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Ácidos graxos no leite: ferramenta para produção eficiente

Sumário:

Identificação das seções principais:

– Ajustes mais precisos na dieta das vacas

– Monitoramento do período de transição das vacas

– Detecção de alterações na qualidade das forragens

– Identificação de competição entre os animais no cocho e excesso de animais no lote

– Otimização das práticas de manejo alimentar

– Detecção de falhas no conforto das vacas e no acesso ao alimento

Introdução:

O perfil de ácidos graxos no leite permite ajustes mais precisos na dieta das vacas, monitorar o período de transição, detectar alterações na qualidade das forragens, identificar competição entre os animais no cocho e otimizar as práticas de manejo alimentar. Isso resulta na melhoria da produção das vacas, no teor de gordura e proteína do leite, além de reduzir os custos de produção e aumentar o lucro para o produtor e a indústria.

Desenvolvimento:

O perfil de ácidos graxos do leite e seu impacto no teor de gordura foram estudados desde a década de 70 por pesquisadores como Steele, Noble, Moore e o professor Barbano da Universidade de Cornell. Nos últimos 10 anos, o Lactanet do Canadá liderado pela Dra Débora Santschi, começou a oferecer relatórios com o perfil de ácidos graxos para melhorar o manejo alimentar e aumentar a produção de leite com maior teor de gordura nas vacas. A Clínica do Leite também desenvolveu ferramentas e cursos para auxiliar técnicos e produtores a ajustar a dieta dos animais, reduzindo custos e aumentando a receita da fazenda.

No leite, existem mais de 400 tipos diferentes de ácidos graxos, porém, cerca de 20 são mais relevantes nutricionalmente. Esses ácidos graxos podem ser agrupados em 3 categorias: De novo, Mistos e Pré-formados. Os ácidos graxos De novo são sintetizados na glândula mamária a partir de ácidos graxos produzidos pelas bactérias do rúmen. Já os ácidos graxos Pré-formados vêm da dieta ou de reservas corporais, enquanto os Mistos são uma combinação dos dois.

A concentração dos ácidos graxos pode ser expressa como percentagem do leite ou como percentagem dos ácidos graxos. Em condições ótimas de fermentação ruminal, a concentração dos ácidos De novo aumenta, elevando o teor de gordura e proteína do leite. Já o teor de ácidos graxos Pré-formados tem menor relação com a gordura do leite, mas está relacionado com a mobilização de gordura ou a inclusão de gordura protegida na dieta.

Diante de um teor de gordura abaixo de 4,0% no leite, é importante analisar a dieta, ambiente e manejo dos animais. Possíveis causas como acidose ruminal, dieta desbalanceada ou falta de conforto podem ser identificadas e corrigidas com base no perfil de ácidos graxos.

Um exemplo de aplicação do perfil de ácidos graxos é apresentado, onde um silo mal fermentado e com tamanho de partículas pequeno resultou em baixa gordura do leite. Com base nos relatórios, a causa raiz foi identificada como acidose ruminal, lotação excessiva e a presença de DDG na dieta. Foram realizadas ações como redução da lotação e ajustes na dieta, demonstrando melhoria na situação e aumento na produção de leite.

Conclusão:

O perfil de ácidos graxos no leite é uma ferramenta útil na gestão da nutrição das vacas em lactação. Com ele, é possível reduzir os custos de alimentação, aumentar o valor do leite e, consequentemente, o lucro do negócio. O conhecimento sobre o perfil de ácidos graxos permite ajustes mais precisos na dieta e melhor manejo alimentar, resultando em melhores condições ruminais e maior degradação dos alimentos.

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O perfil de ácidos graxos no leite permite que sejam feitos:


  1. Ajustes mais precisos na dieta das vacas

     
  2. Monitoramento do período de transição das vacas

     
  3. Detecção de alterações na qualidade das forragens

     
  4. Identificação de competição entre os animais no cocho e excesso de animais no lote

     
  5. Otimização das práticas de manejo alimentar

     
  6. Detecção de falhas no conforto das vacas e no acesso ao alimento


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Com isso é possível aumentar a produção das vacas, o teor de gordura e proteína do leite resultando em menor custo de produção e maior lucro para o produtor e indústria.


Os primeiros trabalhos relatando alteração no perfil de ácidos graxos do leite e seu teor de gordura datam da década de 70 com os escoceses Steele, Noble e Moore. Há cerca de 10 anos o professor Barbano, da Universidade de Cornell, publicou trabalhos relacionando o perfil de ácidos graxos do leite, analisados por meio de equipamentos de grande eficiência (FTIR), com o teor de gordura e de proteína do leite, agrupando-os em ácidos graxos De novo, Mistos e Pré-formados. Ele, também, mostrou que fatores da dieta, assim como ambientais, interferiam no perfil de ácidos graxos e no teor de gordura do leite.


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Mais recentemente, nos últimos 5 anos, os pesquisadores do Lactanet do Canadá, liderados pela Dra Débora Santschi, começaram a oferecer relatórios com o perfil de ácidos graxos para que seus nutricionistas pudessem melhor balancear a dieta dos animais e melhorar o manejo alimentar, o que resultou em maior produção de leite com maior teor de gordura das vacas.


Aqui, na Clínica do Leite, começamos a trabalhar com esse tema há cerca de dois anos. Observamos, inicialmente, que os resultados relatados em outros países eram semelhantes aos nossos, o que nos encorajou a realizar vários trabalhos que culminaram no desenvolvimento de ferramentas (relatórios) acionáveis e na criação do curso MDA – Nutrição, para que os técnicos e os produtores pudessem aprender como ajustar a dieta dos animais e reduzir o custo de alimentação, e, ao mesmo tempo, aumentar a receita da fazenda.


Um pouco de ciência


No leite existem mais de 400 tipos diferentes de ácidos graxos. No entanto, cerca de 20 ocorrem em maior concentração e são mais relevantes nutricionalmente. Esses 20 podem ser agrupados em 3 grandes grupos – De novo, Mistos ou Pré-formados.


Os De novo são sintetizados na glândula mamária a partir de ácidos graxos de cadeia curta (C2 e C4) produzidos pelas bactérias que habitam o rúmen quando degradam fibra. Os Pré-formados são provenientes dos ácidos graxos de cadeia longa da dieta que passam pelo rúmen e são absorvidos no intestino delgado chegando à corrente sanguínea ou de reservas corporais, quando mobilizadas. Os Mistos, como o próprio nome indica, são em parte produzidos a partir dos ácidos graxos do rúmen e em parte da dieta. Para fins de entendimento do metabolismo animal, por ora, vamos trabalhar somente com os De novo e os Pré-formados.


Podemos expressar a concentração dos ácidos graxos de duas formas, como percentagem do leite ou como percentagem dos ácidos graxos. Assim um leite com 4,10% de gordura teria as concentrações ilustradas na figura abaixo:



Em condições ótimas de fermentação ruminal, quando há alta degradação de fibra, a concentração dos ácidos De novo aumenta, elevando o teor de gordura e de proteína do leite, como é exemplificado na figura abaixo:


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Já o teor de Pré-formado tem menor relação com a gordura do leite, mas tem alta relação com a mobilização de gordura ou fornecimento de gordura protegida na dieta.


De posse dessas informações, sempre que estivermos frente a um teor de gordura no leite abaixo de 4,0% deveríamos procurar entender o que está acontecendo com os animais quanto à dieta, ambiente e manejo. As possíveis causas podem ser visualizadas na figura abaixo:


Causa de alterações nos teores de ácidos graxos



De volta para o campo


Um exemplo de situação em uma fazenda associada com a Clínica do Leite é apresentado a seguir. Em julho foi aberto um silo com menos de 60 dias de fermentação e com tamanho de partículas muito pequeno. O resultado na gordura do leite e no perfil dos ácidos graxos foi imediato como mostram as figuras abaixo.


Evolução da concentração de gordura


Foram, então, pesquisadas as causas raízes do problema levando em consideração o relatório abaixo que mostra a relação do teor de gordura com a concentração, na base leite, dos ácidos graxos De novo.


Causas do baixo teor de gordura e proteina do leite


Na figura acima observa-se que o lote 4 é o que possui a maior indicação de acidose ruminal. Foram, então, pesquisadas as condições das fezes dos animais, a transição, o manejo alimentar, o conforto, os ingredientes da dieta e o balanceamento da dieta. As observações no campo mostraram que as fezes dos animais estavam bastante soltas, havia superlotação e, como ingrediente da dieta, havia a presença de DDG.


O teor de gordura da dieta era da ordem de 4,5%, com mais de 3,5% de ácidos graxos insaturados (RUFAL). Como ações imediatas, foi reduzido o número de animais nos lotes, adicionado palha de trigo picada na dieta e retirado o DDG. Os resultados melhoraram, como pode ser observado na figura abaixo, indicando melhores condições ruminais refletindo em maior degradação dos alimentos. O produtor reportou aumento de 2,5kg de leite por vaca. A gordura do leite, no entanto, ainda está muito baixa. A completa reversão para os 4,0% de gordura originais somente será observada quando for aberto um novo silo, com uma forragem mais adequada.


Evolução do perfil de gordura e ácidos graxos


Esse é um exemplo de como o perfil de ácidos graxos pode ser uma ferramenta bastante útil para a gestão da nutrição das vacas em lactação. Com ela o produtor poderá ter um custo de alimentação menor e maior valor do litro de leite graças ao aumento no teor de sólidos, com consequente aumento no lucro do negócio.


 


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O perfil de ácidos graxos no leite e suas aplicações

Ajustes mais precisos na dieta das vacas

O perfil de ácidos graxos no leite permite que sejam feitos ajustes mais precisos na dieta das vacas. Isso ocorre porque a concentração de ácidos graxos no leite é influenciada pela alimentação do animal.

Monitoramento do período de transição das vacas

O monitoramento do perfil de ácidos graxos no leite também pode ser útil para acompanhar o período de transição das vacas, ou seja, do pré-parto ao pós-parto. Esta fase é particularmente crítica para a saúde e produção de leite das vacas.

Detecção de alterações na qualidade das forragens

Além disso, o perfil de ácidos graxos no leite pode ser utilizado para detectar alterações na qualidade das forragens utilizadas na alimentação das vacas. Variações na qualidade dos alimentos podem afetar a composição do leite.

Identificação de competição entre os animais no cocho e excesso de animais no lote

O perfil de ácidos graxos no leite também pode auxiliar na identificação de competição entre os animais no cocho e no caso de excesso de animais no lote. Essas situações podem prejudicar a ingestão adequada de alimentos pelos animais e afetar a produção de leite.

Otimização das práticas de manejo alimentar

Com base nas informações do perfil de ácidos graxos no leite, é possível otimizar as práticas de manejo alimentar. Através de ajustes na dieta e nas condições de alimentação, é possível melhorar a produção de leite e a qualidade do mesmo.

Detecção de falhas no conforto das vacas e no acesso ao alimento

O perfil de ácidos graxos no leite também pode indicar falhas no conforto das vacas e no acesso adequado ao alimento. Problemas com o conforto e alimentação podem afetar a saúde e produção de leite das vacas.

O papel do perfil de ácidos graxos no aumento da produção de leite

O perfil de ácidos graxos no leite desempenha um papel fundamental no aumento da produção de leite das vacas. Isso ocorre porque o perfil de ácidos graxos está intimamente relacionado com a dieta e o manejo alimentar dos animais.

Os ácidos graxos no leite podem ser agrupados em três categorias principais: ácidos graxos De novo, ácidos graxos Mistos e ácidos graxos Pré-formados.

Os ácidos graxos De novo são sintetizados na glândula mamária a partir de ácidos graxos de cadeia curta produzidos pelas bactérias do rúmen. Já os ácidos graxos Pré-formados são provenientes da dieta dos animais, enquanto os ácidos graxos Mistos são uma combinação dos dois.

A concentração dos ácidos graxos no leite está relacionada com a degradação da fibra no rúmen. Em condições de alta degradação de fibra, ocorre um aumento na concentração de ácidos graxos De novo, o que resulta em um maior teor de gordura e proteína do leite.

Além disso, a concentração de ácidos graxos Pré-formados está relacionada com a mobilização de gordura ou o fornecimento de gordura protegida na dieta. Esses ácidos graxos têm um menor impacto no teor de gordura do leite, mas influenciam a produção de leite.

Com base nessas informações, o perfil de ácidos graxos no leite pode ser utilizado para identificar problemas na dieta, ambiente e manejo dos animais. Caso o teor de gordura do leite esteja abaixo de 4,0%, é importante investigar as possíveis causas relacionadas à alimentação, ambiente e manejo dos animais.

Através da análise do perfil de ácidos graxos e da adoção de medidas corretivas, é possível otimizar a produção de leite, reduzir os custos de alimentação e aumentar os lucros do produtor.

Na Clínica do Leite, desenvolvemos ferramentas e oferecemos cursos para auxiliar os técnicos e produtores a utilizar o perfil de ácidos graxos no leite como uma ferramenta de gestão nutricional. Com essas informações, é possível tomar decisões mais assertivas e obter melhores resultados na produção de leite.

Exemplo de aplicação do perfil de ácidos graxos no leite

Um exemplo prático de como o perfil de ácidos graxos no leite pode ser aplicado é apresentado a seguir. Em uma fazenda associada com a Clínica do Leite, foi aberto um silo com menos de 60 dias de fermentação e com tamanho de partículas muito pequeno.

Como resultado, houve uma queda no teor de gordura do leite e alterações no perfil de ácidos graxos. Foi realizada uma análise do perfil de ácidos graxos para identificar as possíveis causas dessa alteração.

A análise revelou que o lote de vacas apresentava indicação de acidose ruminal, o que pode afetar a produção e a qualidade do leite. Foram realizadas observações no campo, incluindo a avaliação das fezes dos animais, a transição dos animais, o manejo alimentar, o conforto e os ingredientes da dieta.

Com base nas observações, foram tomadas medidas corretivas, como a redução do número de animais nos lotes, a adição de palha de trigo picada na dieta e a retirada de um determinado ingrediente (DDG). Essas medidas levaram a uma melhoria nos resultados, com aumento na produção de leite por vaca.

No entanto, o teor de gordura do leite ainda não havia se recuperado completamente. Foi identificado que a
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Conclusão

O perfil de ácidos graxos no leite pode ser utilizado como uma ferramenta útil para a gestão da nutrição das vacas em lactação. Por meio da análise do perfil de ácidos graxos, é possível realizar ajustes precisos na dieta das vacas, monitorar o período de transição, detectar alterações na qualidade das forragens, identificar competição entre os animais no cocho e excesso de animais no lote, otimizar as práticas de manejo alimentar e detectar falhas no conforto das vacas e no acesso ao alimento. Isso pode resultar em maior produção de leite, teor de gordura e proteína do leite, com menor custo de produção e maior lucro para o produtor e indústria.

Perguntas e Respostas

1. Quais são os benefícios da análise do perfil de ácidos graxos no leite?

A análise do perfil de ácidos graxos no leite permite realizar ajustes mais precisos na dieta das vacas, monitorar o período de transição, detectar alterações na qualidade das forragens, identificar competição entre os animais no cocho e excesso de animais no lote, otimizar as práticas de manejo alimentar e detectar falhas no conforto das vacas e no acesso ao alimento.

2. Como o perfil de ácidos graxos no leite pode impactar na produção de leite?

Através do monitoramento e ajuste da dieta das vacas com base no perfil de ácidos graxos, é possível aumentar a produção de leite, além de melhorar o teor de gordura e proteína do leite, resultando em maior lucro para o produtor e indústria.

3. Quais são os principais grupos de ácidos graxos presentes no leite?

No leite, os principais grupos de ácidos graxos são os ácidos graxos De novo (sintetizados na glândula mamária), os Mistos (produzidos tanto a partir dos ácidos graxos do rúmen quanto da dieta) e os Pré-formados (provenientes dos ácidos graxos de cadeia longa da dieta).

4. Como a degradação de fibra influencia o perfil de ácidos graxos no leite?

Em condições ótimas de fermentação ruminal, quando há alta degradação de fibra, a concentração dos ácidos graxos De novo aumenta, elevando o teor de gordura e proteína do leite.

5. Como o perfil de ácidos graxos pode ser utilizado para identificar problemas na nutrição das vacas?

Através da análise do perfil de ácidos graxos, é possível identificar possíveis problemas na dieta, ambiente e manejo das vacas, como acidose ruminal, baixa degradação de alimentos e desequilíbrio nos ingredientes da dieta. Isso permite tomar ações corretivas e melhorar a nutrição das vacas.

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