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A bancarização do dia a dia e a depreciação é pouca para a pecuária. Aí vem um ciclo de consolidação em grandes grupos – Money Times

Aumentar a carne por hectare e depois avançar para novas áreas está a caminho da pecuária moderna

Como o Brasil se tornou a maior potência exportadora de carne bovina do mundo, e o maior produtor, desde os primeiros anos da década de 2020, e continuou crescendo com milhares de pecuaristas longe de produzir dentro dos padrões de qualidade e modelos contábeis necessários para manter o negócio vai?

Essa é sempre a questão quando se olha para as tendências da pecuária de corte brasileira, com base em estudos que indicam um novo ciclo de êxodo, já que, aparentemente, os empresários do campo eram mais resilientes do que seus colegas da agricultura.

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Quando se verifica que a escala de produção de grãos exigia a consolidação em grandes corporações, retirando do campo milhares de pequenos e médios produtores – ou sua permanência apenas em bases cooperativas no Sul do país -, nem sempre isso ficou muito claro em relação à Produção. de bois, que também passou por transformações significativas. A formação dos grandes players da refrigeração, também no início do século XXI, foi um deles.

Uma das respostas está no perfil dos dois macrossetores. A agricultura com alta produtividade em commodities – soja, milho e algodão, por exemplo – nasceu diretamente do flanco exportador e mais da metade da produção é destinada ao exterior. O destino chinês é o principal, com exceção do milho.

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No caso da pecuária, o tamanho do mercado interno já representou mais de 50% da produção de carne – hoje é de aproximadamente 35% – e deu sobrevivência à maioria desses pecuaristas, embora parte da resposta seja encontrada, expansão, no mercado externo para a China, como commodities.

A outra conclusão, que não poupa um grande número de produtores que vêm apresentando ganhos de competitividade, é de Thiago Bernardino de Carvalho, pesquisador do Cepea/Esalq:

“Cerca de 56% ainda tem condições de pagar o dia-a-dia e a depreciação”.

É muito pouco para as condições atuais.

Consolidação em grandes grupos

A avaliação do analista e professor da Unesp vai ao encontro do verificado pela Embrapa, que aponta que metade dos cerca de 1,4 milhão de pecuaristas deixará a atividade até 2040.

Parênteses: esses números macro do setor devem ser relativizados, pois há milhares que trabalham com pouco mais de 20 cabeças de gado, como o IBGE também contabiliza, e nem devem ser considerados nos estudos por estarem abaixo da linha de sobrevivência.

De qualquer forma, os produtores que estiverem nesse patamar mínimo não avançarão na busca por mais escala por hectare – atualmente na média crítica de 1,2 @ -, reduzirão custos e seguirão mais tecnologia em genética, explica Bernardino de Carvalho.

E espera-se uma onda de consolidação, de certa forma imitando o setor de grãos no Centro-Oeste.

“Em um primeiro momento, quem estiver em um patamar mais alto ganhará mais produtividade e, em um segundo momento, terá que avançar nos vizinhos”, diz, referindo-se a um ciclo de locação que ocorrerá em um futuro próximo.

A situação é mais desafiadora para o mercado interno. Obviamente não haverá espaço para todos nas exportações, que devem responder por 65% da produção de 8,1 milhões de toneladas (equivalente carcaça) neste ano. A menor taxa em 20 anos, segundo a Conab.

No 1º semestre foram embarcadas 932,3 mil/t (70% para a China), 27% superior ao período de janeiro a junho de 2021, representando mais de R$ 5,6 bilhões.

O ganho de produtividade será mais decisivo do que para quem já está localizado no fornecimento de carne no exterior.

A questão é como esse contingente de produtores vai se virar, com o consumo caindo cada vez mais, abaixo de 25% per capita ano, o menor da série histórica registrada desde 1996.

As contas, pelo preço do @, não fecham vis-à-vis os custos da atividade, principalmente na alimentação, e, mais ainda, sem capacidade de investir no insumo principal, a reposição de gado de qualidade que sustenta a produtividade .

Paralelamente, JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3), para citar apenas os três grupos dominantes hoje, estão investindo cada vez mais em seu próprio gado, aumentando seu confinamento. Eles devem colocar ainda mais pressão nas cotações à medida que a oferta da casa cresce.

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Fonte: Noticias Agricolas

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