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Balança comercial registra superávit de US$ 6,67 bilhões em novembro

O bom desempenho da safra de grãos e das exportações de petróleo fizeram com que a balança comercial registrasse o maior superávit do mês de novembro, informou nesta quinta-feira (1º) o Banco Central (BC). No mês passado, o país exportou US$ 6,675 bilhões a mais do que importou. Em novembro do ano passado, a balança havia registrado déficit de US$ 1,11 bilhão. Este é o melhor resultado para o mês desde o início da série histórica, em 1989.

De janeiro a novembro deste ano, a balança comercial acumula superávit de US$ 58,025 bilhões. Isso representa 0,7% a mais do que o registrado nos mesmos meses do ano passado. O saldo acumulado, que até outubro estava abaixo do registrado em 2021, reagiu e agora bate recorde para os 11 meses do ano.

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No mês passado, o Brasil vendeu US$ 28,164 bilhões para o exterior e comprou US$ 21,489 bilhões. As exportações subiram 30,5% em relação a novembro do ano passado, pela média diária, e bateram recorde em novembro, desde o início da série histórica, em 1989. As importações caíram 5,5% na mesma comparação, mas registraram o segundo melhor novembro na história, perdendo apenas para o mesmo mês de 2021.

No caso das exportações, o recorde se deve mais ao aumento dos embarques do que dos preços internacionais das mercadorias do que do volume comercializado. No mês passado, o volume de mercadorias exportadas aumentou em média 27,2% em relação a novembro do ano passado, enquanto os preços médios aumentaram 8%.

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A valorização dos preços das mercadorias vendidas no exterior poderia ser maior não fosse a queda do minério de ferro, cujo preço caiu 27% na mesma comparação, e dos produtos siderúrgicos industrializados, como ferro-gusa, ferro esponja e ligas de ferro, cujos preço caiu 20,3%, devido aos bloqueios na China, que reduziram a demanda internacional.

Nas importações, a quantidade comprada caiu 4,9%, refletindo a desaceleração da economia, mas os preços médios aumentaram 7,6%. A alta dos preços foi puxada principalmente por esterco, fertilizantes, petróleo, carvão mineral e trigo, itens que ficaram mais caros após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Setores

No setor agrícola, o aumento no volume embarcado, causado pela safra de grãos, principalmente pela segunda safra de milho, pesou mais nas exportações. O volume de mercadorias embarcadas avançou 35,9% em novembro em relação ao mesmo mês de 2021, enquanto o preço médio subiu 24,2%. Na indústria de transformação, a quantidade exportada aumentou 16,5%, com o preço médio subindo 9,8%.

Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e petróleo, a quantidade exportada subiu 51,6%, mas os preços médios caíram 6,6% em relação a novembro do ano passado.

O petróleo bruto voltou a impulsionar o aumento das exportações, com os volumes de exportação subindo 123,5% e os preços subindo 0,6%. Isso ocorreu por conta da retomada da produção pela Petrobras. Após um ano de altas contínuas, os preços do petróleo começam a desacelerar porque os efeitos da guerra na Ucrânia e a recuperação econômica após a fase mais aguda da pandemia de covid-19 já foram incorporados às cotações.

Os produtos que mais se destacaram nas exportações agrícolas foram o milho em grão, exceto milho doce (+222,3%), café torrado (+47,4%) e soja (+16,2%) na agropecuária. O destaque negativo foram as oleaginosas, cujas exportações caíram 84% de novembro do ano passado para novembro deste ano.

Na indústria extractiva, os maiores aumentos registaram-se nas exportações de outros minerais brutos (+168,6%), outros minérios e concentrados de metais básicos (+145,9%) e óleos brutos de petróleo (+124,9%). Na indústria de transformação, os maiores aumentos ocorreram em combustíveis (+172,4%), carne bovina in natura, resfriada ou congelada (+84,6%) e açúcar e melaço (+69,8%).

Quanto às importações, as maiores quedas foram registradas nos seguintes produtos: soja (-93,4%); cevada não moída (-90,6%); e milho em grão, exceto milho doce (-55,9%), na agricultura; gás natural (-70,7%) e minérios e concentrados de cobre (-66,1%), na indústria extrativa; e medicamentos e produtos farmacêuticos (-55,0%), fertilizantes ou adubos químicos (-42,9%) e equipamentos de telecomunicações (-24,5%), na indústria de transformação.

Em relação a adubos e fertilizantes, as importações de industrializados caíram, mas as compras de fertilizantes brutos quase dobraram e subiram 192,6% em novembro na comparação com o mesmo mês do ano passado. O crescimento decorre quase inteiramente do preço, que subiu 147,4% na mesma comparação, por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia. O volume importado aumentou 18,3%.

eu estimei

Em novembro, o governo reduziu o superávit comercial estimado para este ano para US$ 55,4 bilhões. Apesar da queda na estimativa, o valor garantiria o segundo maior superávit comercial da série histórica. O saldo seria inferior ao superávit de US$ 61,407 bilhões observado no ano passado.

As estimativas oficiais são atualizadas a cada três meses. As projeções estão em linha com as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada semanalmente pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 55 bilhões neste ano.



Fonte: Agro

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