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Cultivo de trigo anima produtores gaúchos

    Cultivo de trigo anima produtores gauchos

    O início da semeadura do trigo no Rio Grande do Sul se aproxima, e após mais uma safra de verão marcada por desafios climáticos, a cultura novamente se destaca como a principal opção no inverno para trazer mais rentabilidade à propriedade.

    Com safra recorde em 2022, a área de trigo deve aumentar ainda mais no estado neste ano, assim como em todo o Brasil. “O RS vem de duas safras muito boas, com produtividade no auge, volumes de produção excepcionais e mercado internacional aberto ao trigo gaúcho. Esses fatores motivam o produtor a continuar cultivando o trigo”, aponta o analista de mercado da Safras & Mercado, Élcio Bento.

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    Seminário Técnico Trigo 2023

    Com vistas ao planejamento de mais uma safra de trigo, cerca de 700 pessoas, entre técnicos, cooperativas, produtores de cereais, produtores de sementes, multiplicadores e triticultores do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina participaram do Seminário Técnico do Trigo 2023.

    O evento foi promovido pela Biotrigo, em Passo Fundo (RS), nesta quarta-feira (26).

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    Na ocasião, Élcio abordou o contexto da produção nacional de trigo e as expectativas para a próxima safra. “Agronomicamente, é inquestionável a importância do trigo na propriedade para trazer maiores ganhos. Mas, somado a isso, nos últimos anos o trigo vem oferecendo um retorno financeiro significativo ao produtor”, comenta.

    Outro fator que contribui para o atual nível de rentabilidade da safra é a liquidez que o trigo vem agregando. Para os produtores gaúchos, outro mercado atraente está surgindo no estado, o do trigo para produção de etanol. “Este mercado, quando concretizado, deverá consumir mais de 750 mil toneladas de cereais. E tendo várias demandas para vender a produção, fica mais fácil para o produtor acreditar no trigo”, destaca.

    Trigo como protagonista do sistema de produção

    Élcio comentou ainda que há uma expectativa de redução nos custos de produção das lavouras para esta safra, principalmente em relação aos fertilizantes. Porém, mesmo com esse cenário, o manejo racional da fertilidade continua sendo uma importante ação a ser realizada na propriedade, visando maximizar a produtividade e os lucros no inverno.

    Segundo o doutor em solos Tiago Hörbe, devido ao espaçamento de 17 cm utilizado no trigo, a cultura proporciona um melhor sistema de adubação, fator que beneficia diretamente as lavouras de verão. “Isso representa uma oportunidade para o produtor estar aportando nutrientes importantes na construção da fertilidade e do potencial produtivo da soja”, afirma.

    Outra contribuição relevante do trigo no sistema produtivo foi abordada no seminário. Segundo o especialista em herbologia e gerente técnico de pesquisa da Fundação ABC, Luis Henrique Penckowski, os cereais de inverno têm um papel importante no controle de diversas ervas daninhas, como a buva, por exemplo, que é uma das principais dores de cabeça dos sojicultores. “Devido à resistência da buva ao glifosato e a vários outros herbicidas, costumo dizer que o manejo dessa erva daninha para a cultura da soja começa no outono e no inverno. Então, sem dúvida, o trigo traz grandes benefícios na redução da pressão e infestação da buva, facilitando e barateando o manejo no verão”, ressalta.

    Mais benefícios para o sistema de produção

    Com foco especial no sistema de produção, a Biotrigo lançou a Sentinela, cultivar que promove a introdução do trigo de ciclo longo no Brasil. O ciclo em questão oferece ao produtor um tempo ainda maior para o material no campo, levando entre 10 e 15 dias a mais que o TBIO Ponteiro, variedade de ciclo médio/tardio já existente no mercado.

    Segundo o diretor e criador da Biotrigo, André Cunha Rosa, preencher a janela de tempo entre a saída da soja e a entrada do trigo é importante para evitar maior ocorrência de ervas daninhas, perda de nutrientes e erosão do solo, por exemplo. “Esta é uma das premissas para o lançamento da Biotrigo Sentinela, que, ao mesmo tempo em que traz benefícios para o sistema, se apresenta como uma cultivar bastante competitiva agronomicamente, oferecendo ao produtor grande potencial produtivo, semelhante ao próprio TBIO Ponteiro, e estabilidade produtiva”, afirma . Além disso, André destaca o pacote fitossanitário do Sentinela, que possui um bom padrão de segurança para as principais doenças foliares e espigas.

    genética de alta performance

    O seminário também contou com a apresentação de mais um lançamento da empresa, o Biotrigo Talismã. Segundo o melhorista da empresa, Gustavo Mazurkievicz, a variedade tem perfil muito semelhante ao TBIO Audaz, uma das cultivares mais semeadas no Rio Grande do Sul, mas trazendo ainda mais potencial produtivo para a lavoura. “O Talismã tem dois diferenciais que agregam segurança e liquidez ao produtor. Uma delas é o seu PH, que tem grande estabilidade. O outro é a sua excelente resistência à sarna.

    Esse fator deixa o produtor, principalmente o gaúcho, mais seguro na comercialização do grão, devido ao potencial de menores teores da micotoxina desoxinivalenol (DON), o que é benéfico para o mercado externo, um dos principais para o trigo em RioGrande. do Sul”, diz.

    O evento também apresentou o terceiro lançamento da empresa neste ano: Biotrigo Titan, uma cultivar de ciclo médio, que apresenta excepcional potencial produtivo e versatilidade no campo, apresentando ótimo desempenho tanto em ambientes de alta tecnologia quanto em ambientes de baixo investimento.

    “O rendimento da Titan foi consistentemente superior a cultivares como TBIO Toruk ou Pointeiro. Além disso, em termos de sanidade, o material apresenta grande equilíbrio e robustez”, comenta o gerente de criação da Biotrigo, Ernandes Manfroi. Esses fatores, aliados a uma ampla adaptação, fazem da Titan uma variedade única no portfólio da Biotrigo. “Pelas entregas no campo, acreditamos que, dentro de alguns anos, será a cultivar de trigo mais plantada no Brasil”, atesta.

    Sentinela, Talismã e Titã passarão pelo processo de multiplicação a partir de 2024. O Seminário Técnico do Trigo 2023 teve apoio da Sementes Butiá e patrocínio da Syngenta, Basf, Enlist, Yara, Bayer, Ihara, Laborsan, FMC e Sumitomo.

    Fonte: Biowheat Genetics

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