Pular para o conteúdo

Rei Charles III ganha uma égua e animal viaja do Canadá para o Reino Unido de avião

    Rei Charles III ganha égua e animal viaja do Canadá ao Reino Unido de avião

    A preocupação com o bem-estar do cavalo é uma questão constante no meio equestre. Hoje já existem estudos que visam analisar as expressões faciais dos cavalos, buscando assim uma maior compreensão de seus sentimentos, melhorando a comunicação entre homem e cavalo.

    A zootecnista Caroline Bini, integrante do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, sob orientação da Profª Dra. Viviane Oliveira e com a colaboração da equipe que integra o Núcleo de Estudos em Ambiência, A Bioclimatologia, Bem-Estar e Etologia (NEABBE), está participando de um estudo que visa compreender as expressões faciais de cavalos e busca, por meio de cursos, trazer informações acadêmicas para o meio equestre.

    Patrocinadores

    “Sabemos que os estudos científicos para o grande público não são de fácil compreensão, pois são escritos em inglês e com muitos termos técnicos. Minha proposta é ‘traduzir’ esses conteúdos, torná-los mais didáticos e levá-los ao meio ambiente, visando facilitar o dia a dia no campo e promover o bem-estar animal”, explica Caroline Bini.

    Conhecer as expressões faciais dos cavalos ajuda na comunicação

    estudos recentes

    Os estudos relacionados às expressões faciais dos cavalos são recentes, datam de 2014, iniciando com os primatas e depois passando para os animais domésticos, chegando aos cavalos. “Os resultados encontrados são muito interessantes e o desafio agora é levá-los a campo, aplicá-los na prática e melhorar a vida dos cavalos”, explica.

    Patrocinadores

    Os estudos foram realizados de forma não invasiva, através de fotos ou vídeos das expressões dos cavalos, visando entender o estado emocional do animal e assim entender suas expressões.

    “Quando começamos a olhar o comportamento e a interpretá-lo de forma condizente com o que está sendo pesquisado, temos muito mais consistência na forma como interagimos com o cavalo. Hoje já sabemos que o cavalo consegue entender nossas expressões faciais, então a forma como abordamos o cavalo, inclusive nossa expressão facial, pode alterar sua resposta”, explica o profissional.

    Todas estas informações, explica Caroline Bini, só enriquecem a nossa forma de interagir com o cavalo, “que é o que as pessoas mais têm procurado ultimamente, uma forma suave e eficiente de lidar com eles”.

    Como interpretar as expressões faciais dos cavalos?

    Expressões faciais de cavalos são objeto de estudo e melhoram a comunicação humano/animal
    Todos os pontos devem ser observados para avaliar as expressões faciais dos cavalos e não apenas as orelhas.

    Um dos pontos mais estudados pelos pesquisadores em relação às expressões faciais dos cavalos é a questão da dor e do estresse, e como eles se manifestam. Segundo Caroline Bini, essas são as questões em que as pesquisas estão mais avançadas.

    O primeiro passo, diz o especialista, é observar o focinho do cavalo como um todo. “As pessoas estão muito atentas aos seus ouvidos e muitas vezes fazem diagnósticos precoces. Precisamos avaliar a face como um todo, orelhas, olhos, narinas e focinho, e observar cada alteração”, explica o especialista.

    Em situações de dor, é possível observar orelhas mais rígidas para trás, tensão sob os olhos, narina mais dilatada, parte interna e superior do focinho com ângulo mais saliente – geralmente quando o cavalo está sem dor, essa musculatura é mais relaxado, em forma de ‘U’ – e quando o cavalo está com dor, esta área fica mais tensa e parece ter um formato de ‘V’.

    Outro ponto que deve ser observado é a mastigação e lambedura. “Quando há um pico de estresse, há uma cessação da salivação e da mastigação no cavalo e logo após esse pico, quando o cavalo começa a relaxar, ele volta a fazer esses movimentos. As pessoas interpretam que ele está relaxado e que esses movimentos são normais, esperados, mas na verdade houve um pico de estresse, e se isso acontecer várias vezes, precisamos avaliar a situação para diagnosticar o que está causando os picos de estresse nele. ” .

    Carolina ainda reforça que esses movimentos também podem ser um sinal de relaxamento, “mas se você está, por exemplo, em um contexto de treinamento em que podem estar ocorrendo vários estressores, é preciso parar e observar que algo pode estar acontecendo com seu animal. e o que podemos ajustar na forma de trabalhar para diminuir o estresse”, aponta.

    O estresse excessivo prejudica o aprendizado, diminuindo o desempenho desse animal durante o treinamento. “Com essas informações, podemos monitorar melhor o animal e monitorar melhor a nós mesmos, pois conseguimos entender o que estamos fazendo de errado e assim melhorar a comunicação e diminuir as confusões durante o treinamento”, finaliza.

    Caroline Bini ministra cursos e workshops sobre o assunto. Para saber mais clique aqui.

    Por Camila Pedroso . redação Cavalus

    Fotos: Reprodução/Pixabay

    Leia mais curiosidades aqui.



    Fonte: Agro