ou alguma certificação de práticas sustentáveis, representaram 19,8% do total das exportações brasileiras do produto em janeiro de 2023, chegando a 563.945 sacas. A quantidade representa um aumento de 0,7% em relação às 559.851 sacas embarcadas em todo o país no primeiro mês do ano passado.

O preço médio do produto diferenciado foi de US$ 261,19 a saca, proporcionando receita de US$ 147,3 milhões em janeiro, o que corresponde a 24% do obtido com os embarques totais. Na comparação anual, o valor é 10% menor que o apurado no mesmo período de 2022.

No ranking dos principais destinos dos cafés diferenciados do mês passado, os Estados Unidos lideram, com importações de 139.511 sacas, o equivalente a 24,6% do total desse tipo de produto exportado. Em seguida, vêm a Alemanha, com 109.792 sacas e representação de 19,4%; Bélgica, com 58.799 sacas (10,4%); Reino Unido, com 29.371 sacas (5,2%); e Itália, com 27.739 sacas (4,9%).

ano safra

Nos primeiros sete meses da safra 2022/23, os embarques brasileiros de café chegaram a 22,227 milhões de sacas, números que indicam uma queda de 3,8% em relação às 23,096 milhões de sacas exportadas de julho de 2021 a janeiro de 2022.

Esse volume remetido ao exterior gerou um total de US$ 5,197 bilhões para o Brasil nesse período, apresentando crescimento de 23% nas receitas cambiais. “Esse desempenho da receita reflete os preços mais altos entre julho e outubro do ano passado, que ainda mantém a alta em relação à safra anterior de café”, conclui o presidente do Cecafé.

Fonte: Agro

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