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Impacto do ciclone no Sul e intensas chuvas no Nordeste

    Ciclone no Sul e muitas chuvas no Nordeste

    Até o final do mês, as chuvas devem ocorrer nas extremidades do país, como no extremo norte, litoral leste e região sul. Em alguns setores as condições indicam chuvas significativas, como é o caso do leste do nordeste.

    Ainda nesta semana, um novo ciclone pode se formar na Bacia do Prata – entre Argentina e Uruguai – entre quarta e quinta-feira. Mas diferentemente dos ciclones que atingiram o Rio Grande do Sul, entre o final de junho e meados de julho, esse sistema deve atuar de forma mais significativa no oceano.

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    Mesmo assim, algumas rajadas de vento podem ser registradas nas regiões sudeste e leste do estado do Rio Grande do Sul. Após a configuração do sistema no oceano, uma frente fria deve trazer chuvas mais extensas para o sul do Mato Grosso do Sul e impulsionar uma massa de ar frio, que reduzirá o calor intenso e trará condições para geadas fracas e pontuais.

    As instabilidades também devem ser comuns entre o litoral da região Sudeste – até o leste de Minas Gerais – e o leste do Nordeste. No Recôncavo Baiano, a precipitação deve ultrapassar 75 mm no período, segundo previsão do grupo. Portanto, não é surpreendente que esses valores sejam excedidos ocasionalmente.

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    Essas chuvas mais persistentes estão reduzindo o ritmo da colheita do café em áreas de Minas, Espírito Santo e sul da Bahia. Além de aumentar a pressão de fungos na secagem e armazenamento do grão.

    Agora, em áreas do Brasil central, as condições continuam com predominância de clima seco e quente. Uma combinação que acelera a perda de umidade do solo e das plantas, aumenta o risco de incêndios e traz redução da produtividade animal devido ao desconforto térmico. Por outro lado, o tempo seco contribui para a maturação e colheita das lavouras.

    VEJA O MAPA E AS TABELAS DE PREVISÃO

    No

    A presença de uma frente fria no início da semana e a formação de um novo ciclone entre quarta-feira (26) e quinta-feira (27), garantem chuvas regulares no estado do Rio Grande do Sul. Essas instabilidades podem trazer volumes superiores a 50 mm ao longo do período. As chuvas avançam em Santa Catarina e Paraná, na forma de frente fria, com previsão de até 30 mm. Após o avanço da frente fria, uma massa de ar frio deve atingir a região, trazendo a possibilidade de geadas fracas e restritas a regiões historicamente mais frias. Com relação às lavouras, as chuvas estão garantindo boa disponibilidade de umidade para o trigo, mas vêm atrasando o fim do ciclo safrinha do milho.

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    Sudeste

    A região terá predominância de tempo firme em praticamente todos os setores, com exceção das áreas mais próximas ao litoral e leste de Minas Gerais. As chuvas na zona leste limitam o avanço da colheita e secagem do café, ao mesmo tempo em que garantem boa disponibilidade de água para a cana-de-açúcar. O clima seco é muito propício para o avanço da colheita de algodão, feijão, sorgo e milho safrinha.

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    Centro Oeste

    O avanço de uma frente fria deve trazer chuva para o sul do Mato Grosso do Sul, com potencial para volumes de até 15 mm nas proximidades do Iguatemi. Nas demais regiões do Centro-Oeste, as chances de chuva são muito baixas – com exceção do leste mato-grossense e da região de Alta Floresta. O clima seco vem contribuindo para o avanço das operações de colheita e acelerando a maturação das lavouras. No entanto, as altas temperaturas e os baixos níveis de umidade que devem ocorrer nos próximos dias reduzirão a disponibilidade de água no solo.

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    Nordeste

    A semana será de muita chuva no leste do nordeste, com resposta às instabilidades que surgem no oceano e atingem o litoral. Essas chuvas podem interromper momentaneamente as operações de colheita e secagem do café, principalmente no sul da Bahia. Por outro lado, essas chuvas garantem uma boa disponibilidade de umidade nas áreas de produção de açúcar. A tendência é que as chuvas avancem para o centro do estado da Bahia e o tempo seco persista no oeste da Bahia até o centro-norte do Piauí, abrangendo também o sul do Maranhão e o sul do Ceará.

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    norte

    Apesar da previsão indicar algumas instabilidades na porção central e sudoeste da região norte, os volumes previstos para o período de 7 dias são muito baixos, como 8 mm em Porto Velho (RO), 24 mm em Tarauacá (AC) e 16 mm em Itacoatiara (AM). Em áreas do sul do Pará e praticamente em todo o estado do Tocantins, predominará o tempo seco. Essa condição tem contribuído para as operações de colheita de café em Rondônia e milho (1ª e 2ª safra) no Pará e Tocantins. O que tem chamado a atenção na previsão da semana são as temperaturas bem acima da média histórica e os baixos níveis de umidade, que agravam a situação dos incêndios florestais.

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    Material elaborado pelo meteorologista Gabriel Rodrigues com revisão de Aline Merladete.


    A previsão do tempo indica que, até o final do mês, as chuvas ocorrerão principalmente nas extremidades do país, como no extremo norte, litoral leste e região sul. Em algumas áreas, como o leste do nordeste, são esperadas chuvas mais significativas. Um novo ciclone pode se formar na Bacia do Prata, entre Argentina e Uruguai, resultando em rajadas de vento nas regiões sudeste e leste do estado do Rio Grande do Sul, porém atuará de forma mais significativa no oceano. Depois, uma frente fria trará chuvas para o sul do Mato Grosso do Sul e uma massa de ar frio, levando a geadas fracas e pontuais. As chuvas mais persistentes estão atrasando a colheita do café em Minas Gerais, Espírito Santo e sul da Bahia, além de aumentar a pressão de fungos no armazenamento dos grãos. No Brasil central, o clima continuará quente e seco, aumentando o risco de incêndios e reduzindo a produtividade animal. No Sudeste, a predominância será de tempo firme, exceto nas áreas próximas ao litoral e leste de Minas Gerais. No Centro-Oeste, as chuvas serão mais restritas ao sul do Mato Grosso do Sul, enquanto no Nordeste haverá muita chuva no leste, interrompendo as operações de colheita do café. Já no Norte, o tempo seco predominará na maior parte da região, com altas temperaturas e baixa umidade, agravando os incêndios florestais.

    Fonte
    **Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**