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ATeG Cachaça comemora resultados em Minas Gerais

Os produtores de cachaça participantes de duas turmas do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeg) Agroindústria, oferecido pelo Sistema Faemg Senar, apresentaram resultados no início do ano. Em Salinas, produtora de cachaça da região de Araçuaí, foi realizado o benchmarking de fechamento da ATeG, após dois anos de trabalho. Na região de Juiz de Fora, o encontro foi realizado na cidade de Bicas e apresentou resultados referentes ao primeiro ano de serviço.

ATeG fortalece tradição da cachaça em Salinas

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Um grupo pioneiro, formado por 20 produtores de cachaça, conheceu e participou do Programa por meio de uma parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Salinas. A apresentação dos resultados aconteceu no Museu da Cachaça, em Salinas, e contou com a presença de produtores rurais e representantes de instituições como SEBRAE, EMATER, IFNM, Associação dos Produtores de Cachaça Artesanal de Salinas (APACS), Prefeitura e Sindicatos.

Embora os produtores tivessem conhecimento sobre a atividade, o acompanhamento resultou em desenvolvimentos comerciais, técnicos e gerenciais, além de sinalizar gargalos que já estão sendo superados para o desenvolvimento sustentável do setor.

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“Fizemos muitas mudanças e correções, inclusive na adubação do canavial, que é a principal matéria-prima para a produção da cachaça. Dobrei minha produção com a mesma cana e área plantada. As coisas estão melhorando e vão melhorar ainda mais”, comemorou o produtor Flaviano Cruz, da Cachaça Sabinosa, no mercado há mais de 30 anos. “Eu acrescentaria que no grupo a produtividade de matéria-prima por hectare aumentou 60% e a produção aumentou 72%”, completou o técnico de campo Eduardo Vidal.

Segundo o técnico de campo, “a apresentação do benchmarking demonstrou, entre outros pontos, que o conhecimento de gestão e as técnicas de produção são ferramentas que fazem a diferença e aumentam a produtividade e a qualidade da matéria-prima, melhorando a conversão do ‘açúcar em álcool’. Além disso, otimizam as operações de colheita, reduzem tempo e custos operacionais, aumentando significativamente a lucratividade do empreendimento”.

Juiz de Fora

Dezenove propriedades de 13 cidades compõem o grupo de assistência técnica e gerencial para a agroindústria da cachaça na região de Juiz de Fora. Em fevereiro, encerrou-se o primeiro ano de atendimento, com uma reunião de benchmarking que apresentou otimizações em plantio, produtividade, estrutura fabril e boas práticas de fabricação. “Foram 890 mil litros de cachaça produzidos nos últimos 12 meses, com mais de 470 mil litros já comercializados. Isso representou aproximadamente R$ 3.658.000,00 de receita neste período. Além disso, o capital médio investido na atividade é superior a 6 milhões de reais”, disse Estevão Castro.

No início do atendimento, das 19 propriedades, apenas oito estavam cadastradas no Ministério da Agricultura. Atualmente, outras cinco propriedades já entraram com pedido de registro, e todas vêm promovendo melhorias na adequação sanitária de suas fábricas. Para Estevão Castro, a continuidade do programa deve trazer ainda mais melhorias. “Para este segundo ano, com os investimentos feitos, esperamos aumentar a produção para cerca de 700 mil litros dentro do grupo, com base no rendimento das plantações e na capacidade das fábricas. Temos potencial para aumentar a produção em até 47% este ano. Também vamos buscar novos mercados e investir em publicidade”, disse.

A apresentação do benchmarking contou com a presença do gerente regional do Sistema Faemg Senar de Juiz de Fora, Wander Magalhães. Ele afirmou que vários indicadores demonstram a eficácia deste primeiro ano de assistência técnica e gerencial. “Melhorou muito a qualidade da cachaça, diversificando e agregando valor ao produto, trabalhando o processo de envelhecimento. Melhoraram a embalagem, o que deixou o produto mais atrativo. Os produtores também aprenderam a fazer análise de custos, aumentamos a margem bruta e reduzimos os custos de produção”.

Para o supervisor técnico da ATeG agroindústria, Paulo Alberto Globo, também há outros indícios de melhoria que devem ser levados em consideração. “O principal foi o aumento da produtividade por hectare, além da agregação de valor aos produtos. É uma região que vem evoluindo muito, já tem a cultura da cachaça, e a proximidade de grandes centros, como o Rio de Janeiro, também permite um grande mercado”, destacou.

A agente de desenvolvimento rural do Sindicato dos Produtores Rurais de Juiz de Fora, Andreia Vinha, acompanhou de perto o primeiro ano de atendimento. “Alguns produtores começaram do zero e tiveram uma evolução muito boa. O crescimento desses produtores tem sido impressionante. Temos certeza que a ATeG está fazendo a diferença na vida dessas pessoas”, concluiu.

Caso de sucesso

Um dos destaques da ATeG Cachaça foi a fazenda Boa Vista, que em seus 20 anos de existência produziu para apenas quatro. Com o conhecimento e incentivo do técnico de campo do Sistema Faemg Senar, a produtora Leila Dayse retomou a produção e lançou a Cachaça Salineira e a Cachaça Valiosa. “O ATeG me ajudou em todo o processo, desde o financeiro até o técnico. Essa ajuda foi fundamental não só para mim, mas para todos os produtores, pois através dela aconteceu a mudança que tanto precisávamos. Otimizamos com novos equipamentos, trabalhamos com mão de obra e conseguimos produzir com mais dinamismo”, destacou.

O gerente regional do Sistema Faemg Senar de Araçuaí, Luiz Rodolfo Antunes Quaresma, parabenizou a organização do evento. Segundo ele, “foi feito no lugar certo, na casa da cachaça e destacou a organização do setor e da cidade com a presença da Prefeitura, Instituto, Sebrae, Emater e que nós do Sistema FAEMG estamos aqui para atender o produtor rural com todas as ferramentas para o desenvolvimento da região”.



Fonte: Agro

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