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Preservação ambiental é nova fonte de renda para produtores rurais

    Preservacao ambiental e nova fonte de renda para produtores rurais

    A Veridiana Costacurta sempre acreditou na conservação e preservação do meio ambiente. A Fazenda Morro Azul pertence à sua família, com área total de 213 hectares, sendo 135 hectares apenas de mata nativa, localizada em Jardinópolis, a 17 km de Ribeirão Preto (SP). Suas terras, herança paterna, são divididas em um trecho destinado à agricultura de cana-de-açúcar e outro, mata nativa.

    Com cerca de quatro cachoeiras, três delas abertas à população, e trilhas, a fazenda foi aberta há cinco anos para o ecoturismo. “É a nossa forma de mostrar às pessoas que progresso e preservação ambiental podem (e devem!) andar juntos”, disse ela.

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    No entanto, o que assombra sua família são os incêndios, tão comuns na região. “No ano passado quase fomos atropelados. O que nos salvou foi a umidade presente na floresta preservada. Desde então, estamos cada vez mais atentos às possibilidades de apoio para a manutenção da mata nativa, sua flora com espécies da Mata Atlântica e fauna, com animais como tamanduás, pumas, capuchinhos e capivaras, além de espécies que chegou na fazenda. refugiados: o caso do tuiuiu, do Pantanal, e do lobo-guará, do Cerrado brasileiro”, disse Thaís Costacurta, filha de Veridiana.

    O que mãe e filha descobriram durante a batalha pela preservação ambiental é que cuidar da floresta exige esforço financeiro. A boa notícia é que o Brasil tem dado passos importantes para estimular o mercado de preservação ambiental, que possui produtos que podem gerar renda acessória para os produtores rurais.

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    Em maio, foi publicado o Decreto nº 11.075, que estabeleceu os procedimentos para a elaboração dos Planos Setoriais de Mitigação das Mudanças Climáticas e instituiu o Sinare (Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa). Ou seja, foi um passo importante para a regulamentação do mercado de carbono, que no ano passado movimentou mais de US$ 2 bilhões só no mercado voluntário – o que já é uma realidade.

    Em janeiro de 2021, foram instituídos os pagamentos por serviços ambientais no Brasil, cujo principal objetivo era trazer relevantes benefícios ambientais à sociedade, por meio da manutenção, recuperação e melhoria das condições ambientais de nosso país. O chamado PSA é um instrumento que premia e incentiva os proprietários rurais que prestam serviços ambientais, como manutenção adequada de florestas, recursos hídricos, solos e fauna. Um exemplo claro são os proprietários de terras que, usando adequadamente suas propriedades, mantêm polinizadores, que realizam trabalhos ambientais em toda uma região, ou ainda mantêm APPs, protegendo os recursos hídricos, que abastecerão muitos municípios e propriedades rurais. .

    Embora embrionário, o mercado de PSA voluntário no Brasil está sendo utilizado com sucesso por empresas de vanguarda que buscam se tornar competitivas no mercado externo. Essa é a forma mais direta de economia circular sustentável, pois ganha o produtor rural que recebe pelo serviço de conservação; a comunidade ganha pela conservação do meio ambiente e desenvolvimento regional sustentável e a empresa que remunera e incentiva a proteção ambiental também ganha, pois terá o respaldo necessário para atuar no mercado externo sem embargo aos seus produtos.

    Outro exemplo são as CRAs ou Cotas de Reserva Ambiental, utilizadas para a composição de áreas de reserva legal de propriedades que não possuem a vegetação nativa mínima estabelecida em lei, que pode variar de 20% a 80% do total da propriedade, dependendo da região do país em que se encontra.

    “O mercado de preservação ambiental vem ganhando força em todo o mundo e o Brasil tem se mostrado preparado para esse mercado, com o agronegócio se mostrando preparado para produzir de forma sustentável, gerando renda por meio de obras de manutenção e melhorias. , das áreas ambientais existentes nas propriedades rurais”, explica José Augusto Sousa Júnior, CEO da Mata Nativa Br.

    A empresa recentemente doou ao Estado de São Paulo o imóvel da Fazenda Ribeirão da Serra, que passou a integrar o Parque Estadual Carlos Botelho, no município de Sete Barras (SP). Em troca, a Mata Nativa Br recebeu o equivalente à área em Cotas de Reserva Legal, que pode ser negociada com proprietários de áreas rurais localizadas no Bioma Mata Atlântica, para a composição de suas áreas de Reserva Legal.

    Dessa forma, o dinheiro extra obtido com as atividades de preservação e sustentabilidade auxilia na gestão dos custos das próprias propriedades rurais.

    “Assim, Veridiana e Thais, além de proprietários rurais em áreas de todos os biomas nacionais, começam a buscar formas de preservação, tendo acesso ao capital de empresas que querem mostrar ao seu público consumidor que fazem muito mais do que apenas neutralizar o carbono. Mas eles estão realmente comprometidos com projetos que visam a sustentabilidade, por meio da remuneração de quem trabalha na linha de frente da conservação ambiental”, finaliza Sousa Junior.



    Fonte: Agro