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O Brasil é uma potência descarbonizadora, mesmo sem o reconhecimento da Europa, por…

Antonio Galvan Presidente da Aprosoja Brasil – Associação Brasileira dos Produtores de Soja

O Brasil é o único entre os países megadiversos com dois terços de seu território preservados em forma de vegetação nativa (segundo dados da Embrapa confirmados pela NASA), e que tem subida relevância na produção agrícola mundial. Atualmente, o país é o terceiro maior produtor de mantimentos do mundo e o segundo maior exportador (FAO, 2021).

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Estamos falando de 564,2 milhões de hectares, equivalentes a 43 países e 5 territórios da Europa (Embrapa, 2022), metade dos quais são propriedades privadas, ou 227 milhões de hectares em Áreas de Preservação Permanente (APP), Suplente Lítico (RL) e vegetação excedente na propriedade rústico.

A pesquisa e a ciência estão no DNA da lavra tropical brasileira, que exigiu muito investimento e, principalmente, o empreendedorismo dos imigrantes europeus que saíram da Região Sul e ajudaram a fazer o milagre da produção de mantimentos no Tapado e aumentar a produtividade no outras regiões, consolidando o Brasil uma vez que a maior potência agrícola tropical.

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Evidentemente, a preservação representa um dispêndio proporcional à redução de receita naquela dimensão e que, segundo cálculos da Embrapa, somam expressivos R$ 3 trilhões, equivalentes a US$ 600 bilhões a preços atuais. A título de verificação, o PIB brasílio em 2022 foi de R$ 9,9 trilhões (IBGE, 2023). Ou seja, os produtores preservam a vegetação nativa a um dispêndio proporcional de 30% do PIB. É revérbero do Código Florestal Brasiliano, a legislação ambiental mais exigente do mundo para propriedades privadas. Portanto, se você fosse colocar um dispêndio no serviço ecológico e imobilização de carbono no Brasil, seria isso, R$ 3 trilhões.

Além de tudo isso, a produção de mantimentos no Brasil, inclusive a soja, é reconhecida internacionalmente por adotar práticas sustentáveis, conservando solo, rios e aquíferos. Bons exemplos não faltam, incluindo plantio direto, fixação biológica de nitrogênio, conversão de 17,4 milhões de hectares de pastagens degradadas em florestas, pecuária e lavra de cimalha rendimento (Rede ILPF, 2020).

O país ainda é o maior em adoção de bioinsumos no mundo (Mckinsey, 2023). Para se ter uma teoria de magnitude, um estudo encomendado pelo Ministério da Lavradio constatou que, de 2010 a 2020, o Brasil mitigou a emissão de 170 milhões de toneladas de dióxido de carbono (MAPA, 2022).

Tudo isso deixa o Brasil com saldos negativos em termos de emissões de carbono. Ou seja, ao contrário da narrativa atual de ONGs propagadas na Europa e que voltam ocasionalmente nos discursos de lideranças políticas do velho continente, a lavra brasileira, incluindo soja, milho e mesocarpo bovina, é feita em bases sustentáveis ​​e descarbonizantes.

Olhando a soja em relação ao balanço de carbono, um estudo realizado pela Delta CO2 e transportado pelo professor e pesquisador Eduardo Cerri (Esalq/USP) calculou a pegada de carbono em 17 propriedades rurais representativas de Mato Grosso, principal estado produtor do grão no Brasil . O resultado encontrado foi que a soja, conduzida de forma sustentável nessas propriedades, fixou 1,67 toneladas de carbono por hectare.

Estudo semelhante foi realizado em 50 fazendas representativas da Instalação Solidaridad na região do MATOPIBA (savana nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Com variações entre os estados, o resultado do estudo também apontou para a fixação de 0,59 toneladas de carbono por hectare (Instalação Solidaridad, 2022).

Apesar de tudo isso, as metodologias até agora definidas pelos europeus para calcular os créditos de carbono incorrem em dois grandes pecados, derivados de sua geração do concepção de “adicionalidade”, segundo o qual só o que salva ou fixa daqui se torna crédito. seguir. O primeiro vício é que o estoque de carbono em APP e RL não vale zero. Ou seja, um sinal de descaso com os ativos florestais em propriedades no Brasil.

E o segundo vício é que não importa se o Brasil adota há décadas boas práticas que nos elevam à atual categoria de lavra descarbonizadora. Só funciona se você puder aumentá-lo ainda mais a partir de agora. Uma espécie de “contratempo para você” se tudo foi feito corretamente até agora. Já os produtores europeus, por exemplo, com 10% das boas práticas adotadas no Brasil, já teriam recta aos créditos. Parece justo para você?

Recentemente, a multinacional Bayer anunciou que realizou a primeira operação de exportação de grãos com sequestro de carbono em grandes propriedades rurais de Mato Grosso. E que sempre exportou nossos produtos com ganhos na questão do consumo de carbono em relação ao que ele proporciona para o meio envolvente e para os produtores.

Para o muito do debate, no entanto, é preciso ser honesto com os consumidores. Definitivamente, esta não foi a primeira operação carbono neutra em território brasílio. A verdade é que o Brasil sempre exportou seus produtos, uma vez que soja e milho, com carbono neutralizado e até com ganhos. Todas as cargas colhidas pelo sistema de plantio adotado no Brasil já apresentam balanço negativo de carbono, indumento comprovado pelas pesquisas citadas supra.

Voltando à questão medial, a grande questão é que estas metodologias de operação da pegada de carbono, e os créditos ou a premência de compra de crédito, não são justas nem recompensam as boas práticas. Existem projetos de lei no Brasil para regular as emissões. Não faz sentido autenticar esses projetos e não prometer uma metodologia que valorize o que o Brasil tem de mais valedouro, seu meio envolvente e sua lavra.

Ao contrário, estamos vendo os europeus criarem regras que transformarão o grande protagonista da descarbonização e da preservação do mundo em um patinho mal-parecido, impondo regras que, ao final, cerceiam a soberania e tiram a competitividade do país.

Fonte: Noticias Agricolas

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