O Sistema Famato, representado pelo presidente Vilmondes Tomain e pelo 2º vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Amarildo Merotti, participou nesta terça-feira (20/6), de reunião na Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Estado do Rio de Janeiro (FAERJ), onde foram apresentadas perspectivas e ações para o estado do Rio de Janeiro atingir o status indemnes de febre aftosa sem vacinação.
A reunião foi conduzida pelo presidente da FAERJ, Rodolfo Tavares. Também participaram do encontro o deputado federal por Mato Grosso, Coronel Assis; o Diretor Técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco Sales Manzi; o diretor executivo da Fesa-MT, Juliano Ponce; o secretário de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento do Rio de Janeiro, Flávio Campos e o deputado Jair Bittencourt, vice-presidente da Comissão de Agricultura da ALERJ, além de representantes do Grupo Gestor do Rio de Janeiro.
O Rio de Janeiro faz parte do Bloco IV do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância da Febre Aftosa (PE-PNEFA). O Bloco IV compreende 10 estados e o Distrito Federal (Bahia, Sergipe, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Tocantins e Distrito Federal).
Os estados de Mato Grosso, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Tocantins obtiveram autorização do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para suspender a vacinação em 2023.
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A suspensão faz parte do projeto de ampliação das zonas livres de febre aftosa sem vacinação no país, previsto no PE-PNEFA. Para fazer a transição de status saúde, os estados e o Distrito Federal atenderam aos critérios definidos no Plano Estratégico, que está alinhado às diretrizes do Código Terrestre da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
“A febre aftosa teve impacto financeiro na pecuária brasileira, foi erradicada por etapas até Mato Grosso ficar livre da doença em 1996 e o vírus se espalhou pelo estado até 2007. A vacinação do rebanho começou em 1992, o que foi fundamental no combate à doença. E para ganhar o novo status sanitário de livre de febre aftosa sem vacinação, o governo do estado de Mato Grosso, produtores rurais e entidades agropecuárias tiveram que cumprir uma série de requisitos estabelecidos pelo Mapa. Por meio de investimentos do governo do estado e por meio do Fundo de Emergência em Saúde Animal do Estado de Mato Grosso (Fesa/MT), mantido pelo setor produtivo rural, o estado de Mato Grosso conseguiu atender às demandas”disse Vilmondes Tomain.
Vilmondes também destacou que o cumprimento das ações determinadas pelo Mapa foi possível graças à união entre o setor e o governo de Mato Grosso.
“A união entre o sistema sindical, produtores rurais, Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), A Fesa-MT e as entidades do agro possibilitaram o cumprimento das ações determinadas pelo Mapa. Os investimentos da Fesa-MT proporcionaram a independência da iniciativa privada para ajudar no desenvolvimento da pecuária de Mato Grosso. Hoje existe uma parceria com o governo do Mato Grosso para a aplicação de 100% da Fethab em infraestrutura, o que favorece o setor e a economia do estado. Assim como aconteceu no Mato Grosso, acredito que para os estados do Rio de Janeiro, Sergipe e Bahia são necessários apoio e investimento dos governos estaduais e da união do setor”disse Tomain.
Para o presidente da FAERJ, Rodolfo Tavares, a diversidade de experiências e o engajamento de diferentes entidades enriquecem as discussões e contribuem para a busca de soluções efetivas. “Conquistar o status de Livre de Febre Aftosa sem vacinação trará benefícios para a economia do RJ, abrindo novos mercados e fortalecendo a imagem dos produtos agropecuários do Rio de Janeiro no cenário nacional e internacional”marcou.
Amarildo Merotti, que também é presidente da Comissão de Coordenação dos Grupos Gestores (CCGE) do Bloco IV, apresentou as ações necessárias que devem ser cumpridas pelo Rio de Janeiro e pelos estados de Sergipe e Bahia. “É muito importante o envolvimento da classe política na resolução das pendências do Bloco IV. Os três estados precisam estar alinhados nas estratégias de trabalho. O prejuízo será muito grande para quem não acompanhar o Bloco IV”reforçou Amarildo.
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O veterinário e analista pecuário da Famato, Marcos de Carvalho, explicou que os estados do Rio de Janeiro, Sergipe e Bahia não conseguiram avançar no plano estratégico, por isso continuam vacinando seus rebanhos.
“A ideia é que esse encontro aconteça também com os estados da Bahia e Sergipe. É importante que os três estados consigam mobilizar as classes políticas e cumprir as metas traçadas pelo Mapa. Governos e equipes de gestão precisam trabalhar juntos. Em maio de 2024, o Bloco IV deve entrar com uma ação judicial na Organização Mundial de Saúde Animal para obter o reconhecimento internacional como Zona Franca de Febre Aftosa sem Vacinação. Então, como consequência, se esses três estados não conseguirem avançar, ficarão impedidos de enviar animais para a maior parte do Brasil, ficando assim isolados. Por isso, reforço a importância do envolvimento da classe política. É preciso conscientizá-los do risco que o Estado corre. A proposta do Mapa para esses três estados é avançar até novembro de 2023 para realizar a última vacinação em abril. E a partir de maio de 2024, junte-se ao Bloco IV neste reconhecimento Internacional de Zona Franca de Febre Aftosa sem Vacinação”explicou Marcos de Carvalho.
Fonte: Ascom Famato