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Lula quer criar programa para financiar agricultura indígena

    Lula quer criar programa para financiar agricultura indigena

    Foto: Ricardo Stuckert/PR

    Da Agência Brasil

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que pretende criar um programa de financiamento à agricultura indígena para aumentar a capacidade produtiva desses povos. Nesta segunda-feira (13), ele participou da 52ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, e visitou uma feira de produtos orgânicos, artesanato e uma exposição de animais criados em terras indígenas, montada no Centro Regional da Lagoa de Caracaranã.

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    “Essa é uma prova que vi aqui na pequena feira que acabei de visitar. Uma demonstração de que, desde que você tenha oportunidade, que tenha a terra garantida e que tenha incentivo financeiro para produzir, possivelmente você produzirá igual ou melhor do que qualquer outro que tente viver da terra”. disse o presidente.

    “Não é possível que durante esse tempo tanto dinheiro tenha sido emprestado para a produção agrícola neste país e que o dinheiro não tenha chegado à produção agrícola indígena. Prometo a vocês que, quando voltar a Brasília, tratarei disso com muito cuidado”, afirmou Lula.

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    A demarcação de terras indígenas também é prioridade na agenda do governo. Segundo Lula, o Ministério dos Povos Indígenas e a Fundação Nacional do Índio (Funai) estão fazendo um levantamento de todas as terras que estão prontas para serem demarcadas.

    Segundo o presidente, garantir terras aos povos indígenas é uma ferramenta de preservação e combate às mudanças climáticas, pois eles são como “guardiões da floresta” que, por sua vez, apoiam a manutenção da qualidade do clima.

    “Precisamos demarcá-los logo, antes que as pessoas tomem posse deles, antes que inventem documentos falsos, escrituras falsas e digam que são donos da terra. Então, precisamos rapidamente tentar legalizar todas as terras que estão quase prontas, os estudos, para que os índios possam ocupar o território que é deles, para aumentar sua capacidade de produção e para que possam ajudar as pessoas a cuidar do clima, porque se não cuidarmos do clima, a humanidade vai desaparecer por irresponsabilidade.”

    Lula acrescentou: “Queremos mostrar que este mundo pode produzir alimentos sem ter que cortar mais uma árvore na Amazônia, sem ter que arruinar outro rio, sem ter que poluir mais a água”.

    Encontro de Presidentes dos Países Amazônicos

    Segundo Lula, ainda neste ano deve ocorrer o encontro dos presidentes dos países amazônicos – Brasil, Equador, Venezuela, Colômbia, Peru e Bolívia. “Para que possamos discutir definitivamente como vamos cuidar de nossas florestas, para que possamos transformar a riqueza da biodiversidade de toda a Amazônia em benefício de milhões de pessoas que vivem na Amazônia e morrem de fome porque eles não podem sobreviver. E quem sabe se abrirmos pesquisas para explorar com competência toda a riqueza da biodiversidade, talvez encontremos uma saída para que a Amazônia possa garantir ao seu povo empregos decentes, salários decentes e melhoria na qualidade de vida, além de manter a floresta em pé ,” ele adicionou.

    O Conselho dos Povos Indígenas também será recriado porque, avaliou Lula, não faz sentido estabelecer políticas “de cima para baixo”. “É importante para nós respeitarmos a vossa organização, para que decidam o que temos de fazer, para nos dizerem o que é importante fazer, a forma como temos de o fazer.”

    O presidente recebeu um documento com as demandas feitas durante o evento e disse que vai estudar o que pode ser atendido pelo governo federal. Desde sábado (11), a assembléia reuniu cerca de 2.000 lideranças indígenas para discutir proteção territorial, meio ambiente e sustentabilidade. Entre as lideranças estão representantes dos povos Yanomami, Wai Wai, Yekuana, Wapichana, Macuxi, Sapará, Ingaricó, Taurepang e Patamona.

    TI Yanomami

    Lula reafirmou seu compromisso de retirar garimpeiros das terras indígenas, especialmente da Terra Indígena Yanomami, em Roraima.

    A presença de garimpeiros nessas comunidades desencadeou uma crise humanitária que levou o governo federal a declarar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional para combater a falta de assistência à saúde do povo Yanomami, que sofre de desnutrição e outras doenças evitáveis.

    “Os garimpeiros poluíram a água daquele rio com mercúrio e agora vamos ter que fazer um poço artesiano para trazer água de qualidade para essas crianças beberem água e não morrerem contaminadas”, explicou o presidente.

    Segundo o presidente, o governo deveria criar pequenos postos de saúde em todas as aldeias indígenas para garantir que as comunidades recebam visitas médicas sistemáticas. Além disso, os medicamentos serão distribuídos gratuitamente. “Cabe ao governo brasileiro garantir que, além da consulta, do exame, do hospital, você tenha remédio para se tratar com dignidade, como muitas outras pessoas no Brasil.”

    Fonte: Agro