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Direita vai vencer em 2026 com Bolsonaro na liderança eleitoral, diz Ciro Nogueira

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), está confiante de que a direita demonstrará força nos municípios do ano que vem e vencerá a eleição para o Planalto em 2026 mesmo que o ex-presidente Jair Bolsonaro se torne “injustamente” inelegível, porque manter sua força como cabo eleitoral.

“Se acontecer essa injustiça, multiplique por 10 sua capacidade de apoiar candidatos vitoriosos nas eleições de 2024 e 2026”, disse o ex-chefe da Casa Civil de Bolsonaro em entrevista à Reuters.

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Agora nome de destaque na ala oposicionista de seu estratégico partido, o mesmo do prefeito Arthur Lira (AL), Ciro Nogueira admite um cenário que ameaça cada vez mais Bolsonaro e pressiona publicamente a direita a fazer suas contas sem ele no corrida eleitoral.

O ex-presidente, que voltou ao Brasil na semana passada, enfrenta uma série de inquéritos e investigações, inclusive da Justiça Eleitoral, que julgará sua campanha contra a confiabilidade do sistema de votação eletrônica. Parte dos processos pode torná-lo inelegível por oito anos.

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Ciro Nogueira disse que há dúvidas no governo Lula sobre a conveniência de o ex-presidente ficar inelegível porque, em sua opinião, isso vai gerar um “sentimento de injustiça” que o deixará mais forte do que se pudesse concorrer novamente ao Planalto.

Apesar disso, o ex-ministro de Bolsonaro não acredita em uma revolta popular que provocaria uma espécie de 8 de janeiro se o Tribunal Superior Eleitoral o condenasse à perda de direitos políticos e o afastasse da disputa.

“Não vejo por aí, não uma revolta popular, uma convulsão. (Pode ocorrer) uma indignação sem precedentes e que fatalmente se transformará em votos”, afirmou.

Para o líder, Bolsonaro, “inquestionavelmente o grande líder da oposição”, encoraja vários líderes da oposição e há outros que se fizeram com a sua própria capacidade e que podem dar conta deste projeto, ao contrário dos partidos de esquerda que gravitam em torno do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Placas com o apoio dos inelegíveis Bolsonaro, Tarcísio, Zema, Tereza, Ratinho, venceriam essa eleição (de 2026) com muita facilidade. Uma chapa de Tarcísio e Zema para vice ou vice-versa, ou Michelle para vice, com apoio de Bolsonaro?” , comentou.

“Acho que são esses os nomes, a política é uma fila, pode ser que até lá apareçam outros nomes, mas acho que os nomes que se apresentam são esses quatro que mencionei”, reforçou, citando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o mineiro Romeu Zema (Novo), e o paranaense Ratinho Júnior (PSD), além da senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura.

A presidente do PP disse que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, hoje no comando do PL Mulher, poderia ser “uma ótima candidata a vice” e, se quiser, se eleger senadora em alguma das 27 unidades da federação, é só ela escolher. Apesar das ligações, Bolsonaro disse mais de uma vez que a mulher não tem “experiência” para cargos no Executivo.

MAIS RIGOR NO QUADRO FISCAL

O presidente do PP disse ter um balanço “extremamente negativo” dos 100 dias de governo Lula. Avalia que não se preparou para a volta, o governo está sem comando e norte e faltam ministros como José Dirceu e Antonio Palocci que comandaram a máquina pública.

“O que foi feito nesses 100 dias? Mudança de nomenclatura de programas que existiam há 20 anos. Funciona? Nenhuma, exceto instabilidade econômica por declarações absurdas. Então, fica um sentimento de frustração, de pessimismo com esse governo total”, ele considerou.

Em tom irônico, o dirigente destacou que não é fácil fazer oposição porque a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e os deputados do partido querem assumir seu papel. Os petistas têm feito duras críticas principalmente à política de juros praticada pelo Banco Central comandado por Roberto Campos Neto, que assumiu o cargo no governo Bolsonaro, além de se opor a medidas mais austeras propostas pela equipe econômica.

Mesmo assim, Ciro Nogueira disse que fará uma oposição responsável ao atual governo. Ele vai sugerir que o partido promova ajustes no quadro fiscal e a reforma tributária. Os relatores das duas medidas na Câmara serão deputados do PP. Ele quer conversar com seu correligionário, o prefeito Arthur Lira (AL), sobre o assunto.

Um dos pontos críticos do dirigente é sobre como o governo vai conseguir arrecadar R$ 150 bilhões para o país deixar de ser deficitário e passar a ter superávit nos próximos anos. Segundo ele, não haveria como isso acontecer sem aumento de impostos porque, até o momento, as medidas propostas como taxação de jogos de azar e outras não chegariam a esse valor.

“O partido, se depender de mim, não vai aprovar esses projetos e reformas como estão sendo apresentados. Se sofrerem os ajustes necessários, podem contar com o nosso apoio”, destacou.

O presidente do PP afirmou ainda que, se dependesse dele, “em hipótese alguma” o partido teria uma conversa com Lula e o governo para integrar o atual governo. Ele observou que individualmente, se um deputado quiser apoiar o governo, ele deve prestar contas à sua população e aos eleitores.

“Mas eu garanto, tenho uma liderança expressiva no meu partido, e como partido impossível apoiamos o governo do PT”, disse.



Fonte: Noticias Agricolas

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