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Ódio ao agronegócio brasileiro: mito ou realidade?

    Final de colheita de soja na Bahia - Luiz Eduardo Magalhaes - fotao

    Foto: @arrepiah / Romancini

    Essa é uma das hipóteses levantadas em uma pesquisa inédita que visa identificar o que os brasileiros pensam sobre o agronegócio e como fortalecer a imagem do setor na sociedade.

    Aversão ao Agro, seja por desconhecimento ou falta de familiaridade com o setor, o fato é que quando as pessoas não sabem como funciona a realidade do campo, podem ser influenciadas por informações falsas e se tornarem críticas e até detratoras do Agronegócio .

    Essa leitura faz parte de uma série de hipóteses que estão sendo levantadas pela pesquisa inédita “Percepções sobre o Agro. O que os brasileiros pensam?uma iniciativa do Movimento tudo em uma vozque conecta toda a cadeia produtiva do Agro envolvendo associações, entidades e profissionais dos mais diversos elos da economia para fortalecer a imagem do setor por meio de ações acessíveis a todos.

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    Iniciado no final do ano passado, o projeto de pesquisa avança em quatro etapas principais para garantir sua robustez metodológica e as conclusões a que chegará, segundo informações do Coordenador Geral de Pesquisa Paulo Rovai. “Na fase qualitativa foram realizadas 38 entrevistas em profundidade com executivosconsumidores e jornalistas que acompanham o setor e outros editoriais, análises de mais de 30 trabalhos acadêmicos do exterior e do Brasil, workshop com associações setoriais e, agora, estamos na fase quantitativa”, descreve Rovai.

    A coordenadora explica que foi na fase de coleta de informações da pesquisa qualitativa que começaram a surgir algumas percepções que os entrevistados e os materiais coletados têm sobre o Agro.

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    O levantamento aprofundado dessas informações foi o norteador para a construção do questionário aplicável na pesquisa quantitativa, que está em fase de execução. “Essas etapas de pesquisa são fundamentais porque, para chegar a uma metodologia coerente e representativa, precisávamos ter o maior número de referências, como artigos acadêmicos, entrevistas, realidade de outros setores, relatórios, webinars e entidades ligadas a o agro. São materiais muito ricos e valiosos que complementam consistentemente o instrumento de pesquisa”, diz Ana Luisa Almeida, que participa do grupo de mentores e condutores da pesquisa e uma das mais conceituadas autoridades nacionais e internacionais em reputação.

    Fim da safra de soja na Bahia - Luiz Eduardo Magalhães - foto
    Foto: Equipe Favarão @leandrofavarao

    Percepção como mediadora de atitudes

    Para Ana Luisa, na sociedade mundial, principalmente da informação, as pessoas cada vez mais constroem suas percepções e, a partir delas, agem – seja para comprar um produto, para recomendar um serviço ou mesmo para criticar uma marca ou um setor específico. da economia.

    Segundo Paulo Rovai, a pesquisa está sendo embasada com todo rigor científico e entrevistas em profundidade para indicar, de forma mais próxima da realidade, percepções como mediadoras de atitudes. “Dessa forma, a pesquisa está sendo elaborada com o intuito de trazer à tona a percepção mais próxima que os brasileiros têm sobre o agronegócio a fim de contribuir para o posicionamento dos diversos segmentos e atividades que o compõem e fortalecer a marca Agro do Brasil”, justifica o Coordenador Geral de Pesquisa.

    O estudo faz parte do projeto de construção da marca Agro do Brasil para também estimular a empatia e admiração dos brasileiros pelo Agro em seu país como um todo, fortalecendo ainda mais o setor para gerar novas oportunidades, destaca Rovai.

    Confiabilidade da Pesquisa

    “Rigor científico, metodologia e base teórica sólida foram aplicados ao questionário para uma abordagem ampla”, explica Pedro Scrivano, responsável pelos Métodos Quantitativos de Pesquisa.

    O executivo esclarece que as pessoas chegam ao painel de forma orgânica e se cadastram seguindo as regras da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A ferramenta também identifica os IPs das máquinas e controla o tempo estimado que uma pessoa responde ao questionário. “Muitas validações são feitas em tempo real para que as coletas sejam seguras. Também temos capacidade de atingir regiões específicas e acessar diferentes classes sociais”, enfatiza.

    Representação nacional com 4.215 entrevistas

    O questionário da pesquisa está sendo aplicado a uma amostra nacional, com 4.215 entrevistas, para representar todos os estratos e perfis da sociedade brasileira. “Esse número é bastante representativo, atingindo uma amostra nacional relevante, o que dá uma pequena margem de erro para garantir a confiabilidade da pesquisa”, assegura Vasquez.

    Ainda segundo ele, o total de respostas é dividido de acordo com os parâmetros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): distribuição de gênero (feminino e masculino), por faixa etária (15-29 anos; 30-59 anos). e 60 anos ou mais), por renda (Classes A, B, C e DE) e por região (Sudeste, Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste) com os respectivos percentuais estabelecidos pelo órgão público.

    Em termos de parâmetros, dadas as etapas que estão sendo realizadas e a expertise dos profissionais envolvidos, estima-se que o valor de mercado de um levantamento dessas dimensões custará a partir de R$ 700 mil. Os investimentos para o desenvolvimento desta pesquisa foram realizados pelas empresas e executivos envolvidos no projeto.

    Pesquisa inédita e pioneira

    Na opinião do professor da USP/Esalq Eduardo Eugênio Spers, além da metodologia, a pesquisa carrega uma identidade pioneira ao olhar diretamente para o consumidor final. “Diferentemente dos Estados Unidos e Europa, por exemplo, onde a percepção do Agro vem de um público mais homogêneo, no Brasil há uma diversidade enorme com regiões muito diferentes. Nesse sentido, a pesquisa também é inédita porque entende a necessidade do Agro querer se comunicar e se esforçar para ser compreendido pelo público urbano. Por isso, é importante entender o que esse consumidor final, que está muito distante do Agro, pensa sobre o setor para que possa se comunicar melhor e mais próximo da realidade”, diz Spers.

    Para Paulo Rovai, não há dados públicos sobre a percepção dos brasileiros em relação ao setor, pois existem apenas estudos privados sobre o assunto, com acesso limitado a empreiteiras e não abertos ao mercado. “Além do pioneirismo da própria pesquisa, ela terá maior divulgação”, esclarece.

    “Com a pandemia, a questão do crescimento econômico também permeou a agenda dos CEOs e de todas as empresas. Nesse sentido, nosso grupo de trabalho perguntou o que poderia ser feito para contribuir na tentativa de ‘driblar’ a crise e chegamos ao questionamento de que a percepção dos brasileiros pode influenciar o crescimento do setor e da própria economia nos próximos anos” , informa Rovai, ressaltando que os resultados da pesquisa podem orientar efetivamente as estratégias de comunicação da Agro com o consumidor final.

    Apresentação dos resultados

    A apresentação dos resultados da pesquisa “Percepções sobre o Agro. O Que Pensa o Brasileiro” está previsto para a segunda quinzena de setembro/22.

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    Fonte: Noticias Agricolas