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Arroba ‘seca’ com preços em queda livre em meio a ‘ressaca’ dos frigoríficos – Money Times

    Arroba seca com precos em queda livre em meio a
    Os níveis de disponibilidade doméstica de carne bovina estão nos níveis mais altos desde julho de 2019; preços do boi derretem (Foto: Minerva)

    Os preços do boi seguem uma curva descendente nas principais praças do Brasil.

    Nesta semana, o destaque do “De Olho no Boi” é a “ressaca” dos frigoríficos após os resultados do segundo trimestre de 2023 (2T23).

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    Para entender o quadro atual de preços, oferta, demanda e custos, o Tempos Agro conversou com Felipe Fabbri, analista de mercado e cadeia produtiva animal da Scot Consultoria, Magno Cavalcante, gerente comercial de carnes, e Pedro Fonseca, analista de Agro, Alimentos e Bebidas da XP Investimentos.

    Arroba do boi e preços no atacado

    Fabbri explica que a semana foi de baixa para o boi gordo, com o Dia dos Pais não sendo suficiente para secar os estoques.

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    “Essa falta de vendas de carne limita possíveis aumentos nas referências atuais para boi gordo”, comenta.

    Boi Gordo – R$/@ – Safras & Mercado (avançar) 17/atrás. 10/atrás. Variação (%)
    SP – Araçatuba R$ 215,00 R$ 225,00 -4,44%
    SP – Barretos R$ 210,00 R$ 225,00 -6,67%
    SP – Andradina R$ 215,00 R$ 225,00 -4,44%
    SP – Bauru R$ 215,00 R$ 230,00 -6,52%
    SP – Santa Fé R$ 215,00 R$ 225,00 -4,44%

    No atacado de carnes com osso, foi mais uma semana de preços em queda.

    “Os preços da vaca e da novilha caíram 1,9% e 1,7%, sendo negociados a R$ 13,25/kg e R$ 14,15/kg, respectivamente. Para os machos, o preço da casa do boi castrado caiu 2,3%, sendo negociado a R$ 15,14/kg. Para a carcaça de boi inteiro, houve queda de 2,7%, cotada a R$ 13,63/kg”, diz Fabbri.

    Atacado Cortes Base SP – (Safras & Mercado) 17/atrás. 10/atrás. Variação
    frente casada R$ 13,00 R$ 13,40 -2,99%
    burro casado R$ 17,15 R$ 17,85 -3,92%
    Ponta da agulha R$ 12,70 R$ 13,20 -3,79%

    Além disso, o analista da Scot Consultoria aponta que os níveis de disponibilidade doméstica de carne bovina estão nos maiores níveis desde julho de 2019, o que explica esse movimento de queda.

    Varejo

    Segundo Cavalcante, a semana passada, com o Dia dos Pais, foi um período de “desova dos estoques”. Por conta disso, nesta semana, os preços se posicionaram no varejo.

    Os preços subiram para R$ 35,90 o quilo da picanha, com o objetivo de equilibrar as margens por conta dos estoques. No entanto, alguns mercados que possuem estoques do produto vendem a preços de liquidação a R$ 27,90.

    “Mesmo com vendas reprimidas, o varejo continua sua saga, com dificuldades de vendas. Porém, o foco se volta para negociações de investimentos com indústrias em busca de composição na entrega de resultados”, explica.

    Segundo o gerente, os frigoríficos continuam fazendo estoques e não devem lidar com grandes volumes de abate de bovinos.

    “O comprador que busca gado barato acaba aproveitando o momento, mas sem grandes volumes de compra, já que a tendência é de queda de preços”, diz.

    Os dias após os resultados dos matadouros

    Segundo Pedro Fonseca, da XP, o segundo trimestre de 2023 (2T23) foi desafiador para os frigoríficos brasileiros.

    “As empresas com atuação nos Estados Unidos refletiram as condições desequilibradas de oferta e demanda de aves e suínos, além da virada no ciclo do gado que reduziu a disponibilidade de gado vivo para abate, elevando os custos. No Brasil, o trimestre também foi afetado por dinâmica semelhante de desequilíbrio entre oferta e demanda de aves e suínos. Pelo lado positivo, o ciclo do gado no Brasil continuou positivo, com ampla oferta de gado para abate, o que fez com que as margens das operações de bovinos ficassem acima do esperado no trimestre”, resume.

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