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Abitrigo: Congresso do Trigo discute momento crucial para a cadeia do cereal…

    Abitrigo Congresso do Trigo discute momento crucial para a cadeia

    Mais de 600 pessoas participaram do evento, que reuniu representantes do Brasil e de outras partes do mundo para debates e negócios

    Com muitas novidades e a presença de importantes personalidades e representantes da cadeia do trigo e do agronegócio, o 29º Congresso Internacional da Indústria do Trigo, realizado entre os dias 25 e 27 de setembro em Foz do Iguaçu (PR), trouxe resultados positivos para a todo o setor de trigo, em relação ao conhecimento e negócios fechados durante o evento.

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    “Tivemos três dias muito movimentados nesta edição do Congresso do Trigo. Foi um espaço de muita interação e networking com todos os participantes. Os painéis abordaram temas importantes, discutindo o mercado interno e externo, além de inovação e tecnologia”, explicou o presidente executivo da Abitrigo, Rubens Barbosa.

    O evento contou com mais de 600 participantes, incluindo participação presencial e virtual, com destaque para a presença de ministros e demais representantes políticos. “Recebemos importantes personalidades políticas, como o Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação na abertura dos trabalhos, o Presidente da Embrapa, o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no último dia do congresso e outros altos funcionários desta Ministério”, reforçou Barbosa.

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    O presidente executivo também destacou o momento crucial da cadeia do trigo e os benefícios que o congresso trouxe nesse sentido. “Foram três dias muito úteis e acredito que toda a cadeia do trigo foi beneficiada. O grão vive um período muito importante. A produção e as exportações estão crescendo, criando oportunidades de investimento para os produtores. É também uma situação muito favorável para a indústria de cereais. Para os moinhos, quanto mais trigo, melhor, seja nacional ou internacional”.

    Terceiro dia do congresso: tendências e inovações de consumo

    O último dia do evento recebeu o painel “Tendências do Mercado de Consumo”, moderado pelo Presidente da Moageira Irati, Marcelo Vosnika. Ele abordou inicialmente o papel do consumo e suas tendências. “Foi importante falar sobre a visão geral do mercado e a saudabilidade. O abitrigo desempenha um papel muito importante no suporte de informações sobre o papel nutricional dos alimentos à base de trigo, principalmente para a população de baixa renda. Trabalhamos com produtos saudáveis, que é uma exigência do consumidor e que fazem parte da segurança alimentar mundial”, destacou.

    A Analista de Pesquisa Internacional da Euromonitor, Mikaely Correa, apresentou as tendências do mercado consumidor de alimentos. Por meio da Pesquisa de Estilo de Vida, ela detalhou que o mercado de massas e macarrão continua crescendo no Brasil, apesar da Covid-19. Quanto ao setor de pães e bolos, o estudo apontou que a pandemia impactou o consumo de bolos de porção única e pães fermentados não embalados. “Por outro lado, ampliou as ocasiões de consumo de pães embalados e bolos industrializados em tamanho família”, disse.

    Mikaely destacou ainda que 66% dos consumidores globais tentaram impactar positivamente o meio ambiente com suas ações diárias em 2022. “Há uma forte preocupação em reduzir o desperdício e aumentar o uso de embalagens recicláveis. Isso reflete no comportamento do consumidor e a indústria está se mobilizando nesse sentido”, avaliou.

    Dando continuidade, o presidente da Associação Brasileira de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados (Abimapi), Cláudio Zanão, destacou que, no período pós-pandemia, a aceleração da inflação tem ‘desafiado’ o bolso do consumidor na busca pelo melhor custo-benefício.

    “Os compradores estão em busca de um novo mix de produtos, com tamanho de embalagem, distribuição por formato de loja, estratégias de promoção, e lembro também que o público acima de quarenta é destaque nesta análise no Brasil, sendo os jovens adultos os mais afetados pela inflação”, ele afirmou.

    Por outro lado, Zanão elogiou a valorização de produtos artesanais e premium para um público de maior poder aquisitivo. “Houve um crescimento no conceito de nutrição e funcionalidade, com a crescente demanda por sustentabilidade e transparência, na valorização da forma de apresentação dos produtos industrializados”, destacou.

    Pascal Cantenot, Fundador e Presidente de “La Panière”, na França, encerrou o painel. Apresentou sua trajetória no país europeu, com a fábrica em Annecy. “Sempre trabalhamos muito para ajudar as padarias a crescer na França, com a melhoria do trabalho de produção de pão e a necessidade de aprimorar nosso know-how”, disse ele.

    Cantenot destacou a queda no consumo de pão na França em mais de 30% nas últimas três décadas. “O pão era o alimento básico do povo francês, hoje não é mais. Houve uma mudança nos hábitos alimentares, com maior procura de uma refeição rápida, com o hábito de comer no local ou levar”.

    O papel da tecnologia nos negócios

    Encerrando o ciclo de apresentações do 29º Congresso Internacional da Indústria do Trigo, foi realizado o painel “Inovações e Tecnologias no Brasil e no Mundo”, moderado pelo Presidente do Conselho Deliberativo da Abitrigo, Rogério Tondo.

    O momento contou com a participação do Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Alvim, e do Cofundador da AAA Inovação e Fundador da Disrupt Investimento e Inovação, Arthur Igreja.

    Agradecendo a participação do público, o presidente da Abitrigo apresentou suas expectativas para o Painel. “A maioria de nós está matando um leão todos os dias, com entregas diárias, mas reservamos um espaço para poder ver algo que parece simples, mas é difícil de executar, assim como a tecnologia, ainda mais em nosso setor, que não é o o frete favorece muito as distâncias”, declarou.

    Em vídeo exibido aos participantes, Paulo Alvim destacou que falar sobre inovação e tecnologia no agronegócio brasileiro é estratégico. “Devemos lembrar que, décadas atrás, o Brasil era um país importador e, graças à ciência, tecnologia e muita inovação, hoje somos responsáveis ​​por alimentar 1 bilhão de pessoas no planeta”, ressaltou.

    O ministro destacou o papel da Embrapa, que, segundo ele, encontrou perspectivas de transformação com o apoio da ciência e da tecnologia, destacando o potencial produtor do Brasil quando o assunto é trigo.

    “Para muitos, diz-se que o Brasil não produz trigo, mas reafirmo que o Brasil já produz esse cereal. O país, através do conhecimento da equipe da Embrapa, tem demonstrado sua capacidade de produzir trigo com muita pesquisa, conhecimento tecnológico e muito trabalho de campo. Hoje já temos referências que sinalizam a oportunidade do país não só deixar de ser importador, mas também produzir com qualidade, atendendo toda a demanda do setor”, destacou.

    Posteriormente, Arthur Igreja iniciou sua explanação propondo uma reflexão sobre a adoção de tecnologias desde o início da pandemia e como esse período potencializou os excessos.

    “A pandemia despertou aquele modo de sobrevivência em que aceitamos testar as coisas. Mantivemos nosso negócio, mas a pergunta é: isso era necessário? Não é o que estamos vendo. Temos que ter muito cuidado para não exagerar em tudo”, declarou.

    Church destacou, no entanto, que as pessoas estão confundindo tecnologia com processos e ressaltou que o ‘olho no olho’ é muito importante. “Se você pensar bem, a maioria das coisas que resolvemos no dia a dia hoje em dia são como se estivéssemos resolvendo nos anos 90, usando interfaces um pouco melhores. O análogo, olho no olho, não está fora de questão, mas está sendo esquecido. Inovação é ouvir quem está no final do processo”, concluiu.



    Fonte: Noticias Agricolas