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Real se valoriza em resposta ao cenário externo e ao movimento dos juros futuros, enfraquecendo o dólar

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Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar à vista fechou a sexta-feira em baixa ante o real, acumulando baixa firme na semana, com as cotações reagindo ao cenário externo, onde a moeda norte-americana também cedeu, e aos ajustes de posições nos Depósitos Interfinanceiros ( DIs), com os investidores aguardando o Copom na próxima semana.

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O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,7315 reais na venda, com queda de 0,58%. Na semana, a moeda norte-americana acumula baixa de 1,01%.

Na B3, às 17h20 (horário de Brasília), o primeiro contrato futuro de dólar caía 0,30%, a R$ 4,7315.

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O dólar à vista cedeu em relação ao real ao longo da sessão. Pela manhã, às 9h33, a moeda registrava cotação mínima de 4,6960 reais (-1,32%), sob influência de fatores externos e internos.

Segundo Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury, após as mais recentes decisões de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central Europeu, os mercados passaram a se concentrar em um cenário de maior aceleração da economia global e desaceleração da inflação.

“Uma declaração importante do (presidente do Fed, Jerome) Powell, que reflete hoje e provavelmente nos próximos meses, é que o cenário de recessão não é mais o cenário de linha de base para as autoridades. Isso melhora o ambiente de risco global e, quando combinado com a desaceleração da inflação nas principais economias, temos um cenário muito positivo para as moedas de commodities”, destacou Moutinho.

Na quarta-feira passada, Powell disse que a equipe do Fed não prevê mais uma recessão nos EUA.

Nesta sexta-feira, novos dados de inflação divulgados nos EUA reforçaram a leitura de que a inflação está desacelerando. O Departamento de Comércio disse que a inflação do PCE subiu 0,2% no mês passado, após alta de 0,1% em maio. Nos 12 meses até junho, o índice avançou 3,0%, a taxa mais fraca nessa base de comparação desde março de 2021 e após alta de 3,8% em maio.

No Brasil, a alta dos contratos futuros de juros na ponta curta, com investidores reduzindo a probabilidade, implícita na curva, de corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica da Selic na próxima semana, contribuiu para a queda do dólar frente ao real .

No restante da manhã e à tarde, no entanto, a moeda local dos EUA reduziu as perdas, com alguns participantes do mercado aproveitando as cotações mais baixas para comprar moedas. A disputa pela Ptax de fim de mês – a ser definida na segunda-feira – também começou a permear os negócios nesta sexta-feira.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista e serve de referência para a liquidação dos contratos futuros. Ao final de cada mês, os agentes financeiros costumam tentar direcioná-lo para patamares mais convenientes para suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta de preços) ou vendidas em dólares (no sentido de queda).

No exterior, o dólar manteve-se em ligeira baixa frente a uma cesta de moedas fortes e recuou frente à maioria das moedas de países emergentes ou atreladas a commodities.

Às 17h20 (horário de Brasília), o índice do dólar – que mede o comportamento da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis moedas – caía 0,05%, a 101,640.


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O dólar registrou queda em relação ao real nesta sexta-feira, fechando a semana acumulando baixa. A desvalorização da moeda norte-americana foi resultado do cenário externo, em que o dólar também perdeu força, e dos ajustes de posições nos Depósitos Interfinanceiros (DIs). Os investidores aguardam a próxima reunião do Copom para tomar decisões. O dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 4,7315, com queda de 0,58%. Na semana, a moeda acumulou baixa de 1,01%. Na B3, o primeiro contrato futuro de dólar também registrou queda, de 0,30%. Durante a sessão, o dólar à vista cedeu em relação ao real, impulsionado tanto por fatores externos quanto internos. A declaração do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, de que não prevê mais uma recessão nos EUA, contribuiu para melhorar o ambiente de risco global. Além disso, os dados de inflação nos EUA reforçaram a leitura de que a inflação está desacelerando. No Brasil, a queda do dólar frente ao real também foi impulsionada pela redução da probabilidade de corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica da Selic na próxima semana. No entanto, ao longo do dia, a moeda local dos EUA reduziu as perdas, com alguns participantes do mercado aproveitando as cotações mais baixas para comprar moedas. A disputa pela Ptax de fim de mês também influenciou os negócios. No exterior, o dólar também registrou leve baixa em relação a outras moedas fortes e a moedas de países emergentes ou atreladas a commodities. O índice do dólar caiu 0,05%.

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**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**

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