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Senador Alan Rick é o novo presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado tem novo presidente. É o senador Alan Rick (União Brasil/AC), que substitui a senadora Soraya Thronicke (Podemos/MS). Alan Rick foi eleito, por aclamação, nesta quarta-feira (9), para presidir o CRA para o biênio 2023-2024.

Em sua primeira manifestação, o senador disse que vai apresentar emenda ao Orçamento da União destinando recursos para garantir assistência técnica aos produtores rurais, principalmente pequenos agricultores, e que vai trabalhar para valorizar a profissão de Técnico Agrícola.

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Alan Rick também defendeu mais investimentos em infraestrutura e inovação. Segundo ele, é preciso construir novas rodovias e recuperar as vicinais para facilitar o escoamento da produção agrícola e incentivar o uso de tecnologia nas atividades agrícolas.

O senador acriano elogiou o papel da agricultura brasileira na segurança alimentar mundial e destacou a importância da produção rural do Acre, que definiu como uma “potência agrícola em crescimento” marcada pelo compromisso com a sustentabilidade.

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O novo presidente do CRA defendeu ainda a redução da insegurança jurídica em torno da posse da terra, mais linhas de crédito para os pequenos produtores e incentivo para que os jovens ingressem na carreira de técnico agrícola.

A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), então filiada à União Brasil, presidiu o colegiado no primeiro semestre. Com a mudança de partido de Soraya para Podemos, o parlamentar deixou o cargo. A União Brasil reivindicou a presidência do colegiado, o que motivou nova eleição.

hortas comunitárias

Na reunião desta quarta-feira, o CRA aprovou projeto que autoriza a União a ceder terras de sua propriedade para implantação de hortas comunitárias, com práticas de agricultura orgânica, e produção de mudas para paisagismo urbano, por meio de técnicas agroecológicas e por famílias de baixa renda renda, de acordo com o plano diretor municipal.

O PL 2.100/2019, do Deputado Luiz Couto (PT-PB), altera a Lei de Regularização Imobiliária da União (Lei 9.636, de 1998). O parecer da senadora Eliziane Gama foi favorável à aprovação. O projeto segue agora para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

As propriedades serão transferidas apenas para famílias de baixa renda organizadas em associações, cooperativas ou sindicatos. A cessão de terras será feita de forma precária por ato da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), com o objetivo de incentivar iniciativas de hortas comunitárias e produção de mudas para paisagismo urbano.

Para o relator, “as hortas comunitárias em áreas urbanas fazem parte do contexto da agricultura urbana e periurbana (UPA), que vem ganhando destaque no cenário mundial e nacional, reafirmando-se como fator permanente nos processos de desenvolvimento sustentável da cidades”. Eliziane cita dados do Instituto Escolhas, segundo os quais a produção de alimentos em espaços urbanos e periurbanos já é uma realidade no Brasil, e considera que o programa converge com a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

Na discussão do assunto, Zequinha Marinho lembrou a quantidade de terrenos baldios nas cidades brasileiras e a necessidade de conscientizar sobre a importância da agricultura em pequenos espaços. Tereza Cristina, na mesma linha, citou técnicas agrícolas adequadas à área urbana.

recuperação do solo

O colegiado também aprovou um projeto que cria assistência material e a abertura de uma linha de crédito para agricultores familiares voltada para a recuperação de solos e pastagens. O PL 1.103/2022, do senador Jader Barbalho (MDB-PA), foi aprovado na forma de substitutivo oferecido pelo relator, senador Beto Faro, e agora segue para análise da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

A iniciativa visa estimular o aumento da produtividade da pecuária e a produção de alimentos e renda, sem ampliar as áreas de pastagens em detrimento das áreas de vegetação nativa. A proposta altera a lei que estabelece as diretrizes para a formulação da Política Nacional da Agricultura Familiar e dos Empreendimentos Rurais Familiares (Lei 11.326, de 2006), incluindo a assistência material e a linha de crédito como parte dessa política. O texto entende como assistência material todo apoio contínuo em doação financeira ou material, bem como empréstimo de equipamentos e insumos.

O relator acatou a emenda apresentada pelo senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) para acrescentar que as linhas de crédito propostas pelo projeto poderão ser objeto de subvenção econômica na forma de equalização de taxas nos termos da Lei 8.427, de 1992 , que trata da concessão de subvenção econômica em operações de crédito rural. A emenda também define que, quando os créditos forem destinados às mulheres agricultoras familiares, terão uma taxa de juros reduzida.

Na discussão, Zequinha Marinho comentou que o setor precisa de uma taxa de juros diferenciada, já que as atuais condições de financiamento não estimulam a produção.

regularização fiscal

Após pedido de revisão, foi adiada a votação do projeto do senador Angelo Coronel (PSD-BA), que prorroga o prazo de adesão ao Programa de Regularização Fiscal Rural até 31 de dezembro de 2024 (PL 5.109/2020). O programa, denominado “Refis Rural”, foi criado em 2018 para resolver a questão das dívidas dos produtores rurais com o Fundo de Amparo ao Trabalhador Rural (Funrural) após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter julgado a constitucionalidade da cobrança.

Segundo o autor do artigo, os prejuízos fiscais decorrentes do projeto estão amparados pela Emenda Constitucional 106, que abriu exceções à responsabilidade fiscal diante da calamidade pública da covid-19.

O senador Jorge Seif leu seu parecer favorável ao projeto ao CRA. Ele avaliou que as medidas de isolamento implementadas por causa da pandemia causaram a interrupção das atividades normais das pessoas, com impacto negativo na produção, consumo e investimentos, e também na renda dos produtores rurais.

O presidente da Comissão, Alan Rick, concedeu vista a pedido do senador Beto Faro. Depois de votada pelo CRA, a proposta seguirá para análise do CAE, cuja decisão é definitiva.

marco temporal

A análise do projeto de lei que trata do prazo para demarcação de terras indígenas (PL 2903/2023) foi adiada para a próxima reunião do CRA. Alan Rick destacou que a relatora da proposta, senadora Soraya Thronicke, estava ausente. Ele se comprometeu a encaminhar o projeto de lei ao Senado na próxima semana, a fim de permitir uma maior discussão sobre o tema.

A matéria (já aprovada na Câmara dos Deputados como PL 490/2007) estabelece que, para serem consideradas terras tradicionalmente ocupadas, deve ser objetivamente comprovado que, na data da promulgação da Constituição, essas áreas estavam no mesmo tempo habitado pelos indígenas de forma permanente, utilizado para atividades produtivas necessárias à preservação dos recursos ambientais e à reprodução física e cultural. Os opositores do texto temem que a proteção dos povos indígenas e do meio ambiente seja prejudicada, enquanto os defensores apontam que o assunto pode trazer segurança jurídica e estimular a produção agrícola.

Zequinha Marinho, apesar de afirmar entender os motivos do adiamento, fez eco da cobrança da sociedade por um posicionamento do Legislativo sobre o prazo.

“Infelizmente, o Supremo Tribunal Federal nos obriga a sermos ágeis”, apontou Zequinha Marinho, referindo-se ao atual julgamento, no STF, de ação sobre o tema.

Hamilton Mourão (Republicanos-RS) também ressaltou que o tema coloca em risco a segurança nacional. Jorge Seif disse que o Parlamento não pode deixar o assunto “flutuando” e condenou o uso de indígenas como “massa de manobra”.

[Produtores rurais] “eles vivem uma insegurança jurídica que nós, Poderes da República, estamos imputando à maior riqueza do Brasil.”

Soraya Thronicke chegou a emitir parecer favorável ao projeto, sem alterações. Depois de passar pelo CRA, o projeto ainda deve ser analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

vegetação nativa

Também foi retirado da pauta um projeto que permite regularizar propriedades rurais cuja vegetação nativa foi desmatada em uma área maior do que o permitido entre 22 de julho de 2008 e 25 de maio de 2012, com a averbação de outra área de reserva legal três vezes maior. A votação do PL 2.374/2020, do senador Irajá (PSD-TO), foi retirada de pauta a pedido do relator, Jaime Bagattoli, para rever a matéria.

Aplicativo

Os senadores aprovaram o pedido (REQ 25/2023 – CRA) do senador Beto Faro para dispensar a audiência pública que teria como objetivo instruir um projeto que retoma o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do Governo Federal. O projeto (PL 2920/2023) já foi aprovado e convertido na Lei 14.628, de 2023, sancionada em 21 de julho. O texto tem o mesmo teor da MP 1.166/2023, cuja vigência terminaria no início de agosto.

Da redação, com a Agência Senado

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