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Mato Grosso terá limão resistente à doença da gomose

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#souagro| A falta de informações e tecnologias adequadas às condições de produção de alimentos em Mato Grosso muitas vezes se torna uma barreira para a exploração de todo o potencial do estado. Em citros, por exemplo, a falta de porta-enxertos resistentes à doença fúngica gomose foi um fator limitante, inclusive em limões, mas isso está começando a mudar. Isso se deve a uma pesquisa coordenada pela Embrapa, em parceria com o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e a Prefeitura de Guarantã do Norte.

A primeira fruta a apresentar resultados mais consistentes é a lima ácida do Tahiti, conhecida pelos consumidores como lima do Tahiti. Dois experimentos realizados em Sorriso (MT) e Guarantã do Norte (MT) confirmaram que as características do copa são determinadas pelo porta-enxerto, porém, os frutos não foram influenciados. Os ensaios geraram informações relevantes sobre porta-enxertos que proporcionam maior vigor vegetativo e volume de copa. A avaliação dos frutos mostrou que eles possuem as características desejadas pela indústria e pelo mercado internacional, possibilitando não só o atendimento ao mercado local, mas também a exportação.

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Os experimentos foram instalados em 2016, nos campi do IFMT em ambos os municípios: em Sorriso, no bioma Cerrado, e em Guarantã do Norte, no bioma Amazônia. Ao todo, 14 porta-enxertos foram testados entre opções comerciais e novos híbridos não comerciais desenvolvidos pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA). Eles foram comparados com o limão Cravo, o porta-enxerto mais utilizado na cultura, mas que apresenta alta suscetibilidade à doença gengival. Phytophthora.

De acordo com as avaliações, os porta-enxertos comerciais citrumelo “Swingle” e os citrandarinos “Índio” e “San Diego” induziram os maiores volumes de copa e índice de vigor vegetativo. Já os porta-enxertos TSKC x (LCR x TR) – 059 (BRS Bravo), em Sorriso, e LRF x (LCR x TR) – 005, em Guarantã do Norte, induziram as menores alturas de copa da tília ácida .

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“Buscamos materiais que alcancem maior produtividade. Nesse caso, serão aqueles que tiverem uma xícara maior. No entanto, alturas menores facilitam todo o manejo e trato cultural. O que queremos é um porta-enxerto que, mesmo que fique menor, tenha maior produtividade”, explica o pesquisador Givanildo Roncatto, da Embrapa Agrossilvipastoril.

As avaliações são realizadas semestralmente, quando são medidos a altura da planta, o diâmetro do tronco do porta-enxerto, o diâmetro do tronco do enxerto, a relação de incompatibilidade entre porta-enxerto e copa, o diâmetro e o volume da copa. e o índice de vigor vegetativo. A expectativa é que as medições continuem até que as usinas completem dez anos.

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Seis anos após o plantio, apenas o porta-enxerto controle apresentou sintomas de gengivite. No entanto, Roncatto diz que é necessário cautela e a observação continua para garantir que nenhum deles seja suscetível à doença.

Segundo ele, é possível que, ao final da pesquisa, sejam indicados não apenas um, mas quatro ou cinco porta-enxertos com recomendação de uso na região. Esse resultado ampliará as possibilidades para os produtores locais, principalmente considerando que Mato Grosso não apresenta ocorrência de outras doenças de grande importância na citricultura, como Citrus Greening, ou Huanglongbing (HLB).

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frutas

Para garantir que os frutos produzidos atinjam os parâmetros de qualidade de interesse do mercado, a pesquisa avaliou as limas ácidas taiti produzidas nos dois experimentos. A partir do quarto ano de plantio, quando se iniciou a produção, foram coletadas informações sobre comprimento, diâmetro e peso dos frutos; rendimento de suco, teor de sólidos solúveis totais, acidez total titulável e vitamina C.

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No experimento Guarantã do Norte, não foi observada diferença entre os frutos produzidos sob diferentes porta-enxertos. Com diâmetro médio de 59,48 milímetros (mm), os frutos colhidos na safra 2020 seriam classificados como grandes nas Normas de Classificação da Ceagesp, pois estão acima de 56 mm. O peso médio de 116 gramas (g) também é superior aos 100 g preferidos pelo mercado. Outro aspecto de destaque das frutas produzidas naquele município foi o teor de rendimento de suco, com média de 48,09%, superior aos 35% exigidos para o consumo. in natura e os 40% exigidos pela indústria.

Em Sorriso, porém, houve diferença estatística nos frutos produzidos sob os diferentes porta-enxertos, podendo separá-los em dois grupos. Um, estatisticamente igual ao controle e outro com características ligeiramente inferiores. No entanto, ambos os grupos apresentaram diâmetro e peso dentro das características desejadas pelo mercado. Em relação à massa, o grupo que não diferiu do controle pesou em média 115,65g e o outro grupo pesou em média 102,48g. O diâmetro médio dos frutos foi de 58,33 mm, com variação entre 55,05 mm e 60,55 mm. O rendimento médio do suco foi de 39,14%, abaixo dos 40% exigidos pela indústria.

“Em pesquisas como essa, o mais importante é verificar se as características dos frutos não foram influenciadas pelos porta-enxertos. Em geral, as frutas produzidas em Guarantã do Norte e Sorriso atendem às demandas do mercado nacional em termos de cor, tamanho e quantidade de suco”, explica a pesquisadora da Embrapa Sílvia Campos.

(Débora Damasceno/Sou Agro com Embrapa)

(Foto: Embrapa)



Fonte: Noticias Agricolas

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