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Expocafé 2023 chega ao fim com saldo positivo

    Expocafe 2023 chega ao fim com saldo positivo

    A 26ª Expocafé encerrou nesta sexta-feira (19) com avaliação positiva de produtores, expositores e participantes. Durante os três dias de evento, o Campo Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) em Três Pontas, onde acontece a feira, recebeu cerca de 15 mil visitantes, que puderam conhecer mais sobre máquinas e insumos, tecnologias para a lavoura, degustações comentadas e debates sobre temas relevantes para a cafeicultura atual.

    De acordo com o coordenador geral do evento, Clenderson Gonçalves, as perspectivas foram alcançadas. “Ainda não temos um balanço final, mas em levantamentos preliminares com expositores e parceiros atingimos uma expectativa próxima a R$ 500 milhões em negócios realizados e prospectados durante a feira”.

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    O coordenador de marketing da Pinhalense, Matheus Ruzon, comemorou as vendas durante a feira. “Participamos de todas as Expocafés até hoje e em 2023 superamos nossas expectativas, que já eram muito altas. As novidades que trouxemos, da nossa linha compacta, voltada para atender pequenos e médios produtores, foram sucesso de vendas por aqui”.

    O gerente regional da TDI Máquinas, Adalindio Pontes, destacou a retenção dos clientes, que voltaram ao estande da empresa. “Mais uma vez a Expocafé foi muito importante para podermos balizar as ações para o nosso próximo ano. Recebemos muitas visitas de nossos antigos clientes em busca de uma segunda máquina, bem como de interessados ​​em comprar de nós pela primeira vez”.

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    O supervisor comercial da Heringer, Guilherme Ferreira, também comemorou o balanço da empresa ao final do evento. “Mais um ano em que estivemos presentes na feira, que neste ano foi bastante rentável em termos de negócios. Trouxemos alguns produtos exclusivos da empresa que mais uma vez fizeram sucesso, além de novas tecnologias na área de fertilizantes”.

    Marcelo Rezende, gerente comercial da Café Brasil Fertilizantes, disse estar satisfeito com os resultados da feira para futuros negócios. “Este ano interagimos muito com técnicos, produtores, consultores e fizemos bons negócios comercialmente. Iniciamos relacionamentos para futuras vendas e conseguimos ampliar a difusão de nossa marca e nossa tecnologia”.

    Bancos oferecem linhas especiais de crédito

    O banco Bradesco esteve pela primeira vez na feira e comemorou os resultados. “Vimos que a feira proporcionou um grande volume de clientes em nosso estande, recebemos várias propostas de intenções e saímos daqui com muitas perspectivas de fechamentos”, enfatizou Adauto Júnior, gerente do banco em Três Pontas.

    “Mais uma vez marcamos presença na Expocafé e fechamos negócios acima das nossas expectativas. Os bancos trouxeram linhas próprias de recursos, nosso diferencial foi investir em operações que seguirão a projeção de queda das taxas nos próximos anos”, explica Williams Rodrigues, líder da região Sul de Minas Gerais no Banco Santander.

    “Ainda estamos fechando muitos negócios, mas segundo nossa pesquisa superamos os resultados do ano passado, então estamos muito felizes. Além disso, participamos mais uma vez da Expocafé Mulheres e abrimos uma conta especial gratuita para cafeicultoras, buscando incentivar a participação feminina no setor”, comemorou Amanda Valenzi, responsável por comunicação e marketing do Sicoob Copersul.

    Participação feminina e novos produtos

    A 3ª edição da Expocafé Mulheres trouxe discussões sobre o tema “Fortalecimento da Liderança Feminina na Cafeicultura”. A busca pela equidade na atividade é um dos principais focos do evento. Dados do Censo Agropecuário realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2017, indicam que apenas 13% das propriedades cafeeiras são administradas por mulheres.

    “Não queremos brigar, não queremos dividir, queremos somar, trazer o olhar feminino e o cuidado para a gestão das propriedades. Entendo esse movimento como natural e acredito que esse empoderamento virá pela educação, pelo treinamento. Nas universidades, o percentual de calouros e calouros é semelhante, mas entre os formados o número de mulheres é maior, e a expectativa é que esses números tenham impacto no crescimento da participação feminina em cargos de gestão e liderança”, avalia a diretora – presidente da Epamig, Nilda Ferreira Soares.

    Os debates envolveram troca de experiências, dicas e estratégias sobre marketing, rotulagem, legislação e diferenciação de marcas. Outro tema de destaque foi o aproveitamento dos resíduos do café cru e torrado em coprodutos da cafeicultura. Uma parceria entre a Epamig e a Universidade Federal de Lavras (UFLA) vem avaliando o aproveitamento dessas sobras para a produção de cosméticos, óleos e biomateriais.

    A pesquisadora da Epamig Vânia Silva e as professoras da UFLA Bárbara Sayuri e Luciana Lopes, responsáveis ​​pelo projeto, apresentaram essa nova alternativa e o andamento do trabalho. “Os resíduos do processamento do café representam 50% do conteúdo do grão. É um material rico em moléculas e metabólitos que podem gerar diversos coprodutos de alto valor agregado”, destacou Bárbara.

    Luciana Lopes destacou que os produtos elaborados pelo projeto têm como diferencial a sustentabilidade, o fato de serem naturais e serem desenvolvidos com resíduos. “O mercado de cosméticos e dermocosméticos está em constante crescimento, além disso há uma demanda dos chamados consumidores verdes, que buscam a sustentabilidade cosmética. Entre os produtos já testados, em quantidade limitada, estão desodorante em bastão, kit labial (esfoliante, hidratante e batom) e xampu sólido”.

    A pesquisadora Vânia Silva falou sobre o óleo de café, um produto de alto valor agregado, com diversas possibilidades de uso, inclusive pela indústria farmacêutica. “Apesar de ser o maior produtor e exportador de café do mundo, o Brasil não está entre os maiores produtores de óleo de café. Hoje temos apenas duas empresas que fabricam equipamentos para extração do óleo de café e é uma máquina de alto custo. Nosso estudo pretende verificar se a produção de óleo é viável e propor parcerias para a indústria e para os produtores. Num modelo em que a Epamig disseminaria tecnologias e prestaria serviços”, finaliza.

    Fonte: Agro