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Uso do milho DDG no MT pode dar um salto na produção de proteína animal

Por Bianca Mortelaro – AGRONEWS®

Pecuaristas de Mato Grosso avaliam positivamente o crescimento do setor e consideram o uso do milho DDG como um alívio para o bolso do produtor

Segundo a Unem, a previsão é que a produção de DDG no Brasil ultrapasse 2 milhões de toneladas em 2021/22, valor 60% superior aos 1,3 milhão de toneladas produzidas na safra anterior. A entidade planeja atingir 6 milhões de toneladas de farelo proteico até 2029 e Mato Grosso deverá aumentar o número de usinas para produção de etanol de milho, contribuindo assim para o aumento do excedente de DDG.

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Importância econômica do milho DDG para Mato Grosso

Segundo levantamento da Federação das Indústrias de Mato Grosso – FIEMT, somente neste ano, as indústrias mato-grossenses movimentaram US$ 22,4 milhões, enviando cerca de 73 mil toneladas para o exterior. O levantamento também mostra que as exportações de DDG realizadas pelo estado representam 94,53% dos embarques internacionais. Grande parte do produto foi exportado para a Nova Zelândia, cerca de 28 mil toneladas com ganho de US$ 9 milhões, e para a Arábia Saudita, exportado 26 mil toneladas e ganho de US$ 8 milhões.

Francisco Manzi – Diretor Técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso – Acrimat

Em entrevista à Agronews®, o diretor técnico da Associação de Criadores de Mato Grosso – Acrimat, Francisco Manzi, comentou sobre o impacto econômico do DDG em Mato Grosso e destacou que “Os principais pilares da pecuária moderna são a genética, a nutrição, o manejo e o fator sanitário. Já que a nutrição responde por grande parte da rentabilidade econômica, e com isso, o impacto é bastante positivo.”, explica Chico Manzi.

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Chico lembra que “a transformação do milho em DDG agrega valor à produção. Como exemplo, podemos citar que a variação de preço da saca de 60 quilos de milho é vendida entre R$ 60,00 e R$ 86,00, enquanto a tonelada de subproduto do milho é vendida entre R$ 940,00 e R$ 1,1 mil reais .”, comenta Manzi.

Uso de DDG na produção de proteína animal

O DDG tem sido cada vez mais utilizado pelos pecuaristas por sua relação custo-benefício, mas Quais as vantagens de adicionar este produto à dieta dos seus animais? E o seu processo de origem?

Antes de mais nada, é importante que você saiba que DDG é um acrônimo para “Grãos Secos de Destilaria – Grãos Secos de Destilaria” é um subproduto da produção de etanol, obtido a partir da fermentação do amido do grão de milho. Sua preparação inicia-se com a moagem do milho, seguida da etapa de fermentação e destilação, resultando em etanol e um material residual. A partir desse resíduo, três produtos são produzidos: óleo, solúveis e WDG. Após o WDG ser submetido ao processo de secagem, o DDG é criado.

O teor de umidade desse subproduto fica em torno de 10 a 12%, permitindo seu armazenamento, como a maioria dos outros concentrados, em galpões expostos ao ar. Em termos de teor de proteína bruta, o DDG tem uma média de 25 a 32%, sendo este o principal motivo de sua utilização, pois é um forte substituto do farelo de soja (que possui 43% de proteína bruta).

Este produto é utilizado há anos por pecuaristas de países como Estados Unidos e Paraguai e, com a expansão do mercado de etanol de milho no Brasil, passa a ser ofertado também no mercado nacional, com importante relevância para a nutrição de bovinos de corte.

Milho DDG em MT
Aldo Rezende Telles – presidente da Associação de Criadores de Nelore de Mato Grosso – ACNMT

O pecuarista e presidente da Associação dos Criadores de Nelore de Mato Grosso – ACNMT, Aldo Rezende Telles, disse à Agronews® que vem utilizando o DDG Ouro, pois contém mais fibra e um pouco menos proteína (20%) e energia (85% NDT) do que o DDG tradicional. Aldo destacou que está satisfeito com o resultado obtido. “Minha experiência é muito positiva, tanto que na minha propriedade em Cuiabá/MT uso apenas DDG como proteína para o gado.”, avalia.

De acordo com a Prodap, empresa de soluções para gado de corte, fábrica de leite e ração animal, que assessora o presidente da Nelore-MT, o uso do DDG é em média 15% a 20% mais barato que a nutrição convencional com a mesma qualidade.

Uma tonelada de milho pode produzir de 300 a 350 kg de DDGS, com pelo menos 30% de proteína bruta, teor inferior ao do farelo de soja, que possui 45% de valor proteico, mas muito superior ao encontrado no farelo de milho. , com 8% de proteína.

Aldo Rezende também destaca a importância do milho DDG tanto para a pecuária quanto para a agricultura mato-grossense. “Com a produção de etanol a um preço razoável, isso viabiliza o preço do milho, mantendo uma estabilidade no mercado que também agrada ao agricultor.”, conclui Aldo.

DDG na dieta de bovinos

Quais as vantagens e desvantagens deste produto na alimentação do gado?

Benefícios

  • Bons níveis de energia em sua composição, podendo também ser utilizado como concentrado energético.
  • Bom custo-benefício em relação a outros alimentos energéticos protéicos presentes na composição das dietas bovinas.
  • Devido à sua falta de amido e alto teor de fibras, é um ótimo produto para reduzir a acidose ruminal.

Produto seguro do ponto de vista nutricional desde que observados os cuidados técnicos e de armazenamento.”, diz Chico Manzi.

Desvantagens

  • Embora os subprodutos da indústria do etanol possuam elevado teor de fibra, não deve ser utilizado como possível substituto do volumoso, pois possui pouca eficácia no rúmen por ser altamente digestível;
  • Por ser um subproduto, há uma variação inerente ao sistema de produção. Portanto, a avaliação da matriz nutricional desse insumo deve ser constante, por exemplo, se estamos falando de um produto com 40%, mas chegando na fazenda, ele tem 43%, isso altera toda a composição e fórmula que seria usado com o gado.

Alívio para o bolso do produtor

Em resumo, o uso do DDG deu um “alívio” nos custos da dieta dos comedouros, mas exige que cada vez mais, sua aplicação seja estudada e aperfeiçoada.

A inclusão do DDG de milho na dieta do gado tende a ser cada vez mais utilizado, fazendo assim a diferença não só nos resultados da produção agropecuária em Mato Grosso, mas pode ajudar economicamente o país.

AGRONEWS® é informação para quem produz

Fonte: Noticias Agricolas

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