A produção brasileira de grãos na safra 2021/22 está estimada em 271,2 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 5,6% (aumento de quase 14,5 milhões de toneladas), quando comparado ao ciclo anterior. 2020/21. Os números fazem parte do 12º e último levantamento da safra de grãos 2021/22, divulgado nesta quinta-feira, 8, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Segundo a estatal, a principal cultura cultivada, Soja teve seu desenvolvimento marcado por altas temperaturas em importantes regiões produtoras, como lavouras no Paraná, Santa Catarina e parte do Mato Grosso do Sul. Esta condição climática adversa teve um forte impacto nos rendimentos, influenciando a queda na produção. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a queda registrada superou 50%. Diante desse cenário, a safra do grão no país está estimada em 125,55 milhões de toneladas, uma redução de aproximadamente 10% em relação à safra 2020/21 (124,05 milhões de toneladas).
O presidente da Conab, Guilherme Ribeiro, disse em nota que, “embora tenha experimentado condições climáticas adversas em algumas regiões produtoras, principalmente nos estados do sul do país, esta é a maior safra já registrada na série histórica de produção de grãos no Brasil”.
No caso de milho, houve recuperação da produção total com safra estimada de 113,2 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 30% em relação ao ciclo anterior (87,10 milhões de toneladas). Enquanto na primeira safra houve certa estabilidade na produção em 24,9 milhões de toneladas, devido às condições climáticas desfavoráveis principalmente nos estados do Sul, a segunda safra foi marcada por uma retomada da produção em torno de 41,8%, sendo estimada em 86,1 milhões de toneladas em relação para 60,74 milhões de toneladas em 2020/21.
Segundo a Conab, o resultado não foi melhor apenas por causa da falta de chuva em Goiás, São Paulo e Minas Gerais. Nesses estados, além da estiagem, houve relatos de ataques de cigarrinhas às lavouras, praga que também afetou a produtividade no Paraná.
“Há duas temporadas houve registro de cigarrinhas em regiões de clima frio. Desde então, a praga apareceu com mais frequência. Para a safra 2022/23, os produtores precisam ficar atentos ao surgimento desse vetor para tentar controlá-lo melhor”explicou na nota o diretor de Informação Agropecuária e Políticas Agrícolas, Sergio De Zen.
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Outro produto importante, o algodão teve sua produtividade parcialmente prejudicada pelo estresse hídrico em algumas lavouras, enquanto a qualidade da pluma, que tem produção estimada em 2,55 milhões de toneladas (aumento de 8,3% em relação a 2020/21, quando a colheita atingiu 2,36 milhões de t), é muito bom devido ao clima. Por outro lado, a falta de chuvas favorece o andamento da safra, que deve terminar em setembro.
Os produtores de feijão enfrentou problemas climáticos em todas as 3 culturas da leguminosa. Mesmo assim, a produção está estimada em aproximadamente 3 milhões de toneladas (aumento de 3,6% em relação ao período anterior, que foi de 2,89 milhões de toneladas). Segundo a Conab, o volume atende ao abastecimento do país.
No caso de arroz, o volume total a ser colhido está estimado em 10,8 milhões de toneladas, apresentando um decréscimo de 8,4% em relação a 2020/21 (11,77 milhões de toneladas), devido à menor destinação de área para plantio, bem como a redução da produção nacional produtividade média. Ainda assim, a produção também é suficiente para a demanda do mercado interno.
A Conab também destacou a safra de sorgo, que foi impulsionada pelos preços do milho, registrando produção recorde de 2,85 milhões de toneladas, crescimento de 36,9% em relação à safra anterior.
Entre as lavouras de inverno, a Conab projeta produção recorde para o trigo, atingindo 9,4 milhões de toneladas, alta de 22% em relação a 2021 (7,68 milhões de toneladas). Houve um pequeno atraso na semeadura no sul do país devido ao excesso de chuvas, mas as condições são favoráveis para o desenvolvimento das lavouras.
Nesta edição, explicou a Conab, a empresa apresentou os resultados do mapeamento das áreas cultivadas com soja. Na safra 2020/2021, o trabalho foi realizado nos estados da região Centro-Oeste e em Rondônia. Na safra atual, a metodologia foi utilizada para a região do Matopiba, compreendendo Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Com a conclusão das atividades, foi possível aprimorar os processos de análise e fornecer informações com maior segurança e transparência à sociedade, além de promover a aplicação de novas tecnologias nas estimativas de safra da Companhia em colaboração com o Inpe. Além de possibilitar o acesso à localização das áreas cultivadas com soja, com base em sensoriamento remoto e geoestatística, a estatal atualizou as estimativas de área de soja para a região com base neste trabalho.