Pular para o conteúdo

Agricultura e agronegócio impulsionam a economia catarinense

O setor primário, com destaque para a agricultura e atividades extrativistas, tem sido a locomotiva da economia catarinense e brasileira nos últimos anos. Os números do desempenho da agricultura, pecuária e agronegócio catarinense são altíssimos, fruto do trabalho de produtores rurais, agroindústrias, centros de pesquisa, entidades representativas e Governo. A contribuição do setor se expressa no comportamento do valor da produção agropecuária (VPA) e das exportações do agronegócio estadual. O VPA catarinense de 2021 atingiu 55,8 bilhões de reais – o maior da história – superando nominalmente em 36,4% o recorde anterior (40,9 bilhões de reais) alcançado em 2020, segundo cálculo do Instituto Cepa.

A soma do valor da produção de suínos (22,8%), frangos (17,1%), leite (11%) e bovinos (5,8%) respondeu por 56,7% do VPA total do estado. As exportações do agronegócio catarinense também foram recorde em 2021, chegando a US$ 6,9 bilhões, superando em 21% a marca do ano anterior. O agronegócio responde por 70% do valor total das exportações e por 31% do PIB catarinense.

Patrocinadores

A agroindústria, que representa o segmento mais expressivo do agronegócio ventre-verde, sustenta 60 mil empregos diretos e 480 mil indiretos, além de ter uma base produtiva, no campo, formada por 66 mil produtores rurais integrados.

Os protagonistas desse universo que merece todos os recordes são os produtores, que se tornaram empresários rurais. Dedicado especialmente às atividades agropecuárias, o produtor rural tornou-se o principal agente econômico do setor rural por estar na base de todas as cadeias produtivas baseadas na agricultura. Na produção de cereais, pecuária intensiva, reflorestamento, silvicultura ou fruticultura, o produtor rural põe em prática uma lei da economia, segundo a qual a riqueza original vem da terra.

Patrocinadores

Nesse contexto, as principais cadeias produtivas catalisaram o reconhecimento internacional. A suinocultura industrial é uma delas, com produção de 9 milhões de cabeças/ano e abate diário de 34 mil suínos, é a maior produtora e exportadora do país: 57% do que o Brasil exporta é embarcado em Santa Catarina.

A avicultura industrial é outro segmento de excelência, com uma fantástica produção de mais de 1 bilhão de aves/ano e o abate de 4 milhões de cabeças/dia. Esses volumes fazem do Estado o segundo maior produtor e primeiro exportador – 28% das exportações brasileiras de frango saem daqui.

Essas conquistas decorrem, em grande parte, de investimentos intensos e permanentes de agroindústrias, cooperativas e, notadamente, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Com isso, ampliou o conhecimento, incorporou tecnologia, aprimorou processos, aumentou a produtividade e aumentou a produção. A formação, qualificação e requalificação ia além da formação profissional rural. O produtor rural tornou-se um empresário e a propriedade rural, uma empresa preparada para os desafios do mercado.

Conhecida como uma indústria a céu aberto, os desafios cotidianos – como mau tempo, ameaças à saúde, crises de mercado, conflitos internacionais, escassez de insumos, choques cambiais, instabilidades políticas – são enfrentados com treinamento, informação e capacitação.

Dois aspectos merecem destaque. Na dimensão ambiental, o produtor catarinense consolidou o papel de protetor dos recursos naturais. Essa constatação decorre do simples fato de que proteger os recursos naturais e utilizá-los de forma racional e sustentável é condição sine qua non para a perpetuação da atividade. A criação de presas é coisa do passado. O produtor rural contemporâneo é, antes de tudo, um gestor dos fatores de produção, orientado para resultados, mas com responsabilidade.

Na dimensão econômica, os produtores rurais contribuem de forma extraordinária para o desenvolvimento dos municípios e comunidades onde atuam. As notas fiscais rurais emitidas sobre a comercialização da produção do campo, lavouras e fazendas constam integralmente no levantamento anual da movimentação econômica de cada município e, assim, influenciam diretamente na definição da alíquota de retorno do ICMS. Na maioria dos municípios catarinenses, o setor rural é o que mais contribui para a formação das receitas do erário público. A movimentação de um aviário, por exemplo, gera mais retorno de ICMS do que uma pequena empresa urbana.

Em uma agricultura estável e evoluída como a praticada em Santa Catarina, o desmatamento, a poluição dos rios e a degradação do solo são práticas ultrapassadas. Décadas de auxílio do serviço de extensão rural (do Governo e das agroindústrias) e de contínua capacitação (principalmente do Sistema S: Senar, Sescoop e Sebrae) permitiram o surgimento de uma geração de produtores-empresários antenados com os novos tempos .

É importante reconhecer que, em Santa Catarina, produtor e agroindústria caminharam lado a lado nessa jornada de modernização e aperfeiçoamento, em grande parte para atender às demandas do mercado internacional. A crescente presença de produtos primários do Brasil nos cobiçados mercados mundiais foi conquistada, além de critérios de preço e qualidade, pelo cumprimento de requisitos como proteção ambiental, bem-estar animal, combate ao trabalho infantil e trabalho em condições degradantes e cumprimento de regulamentos e diretrizes de tratados do qual o Brasil é signatário.



Fonte: Noticias Agricolas

Autor