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Queda contínua: Preço do leite de vaca despenca

Queda do preço do leite ao produtor preocupa setor

Introdução ao conteúdo do post

A primeira queda do preço do leite pago ao produtor foi registrada em maio. Desde então, o valor do produto segue caindo. Esse cenário é reflexo de três fatores principais: demanda enfraquecida, importações elevadas e menor custo de produção. Apesar de positiva para o consumidor, essa queda é um sinal de alerta para os produtores, que estão lidando com margens mais apertadas.

No Brasil, de janeiro a agosto deste ano, as importações de leite em pó aumentaram em 300% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse aumento, aliado ao período de safra, impacta diretamente no preço pago aos produtores. A tendência para os próximos meses é de estabilidade ou até mesmo queda dos preços do leite e seus derivados.

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A queda nos preços do leite também afeta os produtos derivados, como leite UHT, muçarela e leite em pó. A média de preços desses produtos teve redução significativa, aproximadamente 30%, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Com a preocupação do setor e as mudanças no mercado, é importante acompanhar de perto as oscilações do preço do leite e avaliar as possíveis consequências para toda a cadeia produtiva.

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Sumário

  • Introdução
  • O preço do leite ao produtor
  • Três fatores principais que causam a queda
  • Impacto das importações
  • Derivados de leite mais baratos
  • Conclusão

Foto: Reprodução Agência Brasil

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Áudio (02:23s)

A primeira queda do preço do leite pago ao produtor foi registrada em maio. Desde então o valor do produto segue caindo. O reflexo disso é que, nas prateleiras do mercado, o consumidor sente que leite de vaca e derivados, como queijo, manteiga e iogurte estão um pouco mais baratos.

O valor médio do litro pago ao produtor está em R$ 2,25 na “Média Brasil” no final de setembro. O que é 29,4% menor do que o preço pago aos produtores no mesmo período do ano passado e representa uma queda real acumulada de 13,6% desde o início de 2023. Os dados são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.

Três fatores principais puxam essa queda: 

  1. Demanda enfraquecida: o mercado não está absorvendo preços tão altos. As baixas nos valores tendem a aquecer novamente o setor;
  2. Importações elevadas: com preços mais competitivos que os praticados no Brasil, o maior volume do produto importado faz com que o preço interno caia;
  3. Menor custo de produção: desde janeiro, ração e suplementação estão mais baratos — com isso o produtor consegue investir mais, suplementar mais o animal e a disponibilidade de leite aumenta. 

Segundo a pesquisadora do Cepea Ana Paula Negri apesar das quedas serem positivas para o consumidor, para o produtor é um sinal de alerta. 

“Ele ganhando menos, a margem dele acaba ficando mais apertada. Então esse investimento que ele precisa ter na atividade — neste curto prazo — fica mais difícil e o produtor investe menos por estar ganhando menos. Investindo menos, acaba produzindo menos leite” explica a pesquisadora. 

Alta nas importações representa maior impacto

De janeiro a agosto deste ano, o Brasil importou 300% mais leite em pó do que no mesmo período do ano passado. É o que revela uma análise feita pela zootecnista e analista de mercado da Scot Consultoria, Juliana Pila. 

Segundo a analista, o aumento das importações aliado ao período de safra, acaba refletindo diretamente no preço pago ao produtor.

“Agora no pagamento de setembro, além das importações continuarem em volumes maiores do que o que registrado no mesmo período do ano passado, começamos a ter a produção no mercado nacional crescendo em algumas regiões. E esse aumento na produção acaba também refletindo.”

O que se pode esperar para os próximos meses, segundo a analista, é uma tendência de estabilidade ou até mesmo queda dos preços de leite e derivados.

Derivados mais baratos

O reflexo dessa queda nos preços do leite são as quedas em produtos derivados. A pesquisa do Cepea mostra que as médias de preços do leite UHT caíram  no estado de São Paulo, 5,27% em agosto com relação a julho. A muçarela teve redução de 2,97% e o leite em pó 2,85%. 

Vale observar que, na comparação com o mesmo período do ano passado, os preços caíram quase 30%, em termos reais.

 

A primeira queda do preço do leite pago ao produtor foi registrada em maio. Desde então, o valor do produto segue caindo. O reflexo disso é que, nas prateleiras do mercado, o consumidor sente que o leite de vaca e seus derivados, como queijo, manteiga e iogurte, estão um pouco mais baratos.

O valor médio do litro pago ao produtor está em R$ 2,25 na “Média Brasil” no final de setembro. Isso representa uma queda de 29,4% em comparação com o mesmo período do ano passado e acumula uma queda real de 13,6% desde o início de 2023. Esses dados foram obtidos pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.

Três fatores principais contribuem para essa queda no preço do leite:

1. Demanda enfraquecida: o mercado não está absorvendo preços tão altos. Com a diminuição desses preços, o mercado tende a se aquecer novamente;

2. Importações elevadas: o maior volume do produto importado, com preços mais competitivos em relação ao praticado no Brasil, faz com que o preço interno caia;

3. Menor custo de produção: desde janeiro, o custo da ração e da suplementação está mais baixo. Com isso, os produtores conseguem investir mais, suplementar mais o animal e aumentar a disponibilidade de leite.

Segundo a pesquisadora Ana Paula Negri, do Cepea, embora as quedas sejam positivas para o consumidor, elas representam um sinal de alerta para os produtores. Com o ganho menor, a margem deles fica mais apertada, dificultando os investimentos necessários na atividade e resultando em menor produção de leite.

Alta nas importações representa um grande impacto

De janeiro a agosto deste ano, o Brasil importou 300% mais leite em pó do que no mesmo período do ano passado. Essa análise foi realizada pela zootecnista e analista de mercado da Scot Consultoria, Juliana Pila. O aumento das importações, aliado ao período de safra, reflete diretamente no preço pago ao produtor.

Segundo a analista, no pagamento de setembro, além das importações continuarem em volumes maiores em relação ao mesmo período do ano anterior, a produção nacional também está crescendo em algumas regiões. Esse aumento da produção também influencia os preços.

A tendência para os próximos meses, segundo a analista, é uma estabilidade ou até mesmo uma queda nos preços do leite e seus derivados.

Derivados mais baratos

O reflexo da queda nos preços do leite reflete nos produtos derivados. A pesquisa do Cepea mostra que as médias de preços do leite UHT caíram 5,27% em agosto em relação a julho no estado de São Paulo. A muçarela teve uma redução de 2,97%, e o leite em pó teve queda de 2,85%.

Em comparação com o mesmo período do ano passado, os preços caíram quase 30% em termos reais.

Edição: Zildenor Dourado
Zildenor Dourado é graduado em Jornalismo e em Letras/Português, pela Universidade de Brasília. É especialista em Comunicação Legislativa, pela Unilegis, do Senado Federal. Atuou como repórter e redator nos jornais Tribuna da Bahia, A Tarde e Jornal de Brasília. Além disso, trabalhou como assessor de imprensa concursado da Câmara Legislativa do DF, onde foi repórter, editor e chefe da Seção de Divulgação e de Relações com a Imprensa.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Por que o preço do leite está caindo?

O preço do leite está caindo devido a três fatores principais: demanda enfraquecida, importações elevadas e menor custo de produção.

O que causa a demanda enfraquecida?

A demanda enfraquecida ocorre quando o mercado não está absorvendo preços altos. Isso faz com que os preços do leite caiam para que a demanda seja aquecida novamente.

Por que as importações elevadas afetam o preço interno?

Com preços mais competitivos que os praticados no Brasil, o maior volume do produto importado faz com que o preço interno do leite seja reduzido.

Por que o menor custo de produção influencia?

O menor custo de produção, que inclui ração e suplementação mais baratas, permite que os produtores invistam mais na produção de leite. Isso causa um aumento na disponibilidade do produto, o que, por sua vez, leva a uma queda nos preços.

Como as importações afetam o preço pago aos produtores?

De janeiro a agosto deste ano, o Brasil importou 300% mais leite em pó do que no ano passado. Esse aumento nas importações, juntamente com o período de safra, reflete diretamente no preço pago aos produtores. Além disso, o aumento na produção nacional também contribui para a redução dos preços.

Quais são as consequências da queda nos preços do leite?

A queda nos preços do leite faz com que produtos derivados, como leite UHT, muçarela e leite em pó, também tenham redução nos preços. Isso é positivo para o consumidor, mas pode representar um sinal de alerta para os produtores, que têm sua margem de lucro reduzida e podem investir menos na atividade.

Qual a expectativa para os próximos meses?

Segundo a analista de mercado, é esperada uma tendência de estabilidade ou até mesmo queda nos preços do leite e derivados nos próximos meses.

Foto: Reprodução Agência Brasil

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Áudio (02:23s)

A primeira queda do preço do leite pago ao produtor foi registrada em maio. Desde então o valor do produto segue caindo. O reflexo disso é que, nas prateleiras do mercado, o consumidor sente que leite de vaca e derivados, como queijo, manteiga e iogurte estão um pouco mais baratos.

O valor médio do litro pago ao produtor está em R$ 2,25 na “Média Brasil” no final de setembro. O que é 29,4% menor do que o preço pago aos produtores no mesmo período do ano passado e representa uma queda real acumulada de 13,6% desde o início de 2023. Os dados são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.

Três fatores principais puxam essa queda: 

  1. Demanda enfraquecida: o mercado não está absorvendo preços tão altos. As baixas nos valores tendem a aquecer novamente o setor;
  2. Importações elevadas: com preços mais competitivos que os praticados no Brasil, o maior volume do produto importado faz com que o preço interno caia;
  3. Menor custo de produção: desde janeiro, ração e suplementação estão mais baratos — com isso o produtor consegue investir mais, suplementar mais o animal e a disponibilidade de leite aumenta. 

Segundo a pesquisadora do Cepea Ana Paula Negri apesar das quedas serem positivas para o consumidor, para o produtor é um sinal de alerta. 

“Ele ganhando menos, a margem dele acaba ficando mais apertada. Então esse investimento que ele precisa ter na atividade — neste curto prazo — fica mais difícil e o produtor investe menos por estar ganhando menos. Investindo menos, acaba produzindo menos leite” explica a pesquisadora. 

Alta nas importações representa maior impacto

De janeiro a agosto deste ano, o Brasil importou 300% mais leite em pó do que no mesmo período do ano passado. É o que revela uma análise feita pela zootecnista e analista de mercado da Scot Consultoria, Juliana Pila. 

Segundo a analista, o aumento das importações aliado ao período de safra, acaba refletindo diretamente no preço pago ao produtor.

“Agora no pagamento de setembro, além das importações continuarem em volumes maiores do que o que registrado no mesmo período do ano passado, começamos a ter a produção no mercado nacional crescendo em algumas regiões. E esse aumento na produção acaba também refletindo.”

O que se pode esperar para os próximos meses, segundo a analista, é uma tendência de estabilidade ou até mesmo queda dos preços de leite e derivados.

Derivados mais baratos

O reflexo dessa queda nos preços do leite são as quedas em produtos derivados. A pesquisa do Cepea mostra que as médias de preços do leite UHT caíram  no estado de São Paulo, 5,27% em agosto com relação a julho. A muçarela teve redução de 2,97% e o leite em pó 2,85%. 

Vale observar que, na comparação com o mesmo período do ano passado, os preços caíram quase 30%, em termos reais.