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Raças com maior probabilidade de serem A2A2.

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Sumário

1. Identificação das β-caseínas A1 e A2

2. Impacto na digestão das proteínas do leite

3. Produção de leite A2 em diferentes raças bovinas

3.1 Raças Holandesas e Pardo-suíças

3.2 Raça Jersey

3.3 Raça Guernsey

3.4 Raças zebuínas (subespécie Indicus)

3.5 Raça Sindi

4. Diferenças físico-químicas e microestruturais entre leite A1 e A2

5. Aumento na demanda por leite A2

Introdução

O leite de vaca é composto por uma variedade de proteínas, sendo a caseína a mais abundante, representando cerca de 80% do conteúdo proteico do leite. Notavelmente, existem duas variantes principais da β-caseína: a A1 e a A2. A distinção entre elas tem um impacto significativo na digestão das proteínas e tem despertado interesse na produção e consumo de leite A2.




 O leite de vaca é composto por uma variedade de proteínas, sendo a caseína a mais abundante, representando cerca de 80% do conteúdo proteico do leite. Dentro das caseínas, a β-caseína assume posição de destaque, constituindo aproximadamente 37% desse total. Notavelmente, existem duas variantes principais da β-caseína: a A1 e a A2.


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Do ponto de vista nutricional, tanto o leite A1 quanto o leite A2 são praticamente idênticos em termos de proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais. A distinção crucial entre as β-caseínas A1 e A2 reside na composição dos aminoácidos na posição 67, onde a A1 apresenta histidina e a A2 apresenta prolina (Xiao et al., 2022).


Essa distinção presente nos aminoácidos tem um impacto significativo na digestão das proteínas do leite. Quando a β-caseína A1 é administrada à digestão por enzimas, ela gera um peptídeo bioativo de sete aminoácidos conhecido como “Beta-Casomorfina-7” (BCM-7). Por outro lado, a digestão da β-caseína A2 resulta em uma produção vantajosa menor de BCM-7. Vacas com o genótipo A2A2, que produzem exclusivamente a β-caseína A2, liberam quatro vezes menos BCM-7 em comparação com as vacas que possuem o alelo A1.


Pesquisas científica sugere que, até cerca de 8 mil anos atrás, todas as vacas produziam exclusivamente leite A2 devido à ausência de mutação genética responsável pela produção de leite A1. Posteriormente, ocorreu uma mutação genética em bovinos que levou à produção do leite A1. Essa mutação é mais comum em raças bovinas de origem europeia, pertencentes à subespécie Taurus.


A produção de leite A2 varia entre diferentes raças bovinas


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Nas raças Holandesas e Pardo-suíças, há uma probabilidade de 50% de produção de leite A2, o que significa que metade dos indivíduos dessas raças possui o gene para a produção de leite A1. A raça Jersey tem uma probabilidade maior, atingindo 75% da produção de leite A2, o que significa que a maioria dos indivíduos dessa raça possui uma genética para a produção de leite A2. A raça Guernsey, embora seja pouco comum no Brasil, é caracterizada por todos os seus indivíduos serem capazes de produzir exclusivamente leite A2.


As raças zebuínas (subespécie Indicus), incluindo o Gir leiteiro, são predominantes na pecuária nacional, com cerca de 98% dos indivíduos dessas raças possuindo genética positiva para a produção de leite A2, pois a grande maioria dos bovinos zebuínos produz leite A2.


Também é destaque relevante o gado Sindi, originário da província de Sinde, no Paquistão, conhecido por ser uma das raças produtoras de leite com composição A2A2. Essa variante tem ganhado notoriedade crescente devido à sua menor propensão a causar alergias. O leite obtido das vacas da raça Sindi consiste exclusivamente de proteínas de β-caseína A2.


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Nguyen et al. (2018) investigando os efeitos da β-caseína (β-CN ) A1A1 versus A2A2 observaram que o leite bovino contendo β-CN A2A2 apresentou diferenças significativas nas propriedades físico-químicas e micro estruturais em comparação com o leite contendo β-CN A1A1. O leite A2A2 apresentou percentual de cálcio livre significativamente maior e melhor capacidade de formação de espuma em comparação ao leite A1A1. Ambas as variantes do leite necessitavam de um tempo de fermentação semelhante para a produção de iogurte; entretanto, foi observado maior tempo de gelificação e menor módulo de armazenamento para o leite A2A2.


Assim, observamos um aumento significativo na demanda por leite A2A2. Países como a Nova Zelândia, líderes globais na exportação de leite em pó, iniciaram a produção desse tipo de leite em 2003, registrando oficialmente a marca A2 Milk e estabelecendo certificações para laticínios e fazendas dedicadas exclusivamente à sua produção.


A Austrália, outro grande player no mercado de exportação, também entrou nesse segmento. O que se destaca é que o produto não se limita mais ao público com alergia à proteína do leite, conquistando uma audiência mais ampla. Na Oceania, é possível encontrar leite e derivados A2 em diversas lojas e cafeterias, e o produto já é figura nas prateleiras de supermercados no Reino Unido e nos Estados Unidos. Com isso, o aumento na seleção genética dos animais com genotipagem A2A2.


 


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Referências


EMBRAPA INVESTE EM BUSCA DO MELHOR LEITE PARA ALÉRGICOS. Disponível em:< Acesso em: 04/09/23.


LEITE A2A2: SAIBA POR QUE O SINDI GARANTE ESTE ALIMENTO. Disponível em:< Acesso em:04/09/23.


NGUYEN, H.TH., SCHWENDEL, H., HARLAND, D., DIA. 2018. Differences in the yoghurt gel microstructure and physicochemical properties of bovine milk containing A1A1 and A2A2 β-casein phenotypes. Food Research International, v.112, p.217-224. https://doi.org/10.1016/j.foodres.2018.06.043.


O QUE É O LEITE A2? Disponível em:< https://www.educapoint.com.br/blog/pecuaria-leite/o-que-e-leiteA2/ Acesso em: 04/09/23.


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XIAO, S., WANG, Q., LI, C., WENJU LIU, W., ZHANG, J., FAN, Y., SU, J., WANG, H., LUO, X., ZHANG, S. 2022. Rapid identification of A1 and A2 milk based on the combination of mid-infrared spectroscopy and chemometrics. Food Control, v.134, p.108659. https://doi.org/10.1016/j.foodcont.2021.108659.


 


 


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Composição do leite de vaca e as variantes da β-caseína A1 e A2

Caseína: a proteína mais abundante no leite de vaca

O leite de vaca é composto por uma variedade de proteínas, sendo a caseína a mais abundante, representando cerca de 80% do conteúdo proteico do leite. Dentro das caseínas, a β-caseína assume posição de destaque, constituindo aproximadamente 37% desse total. Notavelmente, existem duas variantes principais da β-caseína: a A1 e a A2.

Semelhanças nutricionais entre o leite A1 e A2

Do ponto de vista nutricional, tanto o leite A1 quanto o leite A2 são praticamente idênticos em termos de proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais. A distinção crucial entre as β-caseínas A1 e A2 reside na composição dos aminoácidos na posição 67, onde a A1 apresenta histidina e a A2 apresenta prolina (Xiao et al., 2022).

Impacto na digestão das proteínas do leite

Essa distinção presente nos aminoácidos tem um impacto significativo na digestão das proteínas do leite. Quando a β-caseína A1 é administrada à digestão por enzimas, ela gera um peptídeo bioativo de sete aminoácidos conhecido como “Beta-Casomorfina-7” (BCM-7). Por outro lado, a digestão da β-caseína A2 resulta em uma produção vantajosa menor de BCM-7. Vacas com o genótipo A2A2, que produzem exclusivamente a β-caseína A2, liberam quatro vezes menos BCM-7 em comparação com as vacas que possuem o alelo A1.

Variação na produção de leite A2 entre diferentes raças bovinas

Nas raças Holandesas e Pardo-suíças, há uma probabilidade de 50% de produção de leite A2, o que significa que metade dos indivíduos dessas raças possui o gene para a produção de leite A1. A raça Jersey tem uma probabilidade maior, atingindo 75% da produção de leite A2, o que significa que a maioria dos indivíduos dessa raça possui uma genética para a produção de leite A2. A raça Guernsey, embora seja pouco comum no Brasil, é caracterizada por todos os seus indivíduos serem capazes de produzir exclusivamente leite A2.

As raças zebuínas (subespécie Indicus), incluindo o Gir leiteiro, são predominantes na pecuária nacional, com cerca de 98% dos indivíduos dessas raças possuindo genética positiva para a produção de leite A2, pois a grande maioria dos bovinos zebuínos produz leite A2.

Também é destaque relevante o gado Sindi, originário da província de Sinde, no Paquistão, conhecido por ser uma das raças produtoras de leite com composição A2A2. Essa variante tem ganhado notoriedade crescente devido à sua menor propensão a causar alergias. O leite obtido das vacas da raça Sindi consiste exclusivamente de proteínas de β-caseína A2.

Diferenças físico-químicas e microestruturais entre o leite A1 e A2

Nguyen et al. (2018) investigando os efeitos da β-caseína (β-CN ) A1A1 versus A2A2 observaram que o leite bovino contendo β-CN A2A2 apresentou diferenças significativas nas propriedades físico-químicas e microestruturais em comparação com o leite contendo β-CN A1A1. O leite A2A2 apresentou percentual de cálcio livre significativamente maior e melhor capacidade de formação de espuma em comparação ao leite A1A1. Ambas as variantes do leite necessitavam de um tempo de fermentação semelhante para a produção de iogurte; entretanto, foi observado maior tempo de gelificação e menor módulo de armazenamento para o leite A2A2.

A demanda crescente pelo leite A2

Observa-se um aumento significativo na demanda por leite A2A2. Países como a Nova Zelândia, líderes globais na exportação de leite em pó, iniciaram a produção desse tipo de leite em 2003, registrando oficialmente a marca A2 Milk e estabelecendo certificações para laticínios e fazendas dedicadas exclusivamente à sua produção.

A Austrália, outro grande player no mercado de exportação, também entrou nesse segmento. O que se destaca é que o produto não se limita mais ao público com alergia à proteína do leite, conquistando uma audiência mais ampla. Na Oceania, é possível encontrar leite e derivados A2 em diversas lojas e cafeterias, e o produto já é figura nas prateleiras de supermercados no Reino Unido e nos Estados Unidos. Com isso, ocorre um aumento na seleção genética dos animais com genotipagem A2A2.

 

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Referências

EMBRAPA INVESTE EM BUSCA DO MELHOR LEITE PARA ALÉRGICOS. Disponível em:< Acesso em: 04/09/23.

LEITE A2A2: SAIBA POR QUE O SINDI GARANTE ESTE ALIMENTO. Disponível em:< Acesso em:04/09/23.

NGUYEN, H.TH., SCHWENDEL, H., HARLAND, D., DIA. 2018. Differences in the yoghurt gel microstructure and physicochemical properties of bovine milk containing A1A1 and A2A2 β-casein phenotypes. Food Research International, v.112, p.217-224. https://doi.org/10.1016/j.foodres.2018.06.043.

O QUE É O LEITE A2? Disponível em:< https://www.educapoint.com.br/blog/pecuaria-leite/o-que-e-leiteA2/ Acesso em: 04/09/23.

XIAO, S., WANG, Q., LI, C., WENJU LIU, W., ZHANG, J., FAN, Y., SU, J., WANG, H., LUO, X., ZHANG, S. 2022. Rapid identification of A1 and A2 milk based on the combination of mid-infrared spectroscopy and chemometrics. Food Control, v.134, p.108659. https://doi.org/10.1016/j.foodcont.2021.108659.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Conclusão

O leite de vaca é composto por diferentes tipos de proteínas, sendo a caseína a mais abundante. Existem duas variantes principais da β-caseína: a A1 e a A2. Essas variantes possuem diferenças na composição dos aminoácidos, o que afeta a digestão das proteínas do leite. Pesquisas mostram que o leite A2 possui vantagens em relação ao leite A1, como a menor produção de um peptídeo bioativo conhecido como BCM-7, que pode causar reações adversas em algumas pessoas.

Perguntas e Respostas

1. O que é a β-caseína?

A β-caseína é uma proteína presente no leite de vaca, sendo a mais abundante.

2. Quais são as variantes principais da β-caseína?

As variantes principais da β-caseína são a A1 e a A2.

3. Qual é a diferença entre a β-caseína A1 e A2?

A diferença está na composição dos aminoácidos na posição 67, onde a A1 apresenta histidina e a A2 apresenta prolina.

4. Qual é o impacto da diferença na digestão das proteínas do leite?

A β-caseína A1 é digerida de forma a produzir mais BCM-7, enquanto a β-caseína A2 produz menos BCM-7.

5. Existem raças bovinas que produzem exclusivamente leite A2?

Sim, algumas raças bovinas, como a Guernsey e o gado Sindi, possuem genética para a produção exclusiva de leite A2.

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