A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolveu uma variedade de morango com produção precoce de frutos. Isso permite um menor intervalo entre o plantio e o início da colheita, ampliando a janela de produção para até sete meses, de junho a dezembro, e ampliando a oferta de frutas de alta qualidade.

A nova cultivar, chamada Fênix, gera benefícios significativos aos produtores, permitindo-lhes obter preços mais elevados com a venda de morangos antes das principais variedades disponíveis no mercado. É recomendado para as regiões Sul e Sudeste do Brasil e é adequado tanto para sistemas de produção convencional quanto orgânico.

O morango desenvolvido oferece potencial produtivo de até 1,2 quilo por planta. A fruta apresenta características como boa firmeza e maior vida útil após a colheita, garantindo um transporte mais seguro e rápido até as gôndolas.

História da pesquisa de morango

A Embrapa iniciou pesquisas de melhoramento de morangos no início da década de 1950, com pico entre as décadas de 1960 e 1980. A empresa pública lançou oito cultivares de morango e recomendou para cultivo quatro cultivares introduzidas de outros países.

A maior parte das variedades lançadas na primeira fase do programa eram voltadas para a indústria e apresentavam maior acidez, o que não condiz com a atual preferência pelo consumo de frutas frescas no país. Além disso, estas variedades estão ultrapassadas para atender às necessidades do setor produtivo. .

A partir de 2010, foi iniciado um novo ciclo de trabalho para reverter o monopólio das variedades desenvolvidas no exterior, proporcionando mais autonomia ao cultivo do morango no Brasil. O processo de melhoramento genético leva pelo menos sete anos, desde os primeiros cruzamentos até o lançamento de uma nova variedade.

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Produção nacional de morangos

O Brasil ocupa a 17ª posição entre os maiores produtores de morango no ranking da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O país tem uma área de 5,3 mil hectares e uma produção anual de 200 mil toneladas, segundo dados levantados pela Embrapa, junto a órgãos estaduais.

A cultura do morango tem crescido devido à adoção de novos sistemas de produção que auxiliam os produtores, à entrada de novos players no setor e à rentabilidade econômica da cultura, que oferece a possibilidade de entrada menos sazonal de recursos na propriedade. Mas há espaço para um maior desenvolvimento neste sector.

Com investimentos em tecnologia, manejo adequado e incentivo aos produtores é possível impulsionar a produção e a qualidade do morango brasileiro, contribuindo para o crescimento do mercado nacional e internacional dessa fruta.

características regionais

Os estados de Minas Gerais e São Paulo destacam-se como os principais produtores de morango do Brasil, representando aproximadamente 66% da produção nacional. O período de colheita varia de 50 dias a 100 dias após o plantio, dependendo das condições climáticas e da variedade cultivada.

Em São Paulo a colheita ocorre de junho a dezembro, enquanto em Minas Gerais vai de maio a outubro. Porém, em Minas Gerais, a produção pode se estender até dezembro, quando utilizadas técnicas de cultivo protegido.

Para ter sucesso no cultivo, o clima ideal é seco e ameno, com grande variação de temperatura ao longo do dia, sendo obrigatória a irrigação por aspersão ou gotejamento.

Custos de produção

Devido aos altos custos envolvidos na produção do morango, a contratação de muitos funcionários torna-se pouco lucrativa devido às leis trabalhistas e aos encargos sociais. Essa condição favorece a agricultura familiar, que geralmente depende da mão de obra dos próprios familiares, reduzindo assim os custos com pessoal.

Retorno financeiro

O retorno financeiro da produção de morango varia ao longo da época de colheita. Nos primeiros períodos, os preços costumam ser bastante elevados, ajudando a compensar os custos de produção.

No entanto, à medida que a época chega ao fim, os preços tendem a cair significativamente, acabando por cair abaixo do custo de produção. Apesar da forte queda no final da safra, os preços atrativos nos primeiros meses tendem a compensar esta variação.

Fonte: Embrapa, Revista Campo e Negócios, HfBrasil

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