Impacto do embargo chinês na indústria da carne
Com as exportações de carne bovina suspensas para a China a partir da detecção de um caso atípico de mal da vaca louca no Pará, as cotações da arroba do boi gordo estão caindo desde o fim do mês passado.
Entrevista com Alcides Torres
E para saber como fica o mercado do boi gordo no curto, médio e longo prazo, o Canal Rural entrevistou Alcides Torres, diretor da Scot Consultoria. Ele participou da edição desta quarta-feira (22) do telejornal ‘Mercado & Companhia’.
Perspectivas de preços do boi gordo no mercado futuro
Confira, abaixo, os principais pontos da entrevista com Alcides Torres. Em pauta, as perspectivas de preços do boi gordo.
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Análise da situação da carne bovina brasileira
Impacto da suspensão das exportações para a China
Entrevista com Alcides Torres, diretor da Scot Consultoria
Preços do boi gordo estão mais fracos no mercado físico, mas firmes no atacado
Perspectivas de preços a longo e médio prazos para a carne bovina brasileira
Potenciais mercados alternativos para as exportações de carne bovina brasileira
Com as exportações de carne bovina suspensas para a China a partir da detecção de um caso atípico de mal da vaca louca no Pará, em 22 de fevereiro, as cotações da arroba do boi gordo estão caindo desde o fim do mês passado.
+ Prestes a completar um mês, embargo da China reflete negativamente nas exportações de carne bovina
E para saber como fica o mercado do boi gordo no curto, médio e longo prazo, o Canal Rural entrevistou Alcides Torres, diretor da Scot Consultoria. Ele participou da edição desta quarta-feira (22) do telejornal ‘Mercado & Companhia’.
Entrevista sobre preço do boi gordo
Confira, abaixo, os principais pontos da entrevista com Alcides Torres. Em pauta, as perspectivas de preços do boi gordo.
Os preços do boi gordo estão mais fracos no mercado físico, mas, no atacado, a carne tem cotações firmes ainda. O que explica isso?
A cotação da arroba do boi gordo caiu para os pecuaristas porque os frigoríficos estão mais retraídos, pois redirecionaram a carne que seria exportada [para a China] para o mercado interno. Na segunda quinzena de março, a exportação caiu . Só que quando a gente vai no varejo, a oscilação é muito pequena.
Por que isso? Porque os varejistas estão recompondo a margem perdida durante a pandemia e não estão muito sensibilizados com o drama que está acontecendo com o produtor no mercado atacadista. Com isso, o consumidor está sentindo pouco no preço da carne os efeitos da suspensão da exportação.
Quando o mercado da carne bovina brasileira for reaberto para a China, como o senhor enxerga os preços a longo e médio prazos?
A China consome 60% da carne exportada [pelo Brasil]. A gente espera que a retomada aconteça agora, com a viagem do presidente da República à China. E voltando a exportação, devemos ter, primeiro, a volta da oferta de boi China, que normalmente tem o ágil e isso acaba contaminando o mercado.
O pecuarista, hoje, está segurando o boi, está vendendo justamente aquelas boiadas com mais idade, que a China não compra. E está vendendo fêmeas, que não ficaram prenhas agora. Mas com a volta da China, a gente deve ter uma recuperação da cotação na arroba do boi gordo. E isso não deve mudar a situação do consumidor final, pois as oscilações já estão tão fracas que não devem alterar tanto o preço do quilo da carne.
Vamos continuar líderes na exportação, mas sempre dependemos do mercado chinês? Para onde mais podemos expandir?
Isso é muito lento. Por exemplo: o México abriu agora o mercado para a carne bovina brasileira. Mas isso levou 12 anos! A gente teve a conquista [do mercado] da Indonésia, um país cujo o consumo per capita de carne é de 1,2 kg (a gente tem potencial para crescer muito por lá). Também tivemos o aumento das exportações para os Estados Unidos.
Para substituir um mercado como o chinês, que é o maior do mundo pensando em commodities agropecuárias, deve ser feito assim: conquistando pequenos mercados. Tecer uma colcha de retalhos suficientemente grande para a gente depender menos da China, para onde continuaremos a exportar.
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Editado por: Anderson Scardoelli.
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Entrevista: Impacto da suspensão das exportações de carne bovina para a China
Neste artigo, abordaremos a entrevista com Alcides Torres, diretor da Scot Consultoria, que discutiu as perspectivas do mercado do boi gordo no contexto da suspensão das exportações de carne bovina para a China.
O panorama atual do mercado do boi gordo
Após a suspensão das exportações de carne bovina para a China, devido à detecção de um caso atípico de mal da vaca louca no Pará, as cotações da arroba do boi gordo estão em declínio desde o fim do mês passado. A suspensão, que completa um mês em breve, tem impactado negativamente as exportações de carne bovina brasileira.
Os impactos nas cotações da arroba do boi gordo
Apesar da queda nas cotações da arroba do boi gordo para os pecuaristas, as cotações no atacado ainda permanecem estáveis. Isso se deve ao redirecionamento da carne que seria exportada para o mercado interno pelos frigoríficos após a suspensão das exportações para a China. Enquanto a exportação diminuiu, a variação nos preços para os consumidores finais é mínima, devido à recomposição da margem pelos varejistas. A falta de sensibilidade do mercado varejista em relação à situação dos produtores no atacado tem impactado pouco o preço da carne para os consumidores.
As perspectivas de preços a médio e longo prazo
Com a retomada das exportações de carne bovina para a China, Alcides Torres prevê uma recuperação nas cotações da arroba do boi gordo. No entanto, essa recuperação não deve causar grandes impactos nos preços para os consumidores finais, devido à estabilidade das oscilações de preços que já vinham sendo observadas. Além disso, a expectativa é de que a oferta de boi China volte ao mercado, impactando a dinâmica do setor.
Novos mercados para as exportações brasileiras
O mercado chinês continua a ser o maior destino das exportações brasileiras de carne, o que torna a dependência do país um desafio. No entanto, Alcides Torres destaca a importância de buscar novos mercados e diversificar as exportações. A conquista de mercados como o México e a Indonésia mostra o potencial de crescimento em novas direções, ainda que a substituição do mercado chinês como principal destino das exportações seja um processo gradual e desafiador.
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Editado por: Anderson Scardoelli.
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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
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