trabalhar e sonhar juntos

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Quantos sonhos cabem em uma mulher? E em oito mulheres? Não há dúvida de que os objetivos de vida expressos por um grupo feminino que trabalha junto são muitos: conquistar a independência financeira, contribuir para a sociedade, aprender coisas novas, garantir o conforto familiar. É o que acontece em Presidente Epitácio, onde a Cooperativa Mulheres à Frente (COOPEMAF) e suas oito associadas trabalham desde 2022 no curtimento e tingimento de pele de peixe.

Os sonhos dos oito cooperados se materializam em couros, bolsas e carteiras, frutos do trabalho da cooperativa. Mas a concretização do projeto coletivo vai além disso, diz a presidente da Coopemaf, Kátia Mastroto. Construir independência e autoestima também são objetivos do grupo. “Essa cooperativa foi criada para resgatar mulheres que sofrem violência doméstica, que precisam trabalhar, ou que não se acham capazes”, define.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado de São Paulo (SENAR-SP) esteve presente no início desse projeto em 2019. “No final daquele ano, após o Programa Novo Olhar, compartilhei meu sonho com outras seis mulheres, e todos decidimos juntar-nos a nós para tornar este sonho realidade. Esse foi o começo do Mulheres à Frente”, lembra.

ideias compartilhadas
O sonho de Katia começou quando a piscicultora, produtora de filés de tilápia, observou que grande volume de pele de peixe era descartado no processo de fabricação do filé. Pesquisando na internet, ela descobriu que o melhor aproveitamento para a pele descartada era a transformação em couro e tingimento – ao final do processo, ela teria em mãos uma matéria-prima valiosa para a indústria de calçados e acessórios.

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A ideia do curtume foi amadurecendo na cabeça de Katia por um tempo, até que em 2019 seu caminho se cruzou com o Programa Novo Olhar para Organização Comunitária Rural, organizado pelo Sindicato Rural de Presidente Epitácio e ministrado pela instrutora Silvânia Briganó, de Ibirarema. “Contei para ela o meu sonho e ela me deu um empurrão que foi fundamental. Ela me disse: ‘É isso que você quer? Então vamos fazer isso agora!’”, lembra ela. Incentivado pela professora, o piscicultor foi em busca de mais companheiros para formar a cooperativa. Entre dois anos de pandemia que impôs distanciamento social e diversos estudos, testes, parcerias e adaptações, a Cooperativa Mulheres à Frente foi construída aos poucos – e formalizada em outubro de 2022. Além de Katia, o grupo é formado por Vera Lúcia, Katia Nojima, Rosemeire, Silvânia, Marlene, Marly e Ariene.

“Desde então fomos nos especializando e pesquisando novas técnicas para facilitar e reduzir os custos de produção do curtimento da pele do peixe e sua transformação em couro”, explica o presidente da cooperativa. O plano da Coopemaf não é apenas vender o couro curtido, mas também fabricar suas próprias peças, como bolsas, chaveiros, relógios e brincos com escamas.

Cada um com seu dom
No cooperativismo, as pessoas que compõem o grupo se complementam. É o que diz o comandante da COOPEMAF. “Cada um de nós tem um dom, seja na produção, na venda ou no artesanato. A gente sempre se encaixa em algum lugar, e todos somos capazes”, acredita.

A resiliência necessária para conhecer os próprios limites e superá-los é um dos lemas da cooperativa, cujo maior desafio até agora é fabricar produtos feitos com couro de tilápia. Graças à parceria com uma artesã, as peças-piloto da cooperativa já foram confeccionadas e estão prontas para serem expostas na 11ª Aquishow Brasil, que acontece em maio em Ribeirão Preto. É o primeiro evento que a COOPEMAF vai participar.

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Planos para 2023
Participar do evento tem um sabor especial para a equipe de Presidente Epitácio, que desenvolveu com muita dedicação a técnica de fabricação do couro. “Essa técnica foi desenvolvida para facilitar o curtimento do couro e reduzir custos. Nossa perspectiva é divulgar nosso trabalho e conseguir parceiros”, diz Katia.

Ela acredita que a COOPEMAF está mais do que pronta para lançar seus produtos neste ano, além de continuar evoluindo na técnica e formulando novas peças. “Nosso plano é apresentar nossos produtos ao mercado, e a perspectiva é conseguir parcerias comerciais”, resume.

O “empurrãozinho” do SENAR-SP
Com seis módulos, o Programa Novo Olhar para a Organização Comunitária Rural orienta os produtores rurais para a formação de modelos diferenciados de empreendimento, incluindo o cooperativismo. “O cooperativismo melhora a qualidade de vida dos produtores, pois as atividades em grupo podem ser mais baratas, rápidas e eficientes do que quando realizadas individualmente”, explica Silvânia Briganó. Nesse modelo operacional, chegar a um consenso costuma ser um desafio comum.

Os produtores rurais interessados ​​no cooperativismo encontram no SENAR-SP um importante ponto de apoio. “O SENAR-SP tem muitos cursos de capacitação para os produtores e, em parceria com os Sindicatos Rurais, fornece todas as informações para melhorar a qualidade de vida e ajuda esses produtores a levarem seus produtos ao mercado”, diz o instrutor.

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O Programa Novo Olhar, em especial, auxilia os alunos que desejam seguir o caminho cooperativo, pois apresenta conhecimentos sobre como se relacionar e desenvolver trabalhos em grupo. “A COOPEMAF tomou forma ao final do Programa Novo Olhar, que de fato proporcionou um novo olhar para a mulher, que viu no couro de peixe uma oportunidade de um excelente negócio e a realização de um sonho”, resume Silvânia.



Fonte: Agro

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1 COMMENT

  1. Olá! A informação sobre a Aquishow Brasil está errada. Em 2023, chegamos à 12ª edição. Além disso, o evento é realizado em São José do Rio Preto/SP, não em Ribeirão Preto/SP.

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