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Vida gerando vida e cafeicultura gerando vida social e…

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“Minha experiência com a cafeicultura foi que é possível que sua habilidade seja valorizada mesmo em um ambiente tão consolidado e tradicional. Minha expectativa é que ela possa criar e ter capacidade de execução, causando algum impacto na vida das pessoas. O que espero poder passar para uma geração futura é que eles têm a capacidade e isso é genuíno, a capacidade de olhar para o outro.”

A fala é de Carolina Vono Alckmin, uma das 100 mulheres mais poderosas do Agro em 2021 pela Forbes, que atua na Nas entrelinhas do Cafezal e se refere a Luísa, sua primeira filha que deve chegar em janeiro de 2023 e ser a primogênita da sexta geração da família que produz cafés especiais na Mantiqueira de Minas Gerais.

Carol Alckmin (11)

Com as emoções à flor da pele e à espera da pessoa que com certeza vai receber o título de “o amor da sua vida”, Carol começa a contar a sua própria história de uma forma que nos mostra que o café é realmente feito com muito carinho nesta família. e que desta vez, foi ela quem escolheu trabalhar com café, sempre com o objetivo de ajudar no desenvolvimento social de quem está no campo e valorizar os profissionais que fazem do Brasil a potência que é na produção de café.

“Casei com agronegócio. Minha família de origem não é do agronegócio. Casei com Lucas (Alckmin) que vem da família do agronegócio. Ele é a quinta geração, Luísa será a sexta se quiser, e eu juntei a família para trabalhar com café”, conta.

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Carol Alckmin (12)

Nascido em Santa Rita do Sapucaí,
Minhaentrelinhas mapa 10 v4onMNas Gerais, antes de trabalhar com café, Carol e Lucas têm uma história de 20 anos. Ele, a quinta geração de uma família produtora, que seguiu sua vida profissional trabalhando no setor financeiro, mas que se reencontrou com o café em uma visita à fazenda da família, em busca de dias mais tranquilos diante da vida agitada de São Paulo, no ao mesmo tempo em que percebeu que seu pai também precisava de mais ajuda para administrar o negócio ao ar livre.

Ao mesmo tempo, Carol fazia carreira na área da saúde no Hospital das Clínicas de São Paulo e se deparou com o café. Acompanhando mais de perto a rotina da fazenda e com o isolamento da Covid-19, foi quando ela realmente conheceu os processos de produção, mais sobre fatores sensoriais e cafés especiais, e se apaixonou pelo universo e pelas conexões do café.

Como sempre falamos emNas entrelinhas do Cafezal, o índice de desenvolvimento social nas áreas onde o café está localizado é alto. No Brasil, onde mais de 70% da produção de café é composta por pequenos produtores, as práticas ESG adotadas por muitos produtores há muitos anos garantem esse desenvolvimento e vida digna na maioria das áreas de produção.

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Mas, como em qualquer outro setor, ainda há espaço para melhorias e novas oportunidades. Foi nisso que, seguindo essa rotina de “chova ou faça sol”, Carol começou a olhar para esses trabalhadores rurais a fim de trazer mais oportunidades e reconhecimento.

“Com a pandemia, tive os finais de semana livres e passei a ajudar mais o Lucas, inclusive nos finais de semana. de café”, começa a contar.

A partir daí, a família começou a criar projetos para melhor atender os colaboradores, crianças que estavam fora da escola durante o período de pandemia e acabaram sentindo mais os impactos de um momento tão complexo e delicado que afetou todas as faixas etárias.

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“Vendo a necessidade de engajar as pessoas para trabalhar no campo. Acho que talvez por causa da minha formação, meu olhar vai direto para as pessoas. E também porque a questão da produção, o cuidado com o café já está muito consolidado aqui, então eu tive a oportunidade privilégio de pensar em outros fins, de pensar no que precisamos fazer para melhorar a vida das pessoas que estão ali. Esse é um pensamento absolutamente utópico e objetivo, não há nenhum tipo de ação que fazemos que tenha resultado imediato, mas acredito em ações que, sendo feitas a longo prazo, mudem as relações das pessoas, da comunidade cafeeira”, diz.

A virada com os cafés especiais e o atendimento à mulher do campo

Carol

O grande “start” no mundo cafeeiro veio junto com a experiência dos cafés especiais. Carol conta que ao conhecer melhor o trabalho de dedicação na produção desses grãos, decidiu que da área da saúde se tornaria uma empresária de café.

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Tudo começou quando amigos que ainda vivem na loucura de São Paulo começaram a buscar mais momentos de tranquilidade nas fazendas da família. A partir daí, Carol percebeu que muitos ainda não compreendiam a complexidade de produzir cafés de qualidade, restringindo-se apenas ao momento da xícara.

“Esse movimento, que era muito próximo da gente e que não tinha contato com o café, me virou. Isso interessa às pessoas, elas só não sabem ainda. E poder mostrar o produto que é muito fino, produzido no nosso país e que as pessoas não conhecem foi motivador. E apresentar o produto do café especial, os aromas e sabores, a representação da nossa região é algo que me emociona muito, mas nada disso faz sentido se eu não arrastar um muita gente comigo. no dia a dia da fazenda, entender a vida dessas pessoas me fez querer muito trabalhar com isso”, diz.

Carol Alckmin (17)

Para quem trabalha com café, também é sabido que a presença feminina no campo impulsiona muito a produção de especiais. Seja pelos detalhes, dedicação ou pelo perfeccionismo mais refinado, as mulheres fazem a diferença. Ao ver isso, Carol percebeu que, apesar de todas essas características, as mulheres que ali trabalham também mereciam um reconhecimento ainda mais significativo.

Foi então que surgiu a ideia de plantar 30 mil pés de café em uma área da fazenda que foi plantada e continua sendo tratada apenas por mulheres. O plantio ocorreu em 2018 e a expectativa é que a primeira colheita seja feita na safra de 2023.

“Essa forma de estar mais perto das pessoas que estão ali, com as mãos no chão, mostrando a essas pessoas o resultado do seu trabalho. Eu realmente não sei o quanto essa emoção melhorou, mas é algo que eu não pretendo parar. O primeiro pensamento foi: a mãe domina a emoção da casa, então vamos trazer mais emoção para a vida dessas mães, emoção de reconhecimento e respeito por estar ali conosco”, afirma.

Assim como a maioria dos produtores mineiros, a área do Projeto Frutificar também foi afetada pela seca dos últimos anos e pela geada de 2021, mas com exceção dos eventos climáticos, a expectativa é bastante positiva e animadora para a primeira safra.

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A variedade escolhida foi a Arara, também cultivada pela vizinha e que tem tido resultados surpreendentes nos últimos ciclos. “Mas nestes últimos meses não precisou de muitos cuidados. Eles continuam o trabalho, é um desafio manter a motivação para manter o próprio espaço. Porque não era uma necessidade genuína para eles, isso foi algo que eu identifiquei que poderia se tornar um potencial. Digo que o resultado daquela safra que vai ser colhida na próxima safra tem que voltar para essas famílias, para essas mulheres”, destaca.

Apresentando o café ao consumidor final, que ainda desconhece as nuances desse imenso universo

Carol Alckmin (2)

Apesar de ter optado por continuar a vida ao lado de uma família tradicionalmente cafeicultora, Carol também lembra com frequência que só conheceu a produção quando passou a visitar mais a fazenda. E com amigos que ela também não conhecia, ela entendeu que essa poderia ser mais uma frente de trabalho: Captar o café como ele é e todas as oportunidades que ele oferece do campo à xícara.

“Por mais que eu estivesse grudado no café com o café, eu não tinha essa dimensão do que é essa produção. . Então hoje eu tenho que aproximar as pessoas do que é a produção de café, que é tão importante para o nosso País. Vamos encurtar esse caminho: eu levo as pessoas para a fazenda, subimos 1.300 m de altitude e lá eles ficam surpresos. consumidor mais próximo dessa noção de valor do que é a cafeicultura”, diz.

De olho no consumo de cafés especiais no Brasil, Carol acredita em um futuro promissor para o cafeicultor, mas que o trabalho de apresentação desse café precisa ser feito apesar da tradição brasileira de beber pelo menos uma xícara de café por dia.

Carol Alckmin (3)

“Esse consumo já é muito comum em outros países, mas não aqui. Na verdade, o consumo de café já está enraizado no brasileiro, isso já está muito consolidado. São duas questões: acessar um hábito que já está estabelecido e às vezes a pessoa o recebe como “gourmetização” desnecessária. Mas por outro lado, vivemos um momento em que as pessoas estão mais preocupadas com o que consomem, com a história desse produto”, diz.

Ele também ressalta que esse trabalho de educação do consumidor é um trabalho de “formiguinha”, mas já foi abraçado até pelas grandes marcas. “Eu vejo que as pessoas se interessam pela origem, quem experimenta pela primeira vez e consegue provar sem identificar os benefícios e as delícias, é um caminho sem volta. As pessoas compram mais, voltam a comprar e se interessam nas regiões”, conclui.

Carol reconhece a importância de trabalhar com o consumidor, mas ressalta que é importante que não haja disputa com as cafeterias industriais e convencionais, que representam muito a história do consumo no Brasil.

“Um cuidado que tenho ao falar dos cafés especiais é não desvalorizar o café comercial. O café comercial é nossa cultura, nossa memória afetiva. Essa é uma memória que quando sentimos o cheiro que remete a momentos, traz uma sensação muito importante. O a ideia não é sobrepor toda essa história do café e desvalorizar um produto que o trouxe até aqui. Foi esse produto que fomentou a cadeia, a ideia é apresentar diferentes tipos e dar a oportunidade de encantar as pessoas, e elas se encantam!”, termina.



Fonte: Noticias Agricolas

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