Comparado a 2021, último ano de rentabilidade positiva, esse resultado de R$ 270 por animal é quase 6 vezes maior
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Os confinamentos para a primeira fase já começaram e segundo a Scot Consultoria, com o melhor resultado dos últimos 3 anos
Hoje trazemos uma análise do mercado pecuário com o analista de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri. Segundo Fabbri, a volta da China ao mercado pecuário brasileiro trouxe um movimento positivo em todos os mercados pecuários do país. As relações com plantas qualificadas foram restabelecidas, uma planta foi reabilitada e mais quatro frigoríficos foram abertos para exportação.
Esse movimento gerou maior demanda dos frigoríficos, principalmente dos exportadores, o que também refletiu no preço do gado destinado ao mercado interno. Fabbri conta que, ao longo da semana, os frigoríficos abriram com preços mais altos e praticamente todas as praças conseguiram avançar com boa parte das escalas pelo país.
Para a próxima semana, Fabbri afirma que o mercado físico do boi ainda é incerto. Os preços mais altos podem ser mantidos, mas é preciso observar a movimentação do mercado, principalmente em relação às exportações e escalas dos frigoríficos.
Em resumo, o retorno da China ao mercado pecuário brasileiro trouxe um movimento positivo nos mercados pecuários do país, refletindo na alta dos preços do gado destinado ao mercado interno.
Além disso, a expectativa de crescimento de 5% do PIB chinês neste ano gera um viés otimista em relação ao consumo de carnes em geral, com destaque para a carne bovina, principal insumo da pecuária de corte.
Por outro lado, o mercado externo, principalmente a demanda chinesa, tem sido o principal suporte para as cotações do boi gordo no curto prazo. Fabbri destaca que há relatos de surtos de peste suína africana novamente na China, o que pode levar ao descarte de animais e, consequentemente, aumentar a oferta de carne suína no mercado local. Isso pode estimular um pouco a questão do consumo de outras proteínas, mas no médio prazo pode beneficiar a demanda por carne importada no mercado chinês devido à menor oferta de carne suína no futuro.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta manhã os dados do desemprego no país referentes ao primeiro trimestre de 2023. Segundo a pesquisa, a taxa de desemprego apresentou leve aumento em relação ao último levantamento, com alta de 0,5 pontos percentuais, atingindo 8,6% de desemprego no período considerado. Porém, ao se considerar o histórico dos últimos anos, esse patamar ainda é bastante positivo, levando em consideração uma série de 2015 até o momento.
Além disso, ao analisar os preços no varejo no final do mês, observa-se queda nos preços das carnes em praticamente todos os mercados monitorados pela consultoria Esporte. Isso vale principalmente em grandes centros como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná. Essa queda de preços pode estimular o consumo e contribuir para um cenário mais positivo para a economia brasileira.
Outro ponto a ser considerado é a virada do mês e o fim da Quaresma, período que afeta o consumo de carne bovina no país. Com a possibilidade de estímulos e recebimento de salários, espera-se um viés positivo para a economia.
O analista explica que, em São Paulo, o preço do gado para exportação gira em torno de R$ 300 a arroba, podendo chegar a R$ 310 em alguns casos. Esses valores são consideravelmente superiores aos praticados antes do embargo chinês, quando a referência girava em torno de R$ 270 por arroba.
Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, outras duas importantes regiões produtoras, os preços também estão acima do patamar pré-embargo, com referências em torno de R$ 270 e R$ 275 a arroba, respectivamente. Em Goiás, a referência atual é de R$ 290 a arroba, o que representa um aumento significativo em relação aos preços praticados até recentemente.
Nos últimos dias, a questão do boi premium tem sido muito discutida no mercado pecuário. Em alguns mercados, como Goiás, o premium já abriu bastante em outras ocasiões. No entanto, o que se viu recentemente é um aumento significativo dessa diferença de preço.
Segundo especialistas do setor, o prêmio no mercado goiano chega a quase 10% em relação ao valor do boi comum, que representa cerca de 30 reais a mais por cabeça para o boi destinado à China. Essa diferença tem sido impulsionada pela alta demanda chinesa, que busca cada vez mais a carne bovina brasileira.
A expectativa é que esse prêmio continue crescendo ao longo do ano, principalmente se a demanda chinesa continuar em alta. O mercado pecuário brasileiro tem se beneficiado bastante desse cenário, principalmente com a valorização do gado destinado à exportação.
Confinamento
Com o início da temporada de confinamento de 2023, o mercado está favorável aos confinamentos, principalmente com a alta demanda chinesa. No entanto, a atratividade para o confinamento é avaliada levando em consideração o custo de produção, o preço de reposição e o custo dos insumos, que são mais elevados em relação aos últimos anos.
Segundo Felipe, da Scot Consultoria, o preço de referência da carne magra no mercado paulista é de R$ 3,5 mil. Esse valor reflete a pressão baixista devido ao excesso de oferta de bezerros no ano passado, que chegaram ao mercado como animal errado, como murcha boa e magra. Como resultado, as cotações hoje são mais baixas.
Diante desse cenário, a Scot Consultoria calculou um resultado possível de R$ 270 por cabeça para o confinamento, com preço futuro de venda em julho de R$ 296 por arroba, mantendo uma diária de confinamento próxima à praticada no ano passado, em torno de R$ 20 por cabeça.
Segundo Felipe, esse resultado ainda é positivo em relação aos últimos anos, com 2022 apresentando prejuízo de R$ 200 por cabeça e 2021 com resultado de R$ 48 por cabeça no primeiro turno. Porém, é importante ressaltar que a referência de preço para o mercado futuro pode ser diferente durante a entrega do gado ao mercado físico, como ocorreu no ano passado.
Para minimizar o risco de oscilação de preços, a sugestão para as empresas de confinamento é fazer uma avaliação quanto à ferramenta de travamento de preço, mesmo que seja com o frigorífico e utilizando o contrato a prazo. A atenção do confinador também deve estar voltada para a qualidade dos insumos utilizados, que têm preços elevados, como milho e soja, apesar da supersafra desses produtos no Brasil.
Em resumo, as expectativas para o mercado de confinamento na safra 2023 são positivas, principalmente pela demanda chinesa. No entanto, é importante avaliar os custos e considerar estratégias de proteção de preços para minimizar os riscos de flutuação.
