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Pecuária da Novela Pantanal já é Realidade No Brasil

    Pecuária da Novela Pantanal já é Realidade No Brasil
    Pecuária da Novela Pantanal já é Realidade No Brasil
    Pecuária da Novela Pantanal já é Realidade No Brasil

    Pecuária da Novela Pantanal já é Realidade No Brasil

     

    Em episódios da novela Pantanal, exibida pela Rede Globo, o personagem Jove, interpretado por Jesuíta Barbosa, defendeu o uso de sistemas agroflorestais (SAFs) nas fazendas de seu pai, José Leôncio (Marcos Palmeira)

    Esse sistema de produção já é uma realidade em várias regiões do país, inclusive no norte de Mato Grosso. A Embrapa é uma das instituições que tem contribuído para aumentar a adoção dessa estratégia produtiva, principalmente na agricultura familiar.

    Desde 2011, a Embrapa Agrossilvipastoril realiza um processo de formação contínua de técnicos e extensionistas rurais, que já contou com cerca de 100 alunos nos dez módulos realizados. Uma vitrine tecnológica com SAF complementa o aprendizado. Ao lado de instituições como Instituto Centro de Vida (ICV), Instituto Ouro Verde (IOV), ONF Brasil, Unemat, UFMT, Sema-MT, Seaf-MT, Ibama, Ceplac, entre outras, a Embrapa tem contribuído para uma adoção cada vez mais SAFs na região.

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    Conforme estimado na avaliação de impacto da tecnologia elaborada pela Embrapa Agrossilvipastoril, de 2016 a 2019, a área com SAF na região norte de Mato Grosso aumentou cerca de 1.000 hectares, passando de 706 hectares, segundo o Censo Agropecuário, para 1.700 ha. Grande parte dessa expansão ocorreu com SAFs biodiversos, conduzidos em transição agroecológica ou organicamente e cultivados fora de áreas de preservação permanente degradadas. Outra estratégia amplamente adotada é o sistema silvipastoril biodiverso, com foco na pecuária, também conhecido como “pasto de muvuca”. Esse conjunto de tecnologias vem sendo trabalhado pelo Instituto Ouro Verde com diversas famílias de Alta Floresta e região.

    O engenheiro florestal Diego Antonio, analista da Embrapa Agrossilvipastoril, destaca que o processo de transferência de tecnologia em sistemas agroflorestais tem, entre seus pilares, a troca de conhecimento entre produtores, comunidades tradicionais, povos indígenas, técnicos e gestores públicos. O resultado do trabalho realizado se reflete no aumento do interesse e das demandas quanto ao uso dos SAFs.

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    “Temos cada vez mais políticas públicas federais, como o Fundo Amazônia, e políticas estaduais, como o Programa PCI (Produzir, Conservar e Incluir), em que os SAFs ocupam lugar de destaque. Fomos chamados para contribuir na elaboração de editais, como o REM Mato Grosso, e na avaliação de projetos. Isso mostra que a influência vai além do desenvolvimento tecnológico em si, mas também do selo da eficiência da tecnologia como forma de geração de renda aliada à preservação ambiental”analisa Diego Antonio.

    Projeto Gaia

    Em 2020, outra iniciativa de impacto para adoção do SAF foi iniciada na região. A Rede Gaia de Cooperação e Sustentabilidade foi criada pela UFMT e Unemat e também tem parceria com a Embrapa.

    O grupo formado por professores, pesquisadores e alunos de graduação e pós-graduação vem trabalhando com produtores rurais e periurbanos de Sinop, disseminando tecnologias e prestando assistência técnica em SAFs e agroecologia.

    As Unidades de Aprendizagem foram implantadas em áreas de agricultores do Assentamento 12 de Outubro, no município de Cláudia. Atividades práticas coletivas, treinamentos, mutirões e visitas técnicas são realizadas nos locais.

    Em cada uma dessas Unidades foram plantadas hortaliças, como folhosas, raízes, tubérculos e plantas medicinais, além de espécies arbóreas frutíferas e outras que prestam serviços ecossistêmicos.

    As espécies variam de acordo com o interesse do produtor. Em comum, grande diversidade e escalabilidade, de forma a obter rendimentos ao longo do tempo.

    Outra unidade de ensino está sendo realizada no campus da UFMT em Sinop e é utilizada como sala de aula a céu aberto. O grupo também busca organizar uma cadeia de comercialização e distribuição dos produtos produzidos pelos agricultores assistidos. Em Alta Floresta, as iniciativas ICV e IOV oferecem assistência técnica e microcrédito aos produtores.

    Um sistema de economia solidária auxilia na comercialização e transporte dos produtos produzidos nos SAFs.

    As duas iniciativas foram aprovadas em edital do Funbio e contam com recursos dos governos da Alemanha e do Reino Unido, por meio do REM Mato Grosso.

    O Programa Global REDD Early Movers (REM) (REDD for Pioneers) é uma iniciativa para remunerar serviços ambientais. Ele premia nações ou estados comprometidos em reduzir as emissões de CO2 por meio de ações de conservação florestal. Mato Grosso passou a se beneficiar do programa em 2017 devido à redução de mais de 90% do desmatamento no período de 2004 a 2014.

    SAF

    Os sistemas agroflorestais são formas de produção sustentável em que o cultivo de espécies agrícolas e arbóreas é feito de forma consorciada, visando imitar a sinergia que ocorre na natureza. Por se tratar de uma estratégia de uso da terra com culturas perenes, os SAFs contribuem para o sequestro de carbono, melhorias nos atributos do solo, retenção e infiltração de água e redução das perdas de solo.

    Os SAFs podem ser com o uso de poucas espécies arbóreas, como no caso dos sistemas silvipastoris (SSP) ou agrossilvipastoris, ou biodiversos, que são aqueles que utilizam um grande número de espécies. Este último é o sistema mais explorado pelos agricultores familiares do norte de Mato Grosso.

    São inúmeros os arranjos e finalidades que os SAFs podem apresentar para diferentes sistemas de produção. Produção de frutas e/ou hortaliças em pomares e hortas agroflorestais, sistemas de produção com o componente animal (SSP), produção de madeira para biomassa, construção civil ou rural. Produção de extrativos como látex e óleos, sementes, mel, etc.

    A maior variedade de espécies permite ao produtor diversificar as fontes de renda e escalonar a produção e o trabalho ao longo do ano.

    Nos SAFs da região são utilizadas espécies frutíferas como banana, pequi, caju, goiaba, acerola, goiaba, cupuaçu, cacau, café, baru e castanheiro; espécies florestais, exóticas ou nativas, como mogno africano, teca, eucalipto, ipê, jatobá, jequitibá, copaíba e cumaru; e espécies de serviço, como margarida, gliricídia, bordão de velho, ingá, mutambo, embaúba e amarelinho, entre outras.

    Segundo Diego Antônio, o desafio da agricultura moderna é a busca constante de melhorar os atributos do solo, principalmente os biológicos.

    “Manter o solo coberto o ano todo oferece condições para que a vida do solo se manifeste e traga equilíbrio ao sistema produtivo. A matéria orgânica bem manejada alimenta a microbiologia do solo, que fornece nutrientes, controla as doenças do solo, retém a umidade e evita a perda do solo por erosão.

    O desafio é o fornecimento constante de matéria orgânica para a expansão da vida do solo, manifestando a saúde daquele solo”explica.

    O uso de árvores dentro dos sistemas de produção é uma estratégia, pois, além dos benefícios da matéria orgânica por elas gerada, as árvores têm papel fundamental na reciclagem de nutrientes e na redução da perda de água devido à atenuação dos ventos por o efeito “para-vento”.

    Além de aumentar a biodiversidade e ampliar os corredores de biodiversidade, esses sistemas de produção também podem ser utilizados para recompor áreas de Reserva Legal e recuperar áreas de proteção permanente (APPDs) degradadas. Neste último caso, os SAFs só podem ser explorados por imóveis de até quatro módulos fiscais.

    Por Gabriel Faria/ Embrapa Agrossilvipastoril


    Fonte: Noticias Agricolas

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