Pular para o conteúdo

Milho: além dos riscos do cultivo, o preço do grão…

    Milho alem dos riscos do cultivo o preco do grao

    São muitas as variáveis ​​que podem influenciar os preços e gerar ganhos, mas também perdas, segundo análise da hEDGEpoint

    O milho é, hoje, um dos grãos mais produzidos no mundo. Embora a América seja sua origem, hoje ela é cultivada em regiões espalhadas pelo mundo. “Foi na América do Norte, mais especificamente no México, que ele foi encontrado, há pelo menos 7.000 anos. Depois, espalhou-se por todo o continente, até chegar à Europa, servindo de alimento para a população mais pobre”, observa o analista de Grãos e Proteína Animal da hEDGEpoint, Pedro Schicchi.

    Patrocinadores

    “No Brasil, quando os portugueses chegaram, o milho já era cultivado e consumido pelos indígenas. Então não se sabe ao certo há quanto tempo ele está presente em terras brasileiras”, acrescenta.

    Se antigamente o milho era cultivado basicamente para alimentação humana, hoje, além de ainda ter grande relevância na culinária, também é matéria-prima para outros produtos, como alimentos e bebidas (pipoca e cerveja, por exemplo), mas também na outras indústrias, como ração animal, farmacêutica e biocombustíveis.

    Patrocinadores

    A produção anual de grãos nos últimos anos é de mais de 1,2 bilhão de toneladas, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). E a expectativa é que fique acima de 1,1 bilhão também na safra 2022/2023. Com tanta oferta, o mercado também tem várias características próprias, indica hEDGEpoint.

    “O milho é um ingrediente comum, e até tradicional ou típico, em muitos pratos e áreas da gastronomia”, diz Schicchi. Segundo ele, o consumo humano desse grão é pequeno em relação aos números da produção mundial.

    “Atualmente, o principal produto gerado a partir do milho é a ração, principalmente para suínos, na China, além do etanol”, aponta o especialista. No ranking dos países que mais produzem o cereal estão, nessa ordem, Estados Unidos, China, Brasil e Argentina.

    A China consome praticamente todo o milho que produz, devido ao enorme rebanho suíno do país. “Existe uma política lá de produzir 95% de todo o milho que é usado internamente. Mesmo assim, precisam importar para dar conta de toda a demanda”, acrescenta Schicchi.

    Nos Estados Unidos e no Brasil, há consumo interno, mas também altas taxas de exportação. Nos EUA e no Brasil, o consumo interno também é alto, mas as exportações são parte integrante da demanda. No mercado de rações, frangos, suínos e bovinos são os maiores consumidores de milho nos Estados Unidos. No Brasil, os bovinos representam uma parcela menor, já que aqui são alimentados principalmente a pasto.

    Assim, em termos de exportações, os Estados Unidos lideram, seguidos do Brasil e da Argentina. O próximo país nesse ranking seria a Ucrânia, que nos últimos anos teve sua participação prejudicada pela guerra. A região é muito favorecida por sua posição geográfica, o que facilita e barateia as importações da Europa e da Ásia.

    O mercado de etanol também demanda milho como matéria-prima, embora no Brasil não seja tão comum quanto a fabricação a partir da cana-de-açúcar. Assim como no mercado de açúcar, há um dilema: o milho deve ser usado como alimento ou como combustível? Essa decisão acaba se dando por meio de preços que, acompanhando a oferta e a demanda, ditam qual dessas indústrias poderá oferecer uma melhor proposta de compra, sem prejudicar suas margens.

    produção de milho

    O milho é produzido e consumido em diversos lugares do mundo – ao contrário de commodities como a soja, por exemplo, cuja produção e consumo se concentram em um número menor de países. Mas, claro, ainda existem os grandes players, que produzem e exportam em maior quantidade. É o caso dos Estados Unidos e do Brasil.

    O Brasil tem uma peculiaridade na produção, pois possui duas safras do cereal, conforme destaca Thais Italiani, gerente de Inteligência de Mercado. Muitos produtores plantam soja no verão e utilizam a mesma área para plantar milho no inverno, como forma de rotação de culturas.

    cultura. Assim, após a colheita da soja – entre o final de janeiro e o início de março – a terra é plantada com milho. Em meados de julho começa a ser colhida. “É importante destacar que, nos últimos anos, essa segunda safra de milho cresceu significativamente, conferindo ao Brasil uma posição importante no cenário mundial”, afirma o especialista.

    Nos Estados Unidos, o milho é plantado entre abril e maio e será colhido de setembro a novembro. “Os EUA plantam sua safra em abril, junto com a entressafra do Brasil e coincidindo com o período de enchimento de grãos do milho argentino. A safra dos EUA surgirá no período da safra de milho Brasil/Argentina. A colheita americana ocorre pouco antes do plantio na Argentina. Cada um desses períodos oferece sua própria oportunidade de gerenciar riscos de uma perspectiva de produção”, diz John Payne, gerente de relacionamento da hEDGEpoint.

    “Além dos riscos decorrentes do cultivo da safra, o preço do milho comercializado está correlacionado com uma variedade de commodities”, alerta Payne. Confira o link:

    1. Açúcar/óleo bruto/gasolina – dado o componente etanol também obtido do milho;
    2. Gás natural – é insumo para fertilizantes aplicados ao milho, ou seja, implica em custos de produção;
    3. Soja – é o principal concorrente por área de produção nos EUA e Argentina;
    4. Farelo de soja – o milho é utilizado como ração em conjunto com o farelo de soja;
    5. Óleo de soja/canola – o óleo de milho compete em todos os mercados;
    6. Trigo – substitui o milho na ração alimentar, dependendo dos preços;
    7. Pecuária – é o principal uso do milho no mundo.

    Portanto, é possível e muito importante fazer hedge de transações em qualquer etapa da cadeia do milho. Existem muitas variáveis ​​que podem influenciar os preços e gerar ganhos, mas também perdas.

    Como e por que gerenciar riscos no mercado de milho?

    Muitos fatores políticos e econômicos ainda em aberto afetarão a formação dos preços do milho, seja no futuro próximo ou distante. O especialista John Payne alerta sobre alguns deles.

    “A Ucrânia pode se tornar um produtor de milho para o mundo novamente? Os produtores brasileiros continuarão aumentando sua área e produção nos próximos ciclos? As políticas de etanol dos EUA mudarão? A China continuará a ser um importador global?”. Todas essas são questões relevantes e ainda não respondidas.

    “O milho CBOT é um mercado futuro e de opções muito líquido, muito mais do que as bolsas da concorrência. Dá a você a capacidade de negociar três anos à frente”, acrescenta Payne. Portanto, proteger os preços no momento certo é a melhor estratégia.

    Para fazer hedge com segurança e estratégia, a melhor opção é contar com um parceiro especializado, como a hEDGEpoint. Além de tecnologias e ferramentas para analisar perspectivas futuras, os especialistas possuem conhecimento nas mais diversas commodities, como o milho.

    Assim, podemos oferecer um trabalho personalizado para cada negócio, independentemente do estágio da cadeia em que ele se encontra.



    Fonte: Noticias Agricolas