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Exportaes dependem do futuro da China

Publicado em 20/07/2023

A economia chinesa tem papel fundamental na recuperação dos preços e do volume das exportações brasileiras de carne bovina ao país asiático nos próximos meses. A desaceleração econômica da China, que cresceu apenas 0,8% no segundo trimestre deste ano, ante 2,2% no trimestre anterior, pode afetar as metas de crescimento do PIB estabelecidas pelo governo de Pequim.

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Para o setor de grãos, porém, a desaceleração não significa redução de compras ou queda de preços. Ao contrário, a demanda deve seguir firme, principalmente para a produção de rações na indústria local.

Os preços médios da carne bovina exportada pelo Brasil já caíram 20% no primeiro semestre deste ano, chegando a US$ 4.585 a tonelada, ante US$ 5.740 no mesmo período de 2022, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). Essa queda de preços está diretamente relacionada à China, que é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina e influencia o mercado internacional.

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Além da desaceleração econômica, as medidas macroeconômicas adotadas pela China, como a redução dos juros, também impactam o cenário exportador. Isso pode levar a uma desvalorização da moeda local, o yuan, dificultando a vida dos importadores.

A China lançou um plano de estímulo para aumentar os gastos do consumidor, o que poderia aumentar indiretamente a demanda por carne bovina brasileira se resultar em maior crescimento econômico. No entanto, os analistas estão cautelosos e acreditam que uma recuperação significativa dos preços pode ocorrer apenas no último trimestre, quando os chineses fazem compras maiores em preparação para o feriado do Ano Novo Lunar.

Apesar da queda nas exportações de carne bovina in natura para a China no primeiro semestre, vendas adicionais de soja e milho compensaram essa queda, mantendo o otimismo em relação às exportações brasileiras desses grãos. A expectativa é que as exportações de soja e milho para a China continuem firmes até o final do ano, com projeções de crescimento em relação ao ano anterior.

Em resumo, a recuperação das exportações brasileiras de carne bovina para a China dependerá das medidas econômicas adotadas pelo país asiático para impulsionar sua economia. Embora a desaceleração da economia chinesa possa afetar os preços da carne bovina, a demanda por grãos deve continuar forte, contribuindo para o equilíbrio do mercado externo brasileiro. A expectativa é que a recuperação dos preços da carne bovina possa ocorrer no último trimestre do ano.


**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**

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