Atenção produtor! fique atento ao alerta de chuva e geada nas áreas agrícolas do país, confira o completo.
Por Ângela Ruiz – TEMPO
Uma frente fria, que avança pelo Rio Grande do Sul nesta segunda-feira (15) e espalha chuva pelo sul do Brasil até o meio da semana. Além disso, a intensificação de uma área de baixa pressão atmosférica deve potencializar chuvas e tempestades entre o norte do Rio Grande do Sul e o interior do Paraná.
Chuva e geada nas áreas agrícolas do país
Algumas localidades podem receber mais de 100mm e as chuvas podem ser acompanhadas de ventos fortes e até granizo, principalmente entre quarta (17) e quinta (18). As chuvas devem paralisar as atividades de trato cultural nos campos de lavouras de inverno e a colheita do milho segunda safra no Paraná.
A produtora rural Carla Rossato disse que o milho na região de Sertaneja e Primeiro de Maio, no norte do Paraná, está em fase de colheita.
“Em algumas áreas observei que o milho não se desenvolveu 100%, algumas espigas mostram o efeito das últimas geadas. Nesta fase da colheita, o que preocupa é o vento e também uma chuva de granizo que pode estragar todo o milho que ainda não foi colhido.“, enfatiza o produtor.
Entre o sul e oeste do Rio Grande do Sul, com a retirada das instabilidades na terça-feira, 16/08, as condições de chuva diminuem e ao longo da semana a nebulosidade vai mudando e episódios de chuva podem ocorrer até o meio da semana, mas de uma forma muito isolada.
Assista ao Boletim Climatempo desta semana: https://agronews.tv.br/climatempo-16-a-22-de-agosto-2022-veja-a-previsao-do-tempo/
Chuva no Centro-Oeste
A chuva deve se estender com forte intensidade até Mato Grosso do Sul, onde os volumes podem chegar a 80mm entre o sul e leste de Mato Grosso do Sul e São Paulo, onde pode chover mais de 60mm no sul do estado.
Até quinta-feira (18/08), episódios mais isolados e com volumes menores também se espalharam por partes do Mato Grosso, extremo sul de Goiás, sul de Minas, triângulo mineiro e zona florestal mineira. O sistema começa a perder força e se deslocar em direção ao oceano a partir de sexta-feira (19/08), quando as chuvas serão mais litorâneas.
Massa de ar polar intensa
Associada a uma frente fria, uma intensa massa de ar de origem polar, que deve provocar queda acentuada das temperaturas durante a segunda metade desta semana sobre o centro-sul do país.
Nas regiões serranas do sul do Brasil, há risco de queda de neve entre a noite de quinta-feira (18/08) e a madrugada de sexta-feira (19/08). No interior da região, com tempo aberto, aumenta o risco de geadas mais extensas e mais fortes a partir da madrugada de sexta-feira (19/08). A geada deve ser forte na madrugada de sexta (19) e sábado (20) entre o interior do estado e a metade sul do Paraná.
A tendência é que o fenômeno também ocorra de forma mais isolada e com intensidade moderada sobre o norte do Paraná, sul de Mato Grosso do Sul, sul de SP, extremo sul de Minas e regiões serranas, principalmente nas primeiras horas do sábado (1). 20/08).
No domingo (21/08), o frio começa a perder intensidade, mas as geadas ainda podem se formar mais isoladas sobre o interior da região Sul.
Danos à agricultura
No Paraná, mais de 30% das lavouras de trigo já estão em fase de floração, segundo dados do Departamento de Economia Agropecuária (Deral). No Rio Grande do Sul, apenas 3% das lavouras estão nessa fase, segundo a Emater-RS.
O fenômeno deve trazer prejuízos às lavouras de inverno, como o trigo, que estão em fase de floração. Safras tardias de milho safrinha no Paraná e até mesmo café no norte do Paraná, como a região de Mandaguari, podem registrar o fenômeno com previsão de temperatura mínima abaixo de 3°C.
A geada pode ser prejudicial às lavouras de milho segunda safra no Mato Grosso do Sul e cana-de-açúcar no sul do estado. Na zona sul de São Paulo, também há chance de o fenômeno ocorrer. As demais áreas do interior do Sudeste e Centro-Oeste terão queda acentuada das temperaturas no fim de semana, mas não há previsão de extremos de temperatura mínima com potencial de causar geadas.
Vegetais
A região do Alto Tietê, conhecida como cinturão verde de São Paulo, é responsável pela produção de hortaliças, frutas, flores e cogumelos. A cidade de Mogi das Cruzes, terra do caqui, também lidera o país na produção de nêspera, cogumelos e orquídeas. A cidade, que abriga parte do cinturão verde da região, produz milhares de toneladas de hortaliças que abastecem o mercado paulista e brasileiro todos os anos.
A maioria dos produtores da região trabalha no sistema de terapia intensiva, ou seja, as hortaliças são colhidas praticamente todos os dias no campo para o mercado local e paulista. Há também áreas com mudas e hortaliças em vários estágios de desenvolvimento.
A agricultura familiar também está muito presente no Alto Tietê. O produtor rural Simoni Silotti está preocupado.
“Diante do alerta de frio intenso, anteciparemos a colheita e programaremos doações para o projeto Faça um bem incrível e combata a fome e a desnutrição“, diz o produtor.
Em relação aos cultivos em estufa, Silotti disse que a maioria das estufas, além da cobertura superior, possui uma tela de proteção ao seu redor. Se ocorrerem ventos moderados a fortes, a umidade e o frio adentram as estufas e atingem as hortaliças localizadas nas bordas da área, causando prejuízos ao produtor.
A meteorologista Nadiara Pereira informa que na sexta-feira (19/08), o tempo ainda deve estar bastante nublado, com condições de chuva e vento na região do Alto Tietê. No sábado (20/08), com alta umidade e se o tempo permanecer nublado, o risco de frio extremo diminui. Mas, tudo vai depender das condições meteorológicas ao longo da manhã. Se a nebulosidade se dissipar mais cedo e o tempo abrir de madrugada, o risco de frio intenso será maior.
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