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Renovação da frota de caminhões: medida vai para sanção presidencial

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Foto: Divulgação

A adesão ao Renovar é voluntária, e a implementação do programa será feita em etapas, sob a operação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

O Senado aprovou, na noite desta quarta-feira (3), a Medida Provisória (MP 1.112/2022) que criou o Programa de Aumento da Produtividade da Frota Rodoviária no País (Renovar) e tem como um de seus objetivos retirar de circulação ônibus e caminhões ao final de sua vida útil. Na forma do PLV 19/2022 — que está sendo sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro — os senadores manteve as mudanças aprovadas pela Câmara dos Deputados e, sob polêmica, rejeitaram a retirada do artigo que permite que empresas de petróleo e gás natural apliquem recursos obrigatórios de ciência e tecnologia nas atividades de desmantelamento de veículos pesados ​​fora de circulação.

Com o descarte de veículos antigos para sucata, a Renovar visa reduzir custos logísticos, inovar e criar novos modelos de negócios e melhorar a qualidade de vida dos profissionais do transporte. O programa também busca atender às metas do Plano Nacional de Redução de Mortes e Agravos no Trânsito (Pnatrans).

A adesão ao Renovar é voluntária, e a implementação do programa será feita em etapas, no âmbito da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). O transportador autônomo de carga e os cooperados de transporte de carga terão acesso prioritário aos benefícios. Dados do Departamento Nacional de Trânsito do Ministério da Infraestrutura indicam que existem mais de 3,5 milhões de caminhões em circulação no Brasil e, desse total, cerca de 26% dos veículos são fabricados há mais de 30 anos.

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Recursos

caminhão na estrada transportando grãos para silo ou armazém cooperativo
Foto: Wenderson Araújo/Trilux/CNA

A MP 1.112/2022 altera quatro leis para fornecer recursos para a Renovar. Com a modificação da Lei 9.478, de 1997, que criou a Agência Nacional do Petróleo (ANP), as empresas contratadas para exploração e produção de petróleo e gás natural podem destinar recursos para o desmantelamento e destruição de veículos pesados ​​como sucata para vida útil , descontando o valor aplicado do total de investimentos a serem realizados (que podem chegar a 1% da receita bruta) nas áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Esta medida aplica-se às obrigações contratuais dos anos de 2022 a 2027, bem como à liquidação de transferências pendentes de anos anteriores. Os deputados aprovaram emenda que atribui ao Poder Executivo a definição, ano a ano, da proporção de recursos dessa natureza que podem ser destinados à Renovar.

Também foram feitas alterações no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e na legislação sobre a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre combustíveis, permitindo fontes adicionais de financiamento para as ações do programa. Por fim, a MP ampliou o campo de atuação da ABDI para contemplar ações de inovação, transformação digital e difusão de tecnologia, e as receitas adicionais da ABDI podem ser consideradas como a prestação de serviços por meio da operação da Plataforma Renovar.

Mudanças

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Foto: Agência Câmara

A Câmara dos Deputados havia aprovado a MP nesta terça-feira (2) na forma de relatório do deputado da Vitória (PP-ES). Entre as mudanças promovidas pelos deputados, estão mudanças no CTB sobre carteira de motorista, descanso em rodovias e veículos abandonados; criação de linha de crédito no BNDES para aquisição de veículos novos; participação de representantes do transporte e da indústria no conselho da Renovar; e alterações na tributação dos transportadores autónomos.

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“Eles retiram importantes fontes de recursos necessários para o bom funcionamento da Renovar” — Luiz Pastore

Em seu relatório, o senador Luiz Pastore (MDB-ES) saudou o texto da Câmara, entendendo que as emendas “colocaram a proposta em um contexto mais amplo, de ajustes nas questões tributárias como instrumento de desenvolvimento econômico e social” e têm mérito inquestionável “principalmente em um momento de retomada da economia brasileira pós-pandemia”. Pastore apresentou emenda de redação para aprimorar a técnica legislativa e rejeitou as cinco emendas apresentadas pelos senadores sob o argumento de que “retiram importantes fontes de recursos necessários ao bom funcionamento da Renovar”.

Discussão sobre a renovação da frota

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Foto: Pixabay

O deslocamento de recursos originalmente destinados à pesquisa foi o maior alvo de críticas dos senadores. Izalci Lucas (PSDB-DF), que anunciou um voto contra a matéria, elogiou pesquisadores da Petrobras e argumentou que a questão da modernização dos transportes não pode ser resolvida com prejuízos para pesquisa, desenvolvimento e inovação. “O Brasil só terá um futuro melhor se investir em educação, ciência e tecnologia”, declarou.

Também contra o MP, Simone Tebet (MDB-MS) criticou o curto prazo de processamento, que não permitiu aprimoramento do texto, e exigiu discussão sobre a transição para uma frota movida a combustível não fóssil. “Como podemos votar em um projeto desses quando o Brasil está dez passos atrás do resto do mundo?” ela perguntou. Zenaide Maia (PROS-RN) declarou voto contrário, apontando para a estagnação do setor de tecnologia no Brasil.

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“Estamos aumentando o emprego, trazendo uma frota moderna que preserva o meio ambiente” — Carlos Portinho

Em defesa do artigo, o senador Carlos Portinho (PL-RJ) disse que o deslocamento de recursos não corresponde a perda de receita, mas a abertura de oportunidades – segundo ele, são mais de R$ 2 bilhões em investimentos obrigatórios em pesquisas que permanecem paralisadas. por falta de execução. Ele usou o exemplo da Ambev no Rio de Janeiro, que substituiu toda a sua frota antiga por caminhões elétricos. “É a conclusão de todo o trabalho de pesquisa e desenvolvimento de milhares de pesquisadores. Estamos aumentando o emprego, trazendo uma frota moderna que preserva o meio ambiente”, argumentou.

O senador Jean Paul Prates (PT-RN), que classificou o deslocamento como “usurpação” e criticou a pressa em atender um setor específico, respondeu: “O argumento que o senador Portinho acaba de dar é contra essa medida, porque não há mais dinheiro dessa cláusula para conversão de frota, não haverá conversão de frota ou será feita com tecnologia alienígena”, argumentou.

Frota: Destaques da votação

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Foto: Agência IBGE Notícias

Em destaque, os parlamentares votaram a favor de uma emenda do senador Paulo Rocha (PT-PA) para suprimir o artigo que permite o deslocamento de recursos. Por 31 votos a favor e 28 contra, o artigo foi mantido.

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Também foi votada a emenda do senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) com o objetivo de otimizar o uso da frota de transporte de passageiros por fretamento. No entanto, Pastore opinou que a emenda mudaria o mérito da proposta e Carlos Portinho entendeu que o transporte de passageiros é um assunto estranho ao tema do MP. A emenda foi rejeitada por 41 votos contra e 20 a favor.

Fonte: Agência Senado

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Fonte: Noticias Agricolas

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