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Ministro do Meio Ambiente do Reino Unido visita o Pará

    Ministro do Meio Ambiente do Reino Unido visita o Para

    A ministra do Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido, Thérèse Coffey, conheceu, nesta terça-feira (3 de janeiro), projetos de agricultura sustentável na comunidade quilombola de São Manoel. A visita ocorre após o anúncio do início da segunda fase do Programa Rural Sustentável (PRS) na Amazônia, financiado pelo governo britânico.

    A comunidade de São Manoel está localizada em um dos municípios que serão beneficiados pelo Programa, a cidade de Moju, no nordeste do Pará, que deve lançar, nas próximas semanas, um edital para selecionar os projetos que receberão o Recursos.

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    O ministro britânico veio ao Pará acompanhado da embaixadora britânica no Brasil, Stephanie Al-Qaq. Durante a visita, a delegação pôde conhecer a técnica dos sistemas agroflorestais para a produção de alimentos típicos da região, como castanha do Pará, açaí, pimenta-do-reino, cupuaçu e cacau. A Coffey ouviu os moradores sobre os desafios enfrentados pelas cadeias de produtos da sociobiodiversidade na Amazônia. Foi possível constatar, na prática, a ligação entre ação climática (apoio à agricultura de baixo carbono), redução da pobreza e promoção do desenvolvimento.

    “Antes de vir para cá, conheci o governador do Pará. Foi um sinal de que o Reino Unido está disposto a colaborar com este estado, e com o Brasil como um todo, para colocar em prática o conceito de bioeconomia. Hoje foi um dia muito especial. Vi boas técnicas para produzir com baixas emissões de carbono. É um conhecimento transmitido de geração em geração, por meio de fertilizantes e outros produtos retirados da própria natureza. As comunidades locais são guardiãs da Amazônia e têm um papel fundamental para o planeta”, disse o ministro do Reino Unido.

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    O Programa Rural Sustentável é o resultado de uma parceria entre vários atores:

    · Os recursos vêm do governo britânico, por meio da International Climate Finance;

    · Esses recursos são administrados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID);

    · O MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) alinha os objetivos de financiamento com as políticas públicas definidas pelo governo federal;

    · No caso específico do Pará, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) participa da estratégia de implantação do Programa e oferece apoio logístico para as ações e

    · O IABS (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade) cuida da implementação, execução e monitoramento das iniciativas.

    O Reino Unido é o terceiro maior parceiro do Brasil em clima e natureza. Mais de £ 250 milhões do Financiamento Internacional do Clima foram para o Brasil.

    Antes de visitar a comunidade de São Manoel, o ministro britânico participou da cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no último domingo (1º de janeiro).

    No dia seguinte, além do governador Helder Barbalho, ela se reuniu com os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara. No dia anterior, ela havia se encontrado com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

    “Fiquei muito grato em encontrar representantes do governo brasileiro no primeiro dia. Já havíamos estabelecido uma relação com o Brasil, mas é claro que as ambições e a agenda deste novo governo Lula estão colocando o meio ambiente e a agricultura sustentável em posição central, para aliar o combate às mudanças climáticas à geração de prosperidade. Vejo muitas possibilidades de avançar nossa parceria no campo da bioeconomia”, avaliou a Ministra Thérèse Coffey.

    SOBRE O PROGRAMA RURAL SUSTENTÁVEL (PRS) NO PARÁ

    Esta é a segunda fase do PRS no Estado do Pará, com ênfase especial no apoio a soluções baseadas na natureza para reduzir o desmatamento, visando aprimorar modelos sustentáveis ​​de uso da floresta em pé, baseados principalmente no extrativismo, recuperação de terras e intensificação de áreas degradadas que foram desmatados no passado e o desenvolvimento de fontes alternativas de renda para substituir a receita do desmatamento, com participação relevante das comunidades locais.

    O PRS faz parte de um projeto de R$ 7,42 milhões, entre os R$ 62,3 milhões que beneficiarão os estados do Pará, Rondônia e Amazonas. O Programa tem como foco particular o fortalecimento de cadeias de valor sustentáveis ​​na região, como café, castanha, pescado, açaí e cacau.

    SOBRE A COMUNIDADE DE SÃO MANOEL – MUNICÍPIO DE MOJU (PA)

    O território Jambuaçu está localizado a 15 km da sede do município de Moju, sendo cortado pelo córrego de mesmo nome e habitado por grupos negros rurais, que em sua maioria têm como meio de subsistência a agricultura, o extrativismo animal e vegetal.

    A Comunidade pertence a um território quilombola denominado Jambuaçú, onde existem 15 associações, que possuem 230 hectares de SAFs (Sistemas Agroflorestais Biodiversos), tendo como principais cultivos açaí, cacau, cupuaçu, pimenta-do-reino e espécies florestais. O principal produto processado do agronegócio é o açaí. Mais de 40 funcionários da comunidade trabalham na atividade.

    A comunidade iniciou a transição no trato com o solo e sua forma de plantar e cultivar há cerca de sete anos. Inicialmente, fizeram um estágio na cooperativa Sr. Michinori, no município de Tomé-Açu, onde receberam orientação e apoio para iniciar e desenvolver as atividades.

    Receberam mudas e sementes para iniciar a transição de trato das lavouras na comunidade, e com o Sr. Michinori, receberam orientações de como preparar a roça sem fogo, cavando e plantando com espaçamento correto, desbastando a capoeira após o plantio e empilhando ao redor da plantas, garantindo a umidificação do solo ao seu redor.

    Eles também foram instruídos sobre adubação de plantas, poda de formação, colheita, vendas, manejo de recursos, entre outras tarefas.

    Atualmente, a comunidade não utiliza o fogo, a produtividade cresceu e se diversificou, aumentando significativamente a renda dos produtores locais e reduzindo a emissão de carbono.

    A informação é da Embaixada do Reino Unido no Brasil



    Fonte: Agro