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Sindirações divulga prévia do setor de Ração Animal com crescimento…

Cenário aponta crescimento mais lento devido a insumos mais caros e varejo resiliente, que prejudicam a pecuária

O Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) divulga uma prévia do setor de alimentação animal, com crescimento próximo a 1,5% até o final do ano. Os resultados obtidos até agora revelam um ritmo mais conservador do que a previsão divulgada no final de 2021, que apontava para a produção de 88 milhões de toneladas de rações e suplementos minerais e um aumento esperado de cerca de 3,5% neste ano.

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*Estimei; **Predição

Fonte: Sindirações

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ANÁLISE SETORIAL, Por Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações

Nos últimos dois anos, diante da pandemia da Covid-19, o cenário de incertezas afetou não apenas a saúde da população, mas também a economia global nos mais diversos setores. Hoje, mesmo com a vacinação e a diminuição do número de casos da doença, muitos segmentos continuam enfrentando dificuldades para retomar as atividades e remissão dos danos decorrentes.

A produção de rações, concentrados e sal mineral durante o primeiro semestre do ano manteve-se abaixo do esperado, circunstância atribuída principalmente à desaceleração da demanda na cadeia produtiva de proteína animal (especialmente ovos e leite), que foi significativamente afetada pelo esse novo patamar de preços do milho, do farelo de soja e de outros macroingredientes na dieta de galinhas poedeiras e vacas leiteiras, além da impossibilidade de repassar integralmente esse custo adicional, já que o preço pago ao produtor só melhorou um pouco mais recentemente.

Adicionalmente, as importações de aditivos (vitaminas, enzimas, aminoácidos, etc.) sofreram com a desvalorização excessiva da moeda e a interrupção do trânsito de mercadorias, devido à escassez de contêineres e custos de frete proibitivos para movimentação de cargas. Antes da pandemia, em janeiro de 2020, um recipiente de vitaminas da China para o Brasil custava em média US$ 2 mil, enquanto no segundo semestre de 2021 aumentou até 7 vezes e em abril deste ano chegou a US$ 12,5 mil .

O cenário continua se agravando por conta do compromisso chinês, firmado na COP de transição de sua matriz fóssil para renovável, e da política de saúde “Covid Zero” que subtraiu, respectivamente, energia e mão de obra nas linhas de produção dessas fábricas. Além do recente recorde de interesse pelo milho e farelo de soja brasileiros, que hipoteticamente pode estimular algumas especulações, embora a tendência, desde julho, seja de alívio em função da generosa segunda safra que, somada à primeira, deve resultar em uma safra de aproximadamente 115 milhões de toneladas de milho.

Mais recentemente, a invasão russa da Ucrânia com interrupção nas proximidades do Mar Negro, desencadeou o sinal de alerta de insegurança alimentar, uma vez que Rússia e Ucrânia representam 30% da produção de trigo e milho transacionada pelo mundo, gerando assim um grande desafio para a logística e o sistema de compensação financeira.

É importante, porém, ressaltar a vocação dos agricultores brasileiros na resolução de desafios, na defesa das relações comerciais pela singular competitividade nacional e no flagrante entusiasmo, que, mesmo diante do cenário adverso atual, continua empregando tanta tecnologia capaz de garantir índices zootécnicos invejáveis ​​e simultaneamente mitigar as emissões indesejáveis ​​de gases de efeito estufa e, assim, contribuir para a segurança alimentar e o aquecimento global.

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Fonte: CEPEA, Sindirações Adaptado

AVES DE CARNE

A demanda por rações para frangos de corte de janeiro a junho atingiu 17,9 milhões de toneladas e diminuiu pouco mais de 3% em resposta ao menor ritmo de alojamento dos pintinhos. A previsão é produzir 35,8 milhões de toneladas ao longo de 2022 e ainda avançar 1%.

PRODUÇÃO DE FRANGOS DE CORTE

(milhões de cabeças)

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Fonte: Avisite, elaborado Sindirações

AVES AVES

A produção de ração para galinhas poedeiras no primeiro semestre totalizou quase 3,4 milhões de toneladas, um decréscimo de mais de 6%, quando comparado ao mesmo período do ano passado. A tendência de maior alojamento para galinhas poedeiras em produção durante a segunda metade do ano poderá mesmo resultar numa produção de 6,9 ​​milhões de toneladas e atenuar a descida para o patamar de 4% ao longo de 2022.

COLOCANDO CAMADAS NA PRODUÇÃO

(milhões de cabeças)

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Fonte: ABPA, Sindirações Elaborado

PORCOS

O abate de suínos durante o primeiro semestre do ano superou o registrado no ano passado. Em resposta, a demanda por ração aumentou 6,5% e atingiu 9,6 milhões de toneladas. Apesar do descompasso entre o custo de produção e o preço pago/kg vivo ao produtor, é possível atingir cerca de 20,5 milhões de toneladas de ração suína ao longo de 2022 e ainda avançar 4% em relação ao que foi produzido em 2021.

ABATE DE PORCO

(milhões de cabeças)

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Fonte: IBGE, Sindirações Adaptado

GADO DE LEITE

O custo de produção para os produtores de leite e a fraca procura de produtos lácteos no mercado retalhista conduziram a um recuo razoável da atividade durante o primeiro semestre, circunstância que resultou na produção de pouco mais de 2,6 milhões de toneladas de ração animal. A hipotética melhora nas pastagens, no preço dos grãos, no incentivo ao poder aquisitivo do consumidor e, principalmente, no preço do leite pago ao produtor, poderia resultar na demanda por 6,2 milhões de toneladas de ração animal, valor até 3 % inferior ao produzido no ano anterior.

VARIAÇÃO DOS ÍNDICES DO LEITE

(21 de agosto base 100)

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GADO DE CORTE

A produção de carne bovina durante o primeiro semestre do ano continuou sendo estimulada pelos embarques para clientes estrangeiros, enquanto prevaleceram baixas perspectivas para a demanda doméstica devido à fragilidade econômica dos consumidores.

De janeiro a junho, foram produzidos 2,35 milhões de toneladas de ração para bovinos de corte e, somados à previsão para o segundo semestre, isso pode resultar no montante de 5,9 milhões de toneladas, ou seja, um aumento de 3% durante o ano de 2022.

PREÇOS DE ÍNDICES DE VARIAÇÃO

(21/junho base 100)

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Fonte: CEPEA, Sindirações Adaptado

AQUICULTURA

Acompanhando o ritmo da atividade industrial da aquicultura, a produção de rações para peixes e camarões somou 740 mil toneladas no primeiro semestre, enquanto a expectativa para todo o ano de 2022 é crescer 2,5% e contabilizar algo em torno de 1,5 milhão de toneladas de alimentação.

ALIMENTAÇÃO DE AQUICULTURA DE CONSUMO REGIONAL

(baseado na produção de peixes e camarões)

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Fonte: Sindirações



Fonte: Noticias Agricolas

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