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Minas Gerais supera meta de cobertura vacinal contra febre aftosa em 2022

    Minas Gerais supera meta de cobertura vacinal contra febre aftosa

    Índice registra 97%; sucesso da última imunização no estado marca a entrada de uma nova fase para a pecuária mineira

    A taxa de cobertura vacinal contra a febre aftosa chegou a 97% em Minas Gerais. Cerca de 25 milhões de bovinos e bubalinos foram imunizados em todo o estado, superando a meta da campanha realizada durante os meses de novembro e dezembro de 2022. A pedido do setor produtivo, a última etapa da vacinação foi marcada por prorrogações e novos prazos motivados para o demora na liberação, distribuição e oferta de doses de imunizantes no mercado.

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    O produtor rural conseguiu adquirir a vacina e imunizar seu rebanho até 30/12/22. O prazo para declarar a vacinação era 09/01/2023. A oportunidade de aproveitar o novo prazo para não descumprir essa importante medida sanitária repercutiu positivamente na medida, melhorando a capilaridade e a disponibilização dos imunizantes nos estabelecimentos cadastrados no estado.

    As iniciativas do Governo de Minas Gerais envolvendo o comprometimento dos produtores rurais, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e sua associada Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), garantiram o sucesso da campanha. Agora, o estado está próximo de conquistar o reconhecimento de área livre de febre aftosa sem vacinação, cenário que abrirá mercados para a carne bovina mineira, ampliando as parcerias comerciais.

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    O diretor-geral do IMA, Antônio Carlos de Moraes, faz um balanço das últimas vacinações no estado. “Mesmo sendo a última campanha de imunização contra a febre aftosa em Minas Gerais, produtores rurais, parceiros públicos e privados contribuíram para que a vacinação alcançasse um excelente índice de cobertura vacinal. Isso demonstra o alinhamento entre os setores público e privado caminhando na mesma direção. O reconhecimento nacional e internacional como livre de febre aftosa sem vacinação será uma grande conquista para o Agro, pois terá impacto positivo em todas as cadeias produtivas do setor, além da pecuária. Ao retirar a vacinação contra a febre aftosa, os parceiros comerciais reconhecem a eficiência da defesa sanitária no território, garantindo a qualidade e sanidade dos produtos. Um estado de saúde protegida restringe surtos e ameaças de doenças, além de favorecer a abertura de mercados para carnes e outros produtos. Estamos entrando em um novo ciclo! Vamos fortalecer ainda mais nossa parceria com os produtores rurais e o setor privado em prol de uma fiscalização ativa e passiva mais estruturada”, destaca o diretor-geral.

    O IMA, como responsável pela gestão e fiscalização da campanha junto aos pecuaristas, se empenhou muito em garantir que a vacinação ocorresse em todo o estado, acompanhando diariamente os índices de vacinação e identificando problemas relacionados à baixa disponibilidade da vacina em muitos municípios do final de novembro.

    O inspetor do IMA, Natanael Lamas Dias, informa que esse gargalo ocorreu principalmente pelo baixo interesse dos revendedores em comprar quantidades maiores de doses de vacina ao final da etapa. “Os revendedores tinham medo de comprar o produto e não conseguir comercializar depois. Assim, a ampliação e a comunicação com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), distribuidores e revendedores de vacinas foram fundamentais para minimizar o obstáculo e atingir o índice de vacinação desejado”, argumenta.

    sinergia

    Reunião técnica entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), realizada no ano passado, confirmou a suspensão gradual da vacinação em alguns estados, desvinculada do reconhecimento internacional imediato e sem comprometer a condição de zona livre de febre aftosa com vacinação. Essa estratégia foi adotada em sete estados: Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Espírito Santo, que compõem o Bloco IV e que aceitaram realizar a última vacinação contra a febre aftosa em novembro de 2022.

    “Minas Gerais e as demais UFs citadas conseguiram implementar a contento as ações descritas no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância da Febre Aftosa (PE-PNEFA) para viabilizar esta importante etapa do processo de transição da zona livre de febre aftosa com vacinação para sem vacinação, mas ainda faltam alguns requisitos fundamentais para poder reivindicar o novo status desejado da WHOA. Entre eles, um aspecto relevante é que antes e durante a transição é necessário obter condições que permitam uma separação física de outras populações de animais suscetíveis à febre aftosa com status diferente e, portanto, finalmente elegíveis para entrar formalmente no transição, a fim de obter o estatuto de indemnidade de febre aftosa sem vacinação. Essa nova condição deve primeiro ser reconhecida pelo MAPA e depois pela OIE. Dessa forma, as demais UFs, BA, SP, SE, RJ, que compõem o bloco IV do PE-PNEFA e que ainda não suspenderam a vacinação por não terem conseguido cumprir as ações necessárias para tanto, grandes áreas de borda seca, extensa rede viária e importantes interações comerciais com as demais UFs do bloco IV que suspenderam recentemente a vacinação”, explica o fiscal.

    O Plano Estratégico PE-PNEFA tem como principal objetivo criar e manter condições sustentáveis ​​para garantir o estatuto de país livre de febre aftosa, alargar as zonas livres da doença sem vacinação e proteger o património pecuário nacional. Está em consonância com o Código Sanitário de Animais Terrestres, da Organização Mundial de Saúde Animal (OMS), e com as diretrizes do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA), convergindo com os esforços de erradicação a doença na América do Sul. O PNEFA possui diretrizes que levam em consideração os objetivos e metas deste Plano. Entre as quais estão as condições do serviço veterinário oficial e suas relações com o setor privado; os riscos de reintrodução da doença no país; a necessidade de fortalecer os mecanismos de prevenção de doenças, priorizando as áreas identificadas com maior vulnerabilidade; os aspectos econômicos envolvidos e a nova caracterização dos sistemas produtivos do país. Um dos objetivos do Plano é a substituição gradual da vacinação contra a febre aftosa pelo fortalecimento da vigilância em todo o território brasileiro, o que implica a adoção de diversas ações a serem desenvolvidas nos níveis municipal, estadual e nacional, com o envolvimento do funcionário do serviço veterinário, setor privado, produtores rurais e agentes políticos.

    Dias detalha como as ações de fiscalização serão reforçadas após a retirada da vacinação. “Com a elaboração de um plano de comunicação para fortalecer a vigilância passiva e aumentar o número de notificações de doenças oficialmente controladas, com ênfase nas doenças vesiculares. Além disso, aprimorar ferramentas para identificar propriedades com maior risco de introdução e disseminação do vírus da febre aftosa, por meio da vigilância ativa. A revisão da legislação abordará claramente a obrigação do produtor de atualizar regularmente o seu cadastro pecuário, de forma a não comprometer o registo e o controlo da circulação dos animais. Vamos intensificar a fiscalização e fiscalização na movimentação de animais e realizar o treinamento dos servidores no atendimento às suspeitas de doenças vesiculares e atualizações dos manuais e procedimentos estabelecidos, com o objetivo de inferir maior assertividade nas ações de fiscalização ativa e passiva”, afirmou. sinais.

    nova fase

    Ainda não há data prevista para a conquista do novo status de saúde. No entanto, Minas Gerais se prepara para uma nova fase da vigilância sanitária da febre aftosa. O objetivo é finalizar as ações contempladas no PE-PNEFA e adequar o sistema de vigilância da doença, fortalecendo as estruturas dos serviços veterinários e consolidando a participação do setor privado.

    Os benefícios da retirada da vacinação já são percebidos pelos elos da cadeia produtiva. As estimativas da Seapa apontam para uma economia de aproximadamente R$ 700 milhões por ano para a pecuária mineira, considerando os gastos com imunizações e pessoal para aplicação e as perdas na produção de leite, devido à imunização de vacas leiteiras.

    Nos últimos anos, o empenho dos pecuaristas nas campanhas de vacinação contra a febre aftosa, aliada às ações de proteção à saúde animal, garantiu taxas de vacinação de bovinos e bubalinos acima de 95%. Em 2021, Minas Gerais alcançou uma taxa de 97,5% de cobertura vacinal para bovinos e bubalinos.

    Em 2022, o Governo de Minas realizou propaganda de incentivo à imunização do gado no rádio, canais de TV e internet. O ator e músico mineiro Guito, revelado na novela Pantanal, da Rede Globo, participou da campanha de vacinação e combate à doença.



    Fonte: Noticias Agricolas