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Pós-parto: manejo nutricional para o sucesso da lactação

    Pos parto manejo nutricional para o sucesso da lactacao

    No vacas leiteiras modernas são o resultado de inúmeras melhorias que as tornam verdadeiras máquinas de produção de leite, função que desempenham muito bem e está diretamente ligada à rentabilidade da fazenda. Apesar disso, o período pós-parto traz consigo inúmeras condições, como aumento da sensibilidade às mudanças no ambiente, maior propensão a distúrbios metabólicos e declínios na imunidade.

    É no período pós-parto que a maior taxa de mortes involuntárias e devoluções para questões de saúde animal. Não podemos esquecer que tudo o que acontece no puerpério é reflexo do que acontece no período pré-parto e ambas as fases estão positivamente correlacionadas com o sucesso da próxima lactação.

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    A vaca, que agora está prenha, entrará em lactação, o que significa que muitas mudanças ocorrem em um curto período de tempo. À medida que a data do parto se aproxima, as vacas diminuem sua capacidade de absorver energia líquida.

    Enquanto a demanda permanece baixa antes do parto, a vaca ainda permanece em um balanço energético positivo. logo após a entrega, a demanda de energia para a lactação dá um grande salto. Por outro lado, a capacidade de ingestão não acompanha essa demanda. Essa situação causa um fenômeno chamado Balanço Energético Negativo (BEN).

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    Nesse cenário, o estratégias nutricionais são uma importante ferramenta para atender as necessidades específicas dos animais neste período. Junto com o maior conforto possível, isso se refletirá em melhoria nos níveis de produção e, consequentemente, em maior produtividade para a fazenda.

    Aproximando-se da composição dos alimentos oferecidos no período pré-parto e pós-parto, respeitando as particularidades de cada fase, podem refletir no sucesso no que diz respeito à geração de maior atratividade dos animais pela alimentação e, consequentemente, aumento no consumo.

    Oferecer alimentos proteicos e energéticos, com forragem de alta qualidade no pré-parto, ajudará o animal a se acostumar mais com esse tipo de alimento após o parto, e isso se refletirá no alívio dos problemas de consumo, comuns no pós-parto.

    Outro ponto positivo deste trabalho de aproximação da alimentação ofertada nas duas fases, diz respeito à adaptação ruminal. Os microrganismos do rúmen levam tempo para se adaptar a alguns alimentos e quando, por exemplo, manter forragem pré-parto e pós-parto de qualidade semelhanteconseguimos ter uma maior capacidade de crescimento microbiano e, consequentemente, adaptação dos microrganismos do rúmen.

    Desta forma, conseguimos prestar um cuidado pré-parto eficaz, maximizando o consumo, o que terá um impacto positivo no pós-parto.

    Requisitos Nutricionais

    pós-parto de vacas leiteiras agvitta

    quando nós formularmos dietas para o puerpério é muito comum ter a situação de bandos com animais em diferentes fases de lactação, e a formulação das dietas é feita com base na média do grupo.

    Você animais no pós-parto imediato (entre a 1ª e a 3ª semana) apresentam redução na ingestão de matéria seca, o que as leva a consumir menos nutrientes, justamente quando possuem alta demanda por eles devido a condições fisiológicas como involução uterina e até uma maior propensão a infecções como mastite. . Para atender a essa necessidade, o a suplementação mineral e vitamínica é essencial.

    A dieta nesta fase precisa ser denso em atributos protéicos, fibra eficaz para manter a ruminação, além de suplementação mineral e vitamínica mais intensiva. Outro ponto a se atentar são os carboidratos altamente fermentáveis..

    no pós-parto, a ingestão excessiva de carboidratos de alta fermentação, como o amido altamente degradável, pode ter um efeito negativo no consumo alimentar. Isso pode ser evitado usando fontes alternativas, ou mesmo diminuindo a concentração desses carboidratos de alta fermentação.

    Comportamento e Gestão

    pós-parto de vacas leiteiras agvitta

    No puerpério imediato a vaca ainda tem o úbere inchado, momento em que também ocorre a involução uterina. São situações que promovem algum desconforto ao animal e, por isso, é muito importante que ele tenha fácil encontrar o espaço para descansar. O ideal é manter a capacidade em torno de 90%.

    Outro aspecto fundamental, considerando que nesta fase os animais apresentam baixo apetite, menor ingestão de água com risco de desidratação e menor capacidade de luta, é considerar um espaçamento mínimo da calha, entre 60 e 70 cm, o que facilita o acesso aos alimentos. A maior disponibilidade de cocho também é importante para contribuir no consumo e consequentemente na produção da vaca.

    Lote específico pós-parto

    Neste sistema, o ideal seria ter um lote específico para animais pós-parto e isso se deve a inúmeras razões. Uma delas é a possibilidade de especificar uma dieta com base nos parâmetros já citados neste artigo, ou seja:

    • mais rico e denso em minerais e vitaminas adequados para o período pós-parto,
    • com fontes proteicas mais nobres e específicas, que podem ter um efeito benéfico no fígado e no próprio metabolismo,
    • além de fibra eficaz.

    Basicamente, são atributos que, quando você tem um lote específico de puerpério, a gente consegue agilizar com mais eficiência, além de oferecer espaçamento de cocho e maior área de descanso para os animais.

    Vacas especiais têm necessidades especiais. Se podemos adicionar estratégias de compreensão sobre o período pós-parto, com nutrição específica para esses animais, combinando conforto e bem-estarpoderemos refletir em maior produção e, consequentemente, rentabilidade na fazenda.

    Gilson Dias é nutricionista e gerente técnico de gado leiteiro da Agroceres Multimix
    Lísia Bertonha Correa é nutricionista de gado leiteiro da Agroceres Multimix

    Fonte: Agro