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Brasil atrai investimento internacional para recuperar pastagens

O Brasil planeja atrair investimentos internacionais da ordem de US$ 120 bilhões para serem usados ​​na recuperação de 40 milhões de hectares de pastagens degradadas ao longo de 10 anos. O plano despertou o interesse de representantes do Banco de Exportação e Importação da Coreia do Sul (Korea Eximbank) e da Saudi Agricultural and Livestock Investment Company (Salic).

Os investimentos seriam destinados à adoção da tecnologia desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para recuperação e conversão de áreas de pastagens. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), isso duplicará a produção de alimentos do Brasil, sem a necessidade de desmatamento para abertura de novas lavouras.

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A distribuição dos recursos será feita com a coordenação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), utilizando a capilaridade das mais de 5 mil agências do Banco do Brasil. Porém, ainda não há previsão sobre o início da liberação do financiamento aos produtores rurais.

Onde estão as áreas de pastagens degradadas?

A recuperação de áreas degradadas aumenta a produtividade da pecuária e abre áreas para lavouras sem necessidade de desmatamento. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

O Brasil possui cerca de 90 milhões de hectares de áreas de pastagens degradadas, o que corresponde a metade das áreas destinadas a pastagens, segundo estudo realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A área deteriorada é ainda maior que os 77 milhões de hectares dedicados ao cultivo de grãos.

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A Amazônia é o principal bioma afetado, com 55 milhões de hectares de pastagens degradadas, o que corresponde a 44% das pastagens presentes no ecossistema. No Cerrado, as áreas deterioradas representam 56% e somam uma área de mais de 47 milhões de hectares.

A Mata Atlântica é o terceiro bioma mais afetado, com quase 30 milhões de hectares de pastagens degradadas, seguida pela Caatinga com cerca de 20 milhões de hectares. Embora o Pampa e o Pantanal tenham uma área degradada menor, com 5 milhões e 2,5 milhões de hectares respectivamente, as pastagens deterioradas representam 62% e 72% de cada ecossistema.

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Quanto custa recuperar uma área de pastagem degradada?

Quanto maior a deterioração do solo, maior será o custo para recuperação da área de pastagem.  (Fonte: GettyImages/Reprodução)
Quanto maior a deterioração do solo, maior será o custo para recuperação da área de pastagem. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

A FGV calcula que, para recuperar e reformar todas as áreas de pastagens degradadas, seriam necessários R$ 383,77 bilhões. A maior parte do investimento refere-se à etapa de plantio, principalmente pelo valor necessário para aplicação de fertilizantes.

O custo médio para recuperação da área deteriorada varia entre R$ 979,42 e R$ 2.100,71 por hectare, dependendo do estágio de degradação e do bioma onde a pastagem está inserida. A manutenção da área recuperada exige entre R$ 207,54 e R$ 764,64 por hectare.

Enquanto a recuperação de pastagens na Mata Atlântica exige o menor investimento, custando R$ 979,42, nos casos de degradação moderada, e R$ 1.563,31, na deterioração mais severa, no Pampa, o investimento chega a R$ 1.541,37 em locais menos degradados e R$ 2.100,71 nas áreas mais deterioradas.

Quais os ganhos com a recuperação de áreas degradadas?

Embora o investimento na recuperação de pastagens seja alto, a atividade gera retorno devido ao aumento da produtividade na agricultura e na pecuária. A FGV estima que serão necessários R$ 42,51 bilhões para recuperar os 30 milhões de hectares previstos no Plano ABC+, que visa mitigar as mudanças climáticas até 2030.

A instituição calcula que a receita potencial das áreas recuperadas seja de R$ 75,55 bilhões, gerando um lucro de R$ 33,04 bilhões. Para chegar a esse número, os pesquisadores consideraram o preço médio da arroba do gado gordo quando o estudo foi concluído, em 2022, e o custo médio da tecnologia para recuperar a degradação.

Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Fundação Getulio Vargas (FGV), Estadão.

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