Pular para o conteúdo

Dólar à vista tem leve alta ante real após dados fracos da China

    Dólar à vista tem leve alta ante real após dados fracos da China

    Por Fabricio de Castro

    SÃO PAULO (Reuters) – O dólar à vista fechou em alta frente ao real pela segunda sessão consecutiva nesta segunda-feira, sob influência do exterior, onde as moedas dos países exportadores de commodities perderam força com a divulgação de dados econômicos fracos da China, um dos maiores importadores de matérias-primas do mundo.

    Patrocinadores

    O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8074 reais na venda, alta de 0,25%.

    Na B3, às 17h17 (horário de Brasília), o primeiro contrato futuro de dólar subia 0,32%, a R$ 4,8205.

    Patrocinadores

    A moeda americana permaneceu em território positivo ao longo do dia. No início, o mercado cambial foi influenciado pela divulgação dos dados mais recentes sobre a economia chinesa.

    O Escritório Nacional de Estatísticas informou que o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu apenas 0,8% em abril-junho em relação ao trimestre anterior, com base na sazonalidade. A expectativa de analistas ouvidos pela Reuters era de expansão de 0,5%, após crescimento de 2,2% no primeiro trimestre. Na comparação anual, o PIB cresceu 6,3% no segundo trimestre, ante 4,5% nos três primeiros meses do ano, mas bem abaixo da previsão de 7,3%.

    Os dados de junho, divulgados junto com os números do PIB, mostraram que as vendas no varejo da China cresceram 3,1% em relação ao ano anterior, desacelerando acentuadamente em relação ao salto de 12,7% em maio. Analistas esperavam crescimento de 3,2%.

    O investimento privado em ativos fixos na China encolheu 0,2% nos primeiros seis meses do ano, em forte contraste com o crescimento de 8,1% no investimento de entidades estatais, sugerindo fraqueza na confiança empresarial privada.

    Esta bateria de números voltou a colocar em dúvida a recuperação do gigante asiático após a crise provocada pela pandemia de Covid-19. Em reação, os ativos de países exportadores de commodities, como o real brasileiro e o peso chileno, foram penalizados.

    Na cotação máxima da sessão, às 10h44, o dólar à vista chegou a 4,8510 reais (+1,16%). A partir daí, como vem acontecendo nas últimas sessões, a moeda norte-americana voltou a perder alguma força, com alguns participantes do mercado aproveitando as cotações mais altas para vender moedas.

    A perda de força do dólar no exterior também contribuiu para que as cotações no Brasil voltassem a patamares mais próximos de 4,80 reais no mercado à vista.

    A operadora ouvida pela Reuters considerou que, com a chegada do recesso parlamentar, também há uma maior calmaria nos negócios no Brasil. Segundo ele, a divulgação do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) – que define a cotação no mercado de juros – contribuiu, inclusive, para uma valorização mais forte do dólar frente ao real pela manhã, em meio a uma certa estar com o resultado, mas a influência do exterior acabou se destacando.

    O IBC-br caiu 2,0% em maio na comparação com o mês anterior. A queda foi a mais intensa desde março de 2021 (-3,5%) e foi bem pior do que a pesquisa da Reuters sobre a expectativa de estagnação dos economistas.

    No final da tarde, o dólar sofreu ligeiras perdas frente a moedas fortes no exterior e seguiu em alta frente a algumas moedas de exportadores de commodities.

    Às 17h17 (horário de Brasília), o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis moedas – caía 0,06%, a 99,904.

    Pela manhã, o BC vendeu todos os 16 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de setembro.


    **Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**

    Fonte