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Zoneamento agrícola de risco climático para soja é atualizado no Mato…

Na semana passada, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou as Portarias que atualizam o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura da soja nos estados da Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Piauí, Pará, Rondônia, Tocantins, Acre e no Distrito Federal. As portarias dos demais estados devem ser publicadas nos próximos dias.

O Zarc é uma ferramenta de análise de risco que auxilia a tomada de decisão no campo, considerando a probabilidade de ocorrência de adversidades climáticas com base em uma série histórica de dados climáticos, além das características da cultura e do solo.

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No caso da soja, foram definidas áreas e épocas de semeadura, simulando perdas de produtividade inferiores a 20%, 30% e 40%, devido à ocorrência de eventos meteorológicos adversos, principalmente secas durante a fase reprodutiva da planta. “No entanto, é importante ressaltar que o Zarc não estabelece as épocas de semeadura e os locais com maior probabilidade de obtenção das maiores produtividades”, explica o pesquisador José Renato Bouças Farias, da Embrapa Soja.

Foram considerados novos parâmetros e fatores de risco, associando questões hídricas e térmicas, incluindo a probabilidade de ocorrência de geadas. Foi também introduzida uma nova abordagem dos riscos associados à água disponível no solo, que permitirá em breve associar conceitos de gestão do solo e sistemas de produção. Segundo o pesquisador, as Portarias Zarc-Soja para a safra 2023/24 são as primeiras a contemplar essa nova metodologia.

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Os estudos para o desenvolvimento da nova versão do Zarc para soja foram iniciados em 2021 e validados em reuniões regionais e estaduais, em 2022, realizadas com os principais atores da cadeia produtiva da soja.

Novo sistema de classificação de água do solo disponível

A principal atualização desta versão do Zarc Soja é o novo sistema de classificação de solos que deixa de utilizar o tradicional sistema de solos “Tipo 1”, “Tipo 2” e “Tipo 3” e adota uma nova metodologia que define seis classes de água disponível ( AD1, AD2, AD3, AD4, AD5, AD6). Nesse sistema, a classe AD do solo é determinada com base em sua composição textural completa, ou seja, com os teores de areia, silte e argila. No sistema antigo, os tipos de solo eram estabelecidos principalmente pelo teor de argila.

A água disponível no solo (AD) deve ser estimada para cada área de produção, com base em sua composição textural determinada pela análise padrão do solo. A estimativa é feita por meio de uma equação (função de pedotransferência), devidamente ajustada para os diferentes solos brasileiros, resultado de pesquisas recentes da Embrapa sobre o assunto (Boletim de Pesquisa 272 – Embrapa Solos(1), Comunicado Técnico 135 – Embrapa Digital Agricultura(2)). Zarc Soja – 06ADs apresenta maior precisão nas estimativas de risco de déficit hídrico e melhor representação da realidade em diferentes solos brasileiros em comparação aos três tipos utilizados anteriormente.

Todas as novas atualizações do Zarc geradas a partir de 2022 já utilizam o sistema 06ADs. Entretanto, a maioria dos Zoneamentos já divulgados seguirá com resultados em “3 solos”, até que sejam gradativamente substituídos por novas versões atualizadas para o sistema 06ADs. A soja é a primeira cultura a ser utilizada neste novo formato.

Disponibilidade de água e produtividade da soja

Segundo Farias, a soja é altamente adaptável ao clima e aos solos brasileiros, dos dois lados da linha do equador. Dos elementos climáticos que mais influenciam o desenvolvimento e a produtividade da soja, a disponibilidade hídrica é o que mais afeta a produtividade de grãos. Em relação às necessidades hídricas para o cultivo da soja, Farias afirma que o ideal seria em torno de 450 a 800 mm de água disponível durante todo o ciclo vegetativo da cultura, variável conforme o ciclo da cultivar, o desenvolvimento das plantas e as condições climáticas da região. região.

Para o bom desempenho da soja, o pesquisador afirma que a cultura precisa de volumes adequados de água e boa distribuição nas fases mais críticas. “Tão ou mais importante que o volume total de água é a distribuição das chuvas ao longo do ciclo. As fases mais sensíveis ao déficit hídrico ocorrem no período de semeadura-germinação-emergência e, principalmente, da floração ao enchimento de grãos, quando a seca afeta consideravelmente a produtividade das lavouras”, destaca Farias.

A chuva é a principal fonte de água para a maior parte da produção brasileira de soja, tanto que a área irrigada com soja ainda é insignificante. “É importante destacar que as práticas agrícolas que favorecem a melhor estruturação do solo e o aprofundamento do sistema radicular contribuem para aumentar a disponibilidade de água no solo, principalmente em épocas de precipitação insuficiente”, enfatiza o pesquisador.

Acesso a Zarc

Os resultados estão disponíveis na plataforma Painel de Indicação de Riscos, nas portarias Zarc por Estado e no aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, disponível nas lojas de aplicativos iOS e Android.

Desde 2022, o aplicativo Zarc Plantio Certo permite testar o novo sistema de classificação em 06ADs de alguns estados. A partir de abril de 2023, a opção de teste foi disponibilizada para todos os estados.

Para testar, após abrir o aplicativo, basta selecionar o município de interesse e, na seleção da safra, escolher a opção de teste “TESTE para 6 Anúncios” ao final da lista. Após isso, é possível acionar o botão “Soil”, informar os teores de areia, silte e argila. Ao informar as notas, o aplicativo informa a turma AD correspondente.

Após a publicação dos Zarc Soy 6ADs, os mesmos testes podem ser feitos diretamente selecionando “Soja” na lista de cultivos, para estados com Zarc Soybean.

Fonte:

seg. da Agricultura – MS



Fonte: Noticias Agricolas

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