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Queijo Minas Artesanal da Canastra é destaque no Degustar…

    Queijo Minas Artesanal da Canastra e destaque no Degustar

    Em 2023, a iguaria conquistou o 12º lugar entre as 50 melhores do mundo. O Sistema Estadual de Agricultura apoia a valorização do produto genuinamente mineiro

    Pelo segundo ano consecutivo, o Queijo Minas Artesanal (QMA) produzido na região da Serra da Canastra ficou entre os 50 melhores do mundo no ranking do site americano Taste Atlas, plataforma colaborativa cujos usuários contribuem para a construção de conteúdo, com comentários, imagens e notas. Desta vez, a iguaria mineira, que em meados de 2022 chegou a liderar a lista, conquistou a 12ª colocação, à frente de exemplares internacionalmente famosos, como a italiana Mussarela e o Suíço Gruyère.

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    Atualmente, os queijos produzidos em oito municípios podem ser comercializados como QMA da Canastra: Bambuí, Delfinópolis, Medeiros, Piumhi, São João Batista do Glória, São Roque de Minas, Tapiraí e Vargem Bonita, que obedecem ao Livro de Normas de Indicação Geográfica. As localidades são reconhecidas como produtoras desse tipo de queijo, com base em estudos e levantamento histórico realizados pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), que deu origem à mais recente portaria, de 2022, publicada pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), instituições vinculadas à Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).

    Segundo o diretor de Agroindústria e Cooperativas da Seapa, Ranier Chaves Figueiredo, a valorização do QMA é sempre motivo de comemoração. “Para os mineiros, o queijo sempre foi mais que um alimento, é um bem inestimável. A evolução histórica recente do produto é fantástica, fazendo com que ele conquiste cada vez mais consumidores e mercados. Prova disso é a presença destacada, novamente, do Queijo Minas Artesanal no Atlas do Gosto. Para nós, isso é motivo de muito orgulho”, disse Figueiredo.

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    O Sistema Agrícola do Estado apóia o fortalecimento da cadeia produtiva do queijo em Minas Gerais, por meio da assistência técnica oferecida pela Emater-MG, da defesa sanitária realizada pelo IMA e das investigações científicas realizadas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) .

    Maturação

    Em 2023, o Taste Atlas destacou o tempo de maturação do produto, elaborado com leite cru, coalho e pinga, com prensagem manual e sem aquecimento da massa. “Tradicionalmente, a Canastra matura 21 dias, mas alguns produtores deixam maturar ainda mais, por até 40 dias”, descrevia o site, em tradução livre para o português.

    Segundo o diretor de Agroindústria e Cooperativismo da Seapa, o maior tempo de maturação confere ao produto complexidade sensorial e ainda mais segurança para o consumo. “Esse incrível fenômeno físico-químico e microbiológico, que é a maturação, promove alimentos mais seguros, saudáveis ​​e também mais saborosos, pois são liberados compostos aromáticos que transformam o sabor dos queijos”, explica Figueiredo.

    premiado

    Na Serra da Canastra não faltam histórias de amor e dedicação à produção do queijo que leva o nome da região. Queijaria premiada diversas vezes, dentro e fora do país, a Queijo do Miguel é familiar há quase duas décadas em São Roque de Minas, na Serra da Canastra. As iguarias produzidas na mesma fazenda de origem agora possuem rótulo de caseína para identificar e evitar fraudes, e são distribuídas em todo o Brasil por mais de 70 parceiros varejistas.

    Miguel Marcélio de Faria diz que produz queijos com diferentes tempos de maturação, alguns até muito mais longos do que o apresentado pela plataforma colaborativa este ano. “Fazemos o Merendeiro, a Real Canastra e a Tradicional. O que muda é o tempo de maturação. São todos feitos com a mesma massa, o mesmo tipo de leite, tudo leite cru”, disse o produtor.

    Produtos com maior volume costumam exigir mais tempo de maturação. “O Queijo Canastra Real é um queijo que pesa em torno de 5 a 7 kg. Merendeiro dá mais ou menos 400g. O Tradicional pesa 1kg, 1,1kg depois de maturado. No Canastra Real, por ser um queijo grande, ele matura mais devagar, no mínimo seis meses, então seu sabor fica diferente. Esse foi o nosso premiado na França, o extra maturado, porque lá eles gostam de um queijo mais forte”, relatou Miguel.

    Avanços para a cadeia produtiva

    Desde 2019, três novas regiões foram caracterizadas como produtoras de QMA: Serras de Ibitipoca, Diamantina e Entre Serras da Piedade ao Caraça. Além deles, três foram reconhecidos como produtores de outros tipos de queijos artesanais: Alagoa, Mantiqueira e Jequitinhonha. Hoje, 15 regiões se caracterizam como produtoras de diversos tipos de queijos mineiros artesanais.

    Em dezembro de 2022, o setor também comemorou o reconhecimento, pela primeira vez no Brasil, do Queijo Minas Artesanal na variedade Casca Florida (QMACF). A Resolução nº 42, publicada no Diário Oficial do Estado, considera como “casca florida” a cobertura com a presença ou dominância visualmente verificada de fungos filamentosos, popularmente chamados de mofos ou bolores.

    O próximo passo, com base na resolução, é a regulamentação das normas aplicadas à produção e comercialização desse queijo, pelo IMA. A publicação do Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade da QMACF permitirá, em breve, a qualificação sanitária deste queijo.

    Outra ação desenvolvida em 2022 foi o lançamento do Projeto Queijo Minas Legal, que prevê investimento de R$ 2,8 milhões, por meio de parceria com o Fundo Estadual de Defesa e Defesa do Consumidor do Ministério Público de Minas Gerais. Com a iniciativa, estima-se que 200 novos queijeiros, de aproximadamente 160 municípios, obtenham qualificação sanitária.

    brasileiros

    No ranking da plataforma americana, outros dois queijos brasileiros estão entre os 100 melhores do planeta. O queijo de coalho, produzido no Nordeste do país, ocupa a 40ª posição, enquanto o QMA não curado ocupa a 94ª posição. Apesar de ser apreciado pelos consumidores, este último produto ainda aguarda regulamentação, uma vez que o tempo mínimo legal de maturação é atualmente de 14 dias.

    Fonte:

    seg. da Agricultura – MG



    Fonte: Noticias Agricolas