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Análise e Classificação Sensorial do Café: Descubra Como é Feita

    Análise e classificação sensorial do café: saiba como é feita

    É possível produzir sacas de café com alta qualidade e isso garante um elevado valor no mercado. Essa superioridade se mostra na bebida que é provada e classificada. A classificação sensorial do café é ferramenta indispensável para a indústria de alimentos, que dispõe de vários métodos distintos, utilizados por diferentes tipos de provadores. No Brasil, essa classificação, normalmente, é feita seguindo a Instrução Normativa n° 8, de 11 de junho de 2003. No entanto, o método internacional da Specialty Coffee Association (SCA) também é bem aceito, principalmente quando se trata de cafés especiais (qualidade superior).

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    Sumário:

    1. Introdução

    2. Métodos de classificação de café

    3. Instrução normativa nº 8 de 11 de junho de 2003

    3.1 Classificação sensorial de acordo com a Instrução Normativa

    3.2 Grupos e subgrupos de classificação

    4. Método internacional da Specialty Coffee Association (SCA)

    4.1 Avaliação dos fatores na classificação da SCA

    4.2 Pontuação e qualidade dos cafés especiais

    5. Prova da xícara do café

    5.1 Roteiro de classificação

    5.2 Recomendações gerais para a execução da classificação sensorial

    6. Conclusão

    É possível produzir sacas de café com alta qualidade e isso garante um elevado valor no mercado. Essa superioridade se mostra na bebida que é provada e classificada.

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    A classificação sensorial do café é ferramenta indispensável para a indústria de alimentos, que dispõe de vários métodos distintos, utilizados por diferentes tipos de provadores.

    No Brasil, essa classificação, normalmente, é feita seguindo a Instrução Normativa n° 8, de 11 de junho de 2003. No entanto, o método internacional da Specialty Coffee Association (SCA) também é bem aceito, principalmente quando se trata de cafés especiais (qualidade superior).

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    Classificação sensorial. Fonte: Joana Oliveira

     

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    Métodos de classificação de café

    Instrução normativa nº 8 de 11 de junho de 2003, criada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)

    Nesse método, a classificação é feita de acordo com o aroma e sabor, por meio da prova de xícara, que deve ser realizada por um provador com certificado de classificação emitido pelo MAPA ou pelas pessoas jurídicas devidamente credenciadas pelo mesmo, de acordo com a legislação vigente.

    Após a eliminação dos defeitos da amostra, o café é analisado de acordo com o grupo pertencente, sendo o grupo I – Arábica e grupo II – Robusta.  Logo após analisa-se o Subgrupo, que possui 7 classificações:

    Grupo I – 7 subgrupos

    1. Bebidas Finas do Grupo I – Arábica. 
    • Estritamente mole: café que apresenta, em conjunto, todos os requisitos de aroma e sabor “mole”, porém mais acentuado; 
    • Mole: café que apresenta aroma e sabor agradável, brando e adocicado;
    • Apenas mole: café que apresenta sabor levemente doce e suave, mas sem adstringência ou aspereza de paladar;
    • Duro: café que apresenta sabor acre, adstringente e áspero, porém não apresenta paladares estranhos. 
    1. Bebidas Fenicadas do Grupo I – Arábica.
    • Riado: café que apresenta leve sabor, típico de iodofórmio;
    • Rio: café que apresenta sabor típico e acentuado de iodofórmio; 
    • Rio Zona: café que apresenta aroma e sabor muito acentuado, assemelhado ao iodofórmio ou ao ácido fênico, sendo repugnante ao paladar.

    Grupo II – 4 subgrupos

    1. Bebidas do Grupo II – Robusta.
    • Excelente: café que apresenta sabor neutro e acidez mediana;
    • Boa: café que apresenta sabor neutro e ligeira acidez;
    • Regular: café que apresenta sabor típico de robusta sem acidez; 
    • Anormal: café que apresenta sabor não característico ao produto.

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    Método internacional da Specialty Coffee Association (SCA)

    O método SCA é um dos mais utilizados no Brasil para a classificação sensorial do café, principalmente dos cafés especiais. O fato de sua classificação ser feita por meio de pontuações, lhe confere maior consistência na discriminação da qualidade da bebida quando comparado a Instrução Normativa.

    O formulário de avaliação da SCA conta com 11 fatores que são avaliados individualmente para maior precisão da pontuação, dentre eles está:

    Os avaliados em um intervalo de 6 a 10 pontos:

    • Fragrância/aroma;
    • Sabor;
    • Acidez;
    • Sabor residual;
    • Corpo.

    Há ainda aqueles que são avaliados de 0 a 10 pontos

    • Equilíbrio; 
    • Uniformidade; 
    • Xícara limpa; 
    • Doçura; 
    • Impressão geral. 

    A contagem dos defeitos também é avaliada, a partir do número de xícaras defeituosas multiplicado pela intensidade do defeito encontrado.

    O produto desta multiplicação deve ser descontado na nota final, que é feita com a soma das notas de todos os atributos, e assim indicando a qualidade global da bebida.

    Para serem considerados cafés especiais, a pontuação final deve ser acima de 80 pontos. Além disso, a ficha ainda conta com um espaço para anotações, com a finalidade de especificar ainda mais a bebida analisada.

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    Formulário de avaliação da SCA – 11 fatores

    • Fragrância/aroma: são definidos pelas percepções olfativas do café, quando em pó seco (15 minutos depois da moagem), e após a adição da água quente, fazendo a quebra da crosta que se forma superfície da xícara.
    • Sabor: é a associação do cheiro com o gosto, como exemplo gosto doce, salgado, amargo, com os aromas de chocolate ou caramelo ou cereal.
    • Acidez: é uma propriedade sensorial que é percebida nos lados posteriores da língua durante a degustação, tem como característica principal fazer a boca salivar, pois o pH da boca cai quando ingerimos coisas muito ácidas.
    • Sabor residual: é a sensação persistente na boca após a ingestão da bebida. Se a sensação deixada é agradável, ela é desejada, mas se for amarga ou algum sabor estranho, não é desejado.
    • Corpo: é a sensação de oleosidade e de viscosidade do líquido na boca, principalmente entre a língua e o céu da boca. Uma bebida encorpada significa que ela é concentrada, forte e não rala.
    • Equilíbrio: é a forma como todos os vários aspectos de sabor, finalização, acidez e corpo da amostra se complementam ou contrastam um com o outro. Em outras palavras, se os atributos estão em harmonia entre si, o equilíbrio do café será bom.
    • Uniformidade: refere-se à consistência do sabor nos diferentes copos de amostra provados. Se os copos (são utilizados cinco copos para provar o mesmo café) apresentarem sabores diferentes, a classificação deste aspecto não será tão elevada.
    • Xícara limpa: é quando não há interferência de impressões negativas no sabor das amostras, desde a primeira ingestão à sensação de finalização, refletindo a transparência da bebida.
    • Doçura: café refere-se ao sabor doce agradável da bebida, sendo seu oposto o sabor amargo. A doçura no café é sutil, mas muito frequente e apreciada.
    • Impressão geral: é o conjunto dos aromas da bebida e de seu grau de intensidade, do equilíbrio e da harmonia da bebida e é nesse momento que os degustadores fazem suas avaliações pessoais.

    Ficha para análise sensorial do café

    Ficha sensorial utilizada na avaliação de qualidade SCA. Fonte: Specialty Coffee Association (SCA)

    Prova da xícara do café

    Roteiro de classificação

    Apesar de haver algumas diferenças na forma de preparar as amostras e na realização da análise sensorial entre os métodos mencionados, em geral os procedimentos adotados devem garantir ao provador o máximo potencial da bebida avaliada, de forma que não haja diferenças em classificações de um mesmo lote de café em locais distintos.

    Prova de xícara para análise sensorial do café

    Classificação sensorial do café. Fonte: Vinicius Moribe

    Diante disso, seguem as recomendações gerais para a execução da classificação sensorial, como:

    • Recomenda-se que a torra da amostra seja de 8 a 12 minutos, e a degustação ocorra até 24 horas, deixando-a em descanso, após a torra, de no mínimo 8 horas;
    • A torra deve ser de leve a leve-média intensidade, pois uma torra mais clara evidência mais os defeitos, escala Agtron “Gourmet” 63.0;
    • Passar pelo moinho regulado para a moagem grossa, 70 a 75% deve passar por uma peneira de 20 mesh, uma pequena quantidade do café torrado a ser submetido à prova de xícara, descartando o produto moído, a fim de evitar possíveis contaminações por outros produtos;
    • Retirar da amostra de café torrado, quantidade proporcional ao volume da xícara de prova, para cada mL de água 0,055 gramas de café, para uma xícara de prova de 170mL deve ser pesado 9,35 gramas de café torrado;
    • O ambiente de prova deve estar limpo, bem iluminado, sem interferência de aromas e ruídos;
    • Dispor as xícaras em uma mesa de prova, agrupadas por lote de produto a ser testado;
    • Escaldar o pó, utilizando água mineral ou natural filtrada, não submetida a tratamentos químicos, vertendo-a cuidadosamente sobre o produto, logo após a primeira fervura;
    • As xícaras com as amostras devem ser preenchidas com água até a borda, a temperatura da água deverá estar entre 92,2 a 94,4 ºC, e após a hidratação, devem permanecer sem perturbação por 3 a 5 minutos para, então, proceder sua avaliação;

    Café sendo preparado para análise sensorial

    Café sendo colocado para classificação sensorial. Fonte: Vinicius Moribe

    • Mexer a infusão com a colher de prova, devendo o provador sentir o seu cheiro para obtenção de uma avaliação preliminar dos vapores desprendidos e retirando-se a espuma sobrenadante;
    • Por meio dos aromas desprendidos, o classificador deve estabelecer uma análise prévia da qualidade da bebida das amostras, separando as bebidas de características mais favoráveis, que deverão ser provadas primeiro, daquelas de características menos favoráveis, que deverão ser provadas posteriormente;
    •  Ao passar de uma amostra para outra, em todas as amostras, a colher de prova deve ser lavada, em xícaras com água;
    • Aguardar a decantação do pó e em seguida retirar com a colher de prova a espuma e os resíduos que ficarem na borda da xícara;
    • Aguardar o resfriamento da mistura, ficando a critério do provador a determinação da temperatura adequada à execução do teste;
    • Iniciar a prova mergulhando a colher na superfície da xícara, de forma que a infusão entre na mesma. Levar à boca, fazendo uma forte sucção, de modo que um pouco da bebida aspergida vá ao encontro da língua e ao palatino, mantendo-a na boca apenas o tempo necessário para sentir o sabor e os aromas, expelindo-a depois na cuspideira;
    • Anotar no laudo ou ficha a qualidade da bebida, apresentada pela amostra.

    Qualidade prévia

    A classificação sensorial do café é uma forma de validar não somente a qualidade da bebida do café, mas também de todos os processos feitos anteriormente até se chegar ao produto final.

    Isso pois, diversos fatores influenciam na qualidade do café, como por exemplo o processo de fermentação, que quando bem conduzido, pode auxiliar elevando a qualidade final dos grãos.

    A fermentação, quando bem conduzida, pode auxiliar elevando a qualidade final dos grãos.

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    É possível produzir sacas de café com alta qualidade e isso garante um elevado valor no mercado. Essa superioridade se mostra na bebida que é provada e classificada. A classificação sensorial do café é uma ferramenta indispensável para a indústria de alimentos, que utiliza vários métodos distintos, dependendo do tipo de provador. No Brasil, a classificação geralmente segue a Instrução Normativa n° 8, de 11 de junho de 2003, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). No entanto, o método internacional da Specialty Coffee Association (SCA) também é amplamente aceito, principalmente quando se trata de cafés especiais de qualidade superior.

    A classificação sensorial é baseada principalmente no aroma e sabor do café e é realizada por provadores certificados. Após a eliminação dos defeitos da amostra, o café é classificado de acordo com o grupo a que pertence, sendo o Grupo I para café Arábica e o Grupo II para café Robusta. Cada grupo também possui subgrupos com diferentes classificações baseadas nas características de aroma e sabor do café.

    O método da SCA é um dos mais utilizados para a classificação sensorial de cafés especiais no Brasil. Ele utiliza pontuações para avaliar diversos fatores, como fragrância/aroma, sabor, acidez, sabor residual, corpo, equilíbrio, uniformidade, xícara limpa, doçura e impressão geral. Além disso, são contabilizados os defeitos presentes nas amostras, que são descontados na nota final, indicando a qualidade global da bebida.

    Para que um café seja considerado especial, sua pontuação final deve ser acima de 80 pontos. O formulário de avaliação da SCA também possui um espaço para anotações adicionais, a fim de especificar ainda mais a bebida analisada.

    A classificação sensorial do café envolve a realização da prova de xícara, que é feita seguindo um roteiro específico de preparo e degustação. É importante que a torra da amostra seja realizada dentro de parâmetros específicos e que a degustação ocorra em um ambiente adequado, livre de interferências, como aromas e ruídos.

    A prova de xícara envolve a preparação da amostra, o escaldamento do pó com água quente, a degustação propriamente dita, a avaliação dos aromas desprendidos e a anotação da qualidade da bebida.

    A classificação sensorial do café permite identificar e categorizar as características de aroma e sabor de cada amostra, proporcionando informações essenciais para a indústria de alimentos e para os apreciadores de café.

    Em resumo, a classificação sensorial do café é uma etapa importante no processo de garantia de qualidade e valorização do produto no mercado. Utilizando métodos específicos, os provadores avaliam o aroma e o sabor do café, categorizando-o de acordo com seu grupo e subgrupo. A classificação pode ser realizada seguindo a Instrução Normativa ou o método da SCA, dependendo da finalidade e do tipo de café sendo avaliado.

    Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

    A qualidade de um café é determinada por sua classificação sensorial, que analisa aspectos como aroma, sabor, acidez, corpo e equilíbrio da bebida. No Brasil, a classificação é geralmente realizada seguindo a Instrução Normativa n° 8, de 11 de junho de 2003, do MAPA. No entanto, o método internacional da Specialty Coffee Association (SCA) também é amplamente utilizado, especialmente para cafés especiais.

    A classificação de cafés especiais é feita através de pontuações em diferentes atributos. O formulário de avaliação da SCA conta com 11 fatores, incluindo fragrância/aroma, sabor, acidez, sabor residual, corpo, equilíbrio, uniformidade, xícara limpa, doçura e impressão geral. A contagem de defeitos também é levada em consideração na avaliação.

    Para garantir resultados consistentes na classificação sensorial, é importante seguir algumas recomendações gerais. A torra da amostra deve ser leve a leve-média intensidade, com um tempo de degustação de até 24 horas após a torra. A moagem deve ser grossa, e a quantidade correta de café torrado deve ser utilizada de acordo com o volume da xícara de prova. O ambiente de prova deve estar limpo e sem interferências, e a água utilizada deve ser de qualidade.

    Durante a prova da xícara, é necessário seguir um roteiro de classificação e realizar as etapas corretamente. A análise preliminar dos aromas desprendidos ajuda a separar as amostras de cafés com características mais favoráveis e menos favoráveis. A colher de prova deve ser lavada entre as amostras, e a bebida deve ser degustada e avaliada cuidadosamente. As anotações devem ser feitas em um laudo ou ficha de avaliação.

    Em conclusão, a classificação sensorial é essencial para determinar a qualidade do café. Tanto a Instrução Normativa do MAPA quanto o método SCA são utilizados para esse fim, sendo importante seguir as recomendações específicas de cada um. A classificação leva em consideração diferentes atributos, como aroma, sabor, acidez, corpo e equilíbrio. A produção de cafés de alta qualidade garante um elevado valor no mercado, pois a superioridade é comprovada pela bebida que é provada e classificada.

    Perguntas com Respostas:

    1. O que é classificação sensorial do café?
    A classificação sensorial do café é o processo de analisar atributos como aroma, sabor, acidez, corpo e equilíbrio da bebida para determinar sua qualidade.

    2. Quais são os métodos de classificação de café?
    No Brasil, a classificação de café é geralmente feita seguindo a Instrução Normativa n° 8, de 11 de junho de 2003. O método internacional da Specialty Coffee Association (SCA) também é amplamente utilizado, especialmente para cafés especiais.

    3. Como funciona o método de classificação da SCA?
    O método da SCA utiliza pontuações para avaliar diferentes atributos do café, como fragrância/aroma, sabor, acidez, sabor residual, corpo, equilíbrio, uniformidade, xícara limpa, doçura e impressão geral. A pontuação final indica a qualidade global da bebida.

    4. Quais são as recomendações gerais para a execução da classificação sensorial?
    Algumas recomendações gerais incluem utilizar uma torra de leve a leve-média intensidade, seguir um roteiro específico de prova da xícara, garantir um ambiente limpo e sem interferências, e utilizar água de qualidade para a preparação da bebida.

    5. Como é feita a prova da xícara de café?
    A prova da xícara de café envolve realizar a análise sensorial da bebida, utilizando uma colher de prova para sentir o sabor e os aromas. São utilizadas técnicas específicas, como a sucção e a análise preliminar dos aromas desprendidos, para avaliar a qualidade da bebida.

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