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No Dia Nacional do Café, secretário de Agricultura destaca ações e…

    No Dia Nacional do Cafe secretario de Agricultura destaca acoes scaled

    No dia 24 de maio é comemorado o Dia Nacional do Café, data que simboliza a importância da bebida para o país. Além de seu papel na economia brasileira ao longo da história, o café ocupa um lugar especial na cultura do nosso povo, estando presente em diversos momentos do dia e em diversas formas de consumo – desde o tradicional café preto até elaboradas preparações gastronômicas.

    Tendo em vista toda a importância do café para o Brasil e, em especial, para o estado de São Paulo, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento aproveita a data para destacar algumas das atividades de pesquisa e extensão rural realizadas com a fábrica paulista terras Paulo – algumas há mais de um século.

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    Controle biológico e fitossanidade

    O Instituto Biológico (IB-APTA) realiza um grande volume de pesquisas sobre o café, incluindo estudos de controle preventivo, monitoramento (diversidade genética, distribuição geográfica, dinâmica populacional, epidemiologia) e manejo das principais doenças e pragas da cultura, incluindo ervas daninhas. Entre os estudos, destaca-se a avaliação da resistência de cultivares a fitopatógenos (por exemplo, mancha halo foliar, cercospora, mancha foliar de Phoma, nematóides), artrópodes pragas, como bicho-mineiro e ácaros, e vírus associados (por exemplo, anelus do cafeeiro – CoRSV).

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    Além disso, há foco no controle biológico de pragas e doenças utilizando bioprodutos, sejam eles à base de fungos entomopatogênicos (Beauveria, Metarhizium, Cordyceps), Trichodermabactérias (ex. Bacilo spp.), bacteriófagos, nematóides entomopatogênicos, insetos (por exemplo, crisopídeos, coccinelídeos), ácaros predadores (Phytoseiidae) ou óleos essenciais. Outras linhas incluem a avaliação de indutores de resistência e análise de fertilizantes químicos e pesticidas.

    Vale lembrar que o IB tem em sua sede em São Paulo a maior plantação urbana de café do Brasil. São cerca de dois mil pés de café cultivados em sistema orgânico. Fundado em 1928 para estudar a broca do café, praga que assolava as plantações paulistas, o IB sempre teve a cultura como um de seus objetos de pesquisa. Daí a importância da implantação de sua lavoura de café, cerca de 28 anos após a fundação do Instituto, e que até hoje serve para realizar estudos relacionados a pragas e doenças.

    “Berço” da cafeicultura brasileira

    A pesquisa cafeeira no Brasil se confunde com a história do Instituto Agronômico (IAC-APTA), fundado em 1887 para pesquisar o cafeeiro e apoiar a cafeicultura brasileira.

    Ao longo de sua história, o IAC desenvolveu 67 cultivares de café. Destes, 66 são de café arábica e dois são porta-enxertos de café, que permitem o cultivo do café arábica em áreas infestadas por nematóides. De todas as plantações de café arábica cultivadas no Brasil, 90% são plantadas com cultivares IAC. No mundo, esse índice chega a 70%.

    O IAC é a única instituição no Brasil que desenvolveu um porta-enxerto para café: o primeiro é o Apoatã IAC 2258, para café robusta. O porta-enxerto IAC Herculândia é resistente às três espécies de nematóides Meloidogyne, o que permite o cultivo do café arábica em áreas infestadas. “Ambos são resistentes às três principais raças de nematóides presentes no estado de São Paulo. O IAC Herculândia foi registrado em 2022. Esses porta-enxertos são um marco para a cafeicultura brasileira”, afirma Júlio César Mistro, pesquisador do IAC.

    Segundo Mistro, que também é diretor do Centro Cafeeiro “Alcides Carvalho” do IAC, entre as cultivares desenvolvidas destacam-se ‘Mundo Novo’ e ‘Catuaí’. Outros que são difundidos nacionalmente são: IAC Obatã, IAC Tupi, IAC Ouro Verde, IAC Icatu e diversas seleções de Bourbon Amarelo.

    Café naturalmente descafeinado

    O IAC mantém em seu programa de melhoramento estudos com café naturalmente descafeinado. Na busca por cultivares com características agronômicas desejáveis, o Instituto adota, além do melhoramento genético clássico, a edição genômica. Este estudo faz parte do Centro de Ciência para o Desenvolvimento sediado no Instituto e financiado pela FAPESP.

    Também merecem destaque as pesquisas sobre cafés especiais, qualidade da bebida, impressão digitalgestão de propriedades rurais e a Rede Social do Café.

    Novas oportunidades produtivas para cafeicultores paulistas

    Entre os trabalhos desenvolvidos pela APTA Regional com café estão a caracterização e regionalização de cultivares de café arábica. O objetivo é identificar cultivares com melhor desempenho produtivo e qualidade de bebida para serem cultivadas na região Centro-Oeste do estado de São Paulo. Assim, o projeto visa fornecer informações confiáveis ​​sobre as cultivares comerciais de café arábica, auxiliando os produtores na escolha dos melhores materiais genéticos para cada sistema de produção, possibilitando o aumento da rentabilidade do cafeicultor, melhorando a produtividade e a qualidade dos grãos.

    Em outra linha de pesquisa, a APTA Regional busca incentivar o cultivo do café tipo canephora (canéfora de café) em SP, visando atender a demanda de torrefadores e solubilizantes localizados no estado e oferecer uma nova oportunidade de negócios para os produtores paulistas, de forma sustentável.

    Apesar da grande demanda, o café canephora ainda não é produzido em larga escala em São Paulo, portanto, as tecnologias derivadas do estudo serão fundamentais para sua produção. A escolha de materiais genéticos adaptados, desenho de plantio, população de plantas, adubação, poda e colheita são alguns dos assuntos de interesse da pesquisa. As informações geradas no estudo irão proporcionar a implantação e manejo da lavoura cafeeira de forma mais assertiva por parte do produtor.

    informação estatística

    Organizado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), o segundo monitoramento da safra cafeeira paulista, realizado em fevereiro de 2023, aponta colheita de 4,8 milhões de sacas (correspondentes a 290,2 mil toneladas do produto) na safra de 2022 /safra 2023. Esse valor é 9,2% superior ao da safra de café 2021/22. Também foi observada expansão de 9,9% na estimativa de produtividade média para o estado, estimada em 25,6 sc./ha (1.536 kg/ha).

    Qualidade, segurança e inovação do café e seus produtos

    Ao longo de seus quase 60 anos de história, marco que comemora este ano, o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL-APTA) sempre desempenhou importante papel na qualidade, segurança e inovação do café e de seus produtos, como o desenvolvimento de metodologia para avaliação de bebida de café solúvel em parceria com a Associação Brasileira da Indústria do Café Solúvel (Abics) e a participação em avaliações interlaboratoriais de análises de café com a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), Sebrae, Sindicafé-SP e LAB Carvalhaes.

    Ainda na área de ciência e qualidade, o Ital avalia o perfil descritivo da bebida (tradicional, gourmet e superior), testes com consumidores, testes químicos para padronização mínima do café torrado (em grão e moído), análises de controle de qualidade ( determinação de sujidade e impurezas, identificação histológica e estudos de voláteis) e testes com embalagens de café e seus produtos (taxa de permeabilidade ao oxigénio e ao vapor de água, integridade do fecho e termo-soldagem das válvulas incorporadas, composição gasosa do espaço -livre de embalagem inerte e nível de vácuo).

    Outra frente de atuação do Ital é o desenvolvimento de novos produtos (como preparados para bebidas instantâneas, bolos, biscoitos, chocolates, recheios, barras de cereais e balas) e processos, com destaque para a obtenção de um ingrediente fonte de cafeína a partir Casca de café robusta: resultado de pesquisas realizadas em parceria com o IAC, esse ingrediente pode ser utilizado em alimentos, bebidas não alcoólicas de baixa caloria, cosméticos e medicamentos naturais – o caráter inovador rendeu um pedido de patente ao Patrimônio Nacional Instituto Industrial (INPI).

    A parceria com o IAC também viabilizou outros projetos voltados para a evolução das regiões cafeeiras do estado, como a influência das mudanças climáticas nos sólidos solúveis nos resíduos da produção, utilizando-os em novos produtos, e a obtenção de indicadores ambientais da produção de café arábica à base de sobre a metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), por meio do Coffee Research Consortium, por meio do qual várias pesquisas relacionadas ao café foram e estão sendo realizadas. As pesquisas sobre o café também ocorrem por meio da Plataforma Biotecnológica Integrada para Ingredientes Saudáveis ​​(PBIS), do Núcleo de Pesquisa Orientada a Problemas (NPOP) liderado pelo Ital, FAPESP e CNPq, como as relacionadas ao fungos e toxinas.

    CATI dissemina tecnologia e conhecimento de produção e manejo para cafeicultores paulistas, implementando políticas públicas voltadas para o segmento

    Por meio de ações de extensão rural e assessoria técnica de sua Coordenação de Assistência Técnica Integral (CATI), a Secretaria de Agricultura e Abastecimento há décadas apoia produtores rurais na transformação do café paulista em sinônimo de qualidade, renda e emprego.

    A cafeicultura ocupa lugar de destaque no estado, seja pela produção, ocupação de mão de obra, ou geração de renda nos municípios onde está instalada. Estima-se que cada hectare cultivado gere, em média, 2,3 empregos diretos. Segundo dados do Grupo Técnico (GT) do CATI Cafeicultura, a cultura está presente em 474 municípios paulistas, abrangendo uma área de aproximadamente 200 mil hectares cultivados em sistema de sequeiro e irrigado, sendo a principal espécie cultivada o Arábica (café arábica EU.). “De um total de quase 13 mil unidades produtivas, sete mil são de agricultores familiares”, destaca o diagnóstico feito pelos extensionistas do GT.

    Diante desses dados e da importância que a cafeicultura tem para a economia agrícola paulista, o CATI investe em ações para fortalecer o segmento. “A extensão rural sempre teve um papel muito importante no apoio aos cafeicultores, principalmente nas pequenas propriedades, e na consolidação de suas organizações, trabalhando em estreita colaboração com a pesquisa. Nesse contexto, realizamos trabalhos de capacitação, divulgação de conhecimentos e novas tecnologias de produção, bem como de Boas Práticas Agrícolas e de manejo, por meio de Dias de Campo, seminários, palestras, cursos, implantação de Unidades Demonstrativas de Tecnologia, orientações técnicas, entre outros, levando em consideração as características regionais e as necessidades dos produtores, atuando localmente, mas pensando globalmente”, enfatiza Francisco Rodrigo Martins, coordenador do CATI.

    Martins também destaca as políticas públicas de crédito rural como outro importante ponto de apoio ao setor. “Por meio do Feap – Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista –, administrado pela Secretaria da Agricultura, o Governo do Estado permite aos cafeicultores paulistas, que atendam aos critérios estabelecidos, acesso a linhas de crédito com juros baixos e longos prazos de carência. , bem como o financiamento de tratores e implementos com juros zero”.

    Fonte: Noticias Agricolas