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Confira o impacto das chuvas nas lavouras brasileiras

Mesmo com a projeção do fenômeno La-Niña perdendo força nos próximos meses, as condições atmosféricas ainda seguem um comportamento característico da condição La-Nina.

De modo geral, as chuvas estão ocorrendo satisfatoriamente na maior parte do país, conforme registros de precipitação estimados por satélites e estações meteorológicas do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC INPE).

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No mapa de anomalias de precipitação entre 11 de novembro e 26 de dezembro (45 dias), vemos uma boa distribuição das chuvas nos setores do nordeste do país, abrangendo desde o norte de Mato Grosso, norte de Goiás, norte de Minas Gerais, até o estados do Nordeste do Brasil. No litoral entre Santa Catarina e São Paulo, os registros também ficaram bem acima da média do período de 45 dias. Por outro lado, em algumas áreas como Acre, Amazonas, sul de Goiás e sudeste de Mato Grosso, as chuvas ficaram significativamente abaixo da média do período.

No centro-sul do Brasil, ainda que as anomalias não tenham sido representativas em termos de baixos volumes, as chuvas foram muito irregulares e com períodos prolongados de seca, principalmente nas últimas semanas.

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Com exceção do Nordeste brasileiro, o sul da região Sul é a área do país onde foram registrados os períodos secos mais longos nos últimos 45 dias. Algumas localidades somam mais de 30 dias consecutivos sem registros de precipitação significativa.

Condições nas Culturas

Essa condição afeta principalmente as lavouras de feijão, milho e soja em uma ampla área que se estende do sul do Rio Grande do Sul ao sul do estado de Mato Grosso do Sul, conforme indica a projeção das condições hídricas para as lavouras no principais regiões produtoras, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

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As áreas com maiores impactos nas condições hídricas estão no estado do Rio Grande do Sul. Ainda segundo a Conab, o feijão preto está em fases mais avançadas do ciclo, foi mais afetado pelo mau tempo, principalmente pela falta de chuva na última semana, com redução do potencial produtivo, principalmente nas lavouras em floração e grãos o preenchimento .

Quanto às lavouras de milho, no RS, as chuvas ocorridas ajudaram na recuperação de algumas lavouras, mas não o suficiente para reverter as perdas consolidadas. O aumento da população de cigarrinhas agrava o cenário da lavoura. Já no PR, 82% das lavouras estão em boas condições, apesar do atraso no ciclo fenológico em relação à safra passada, causado pelo clima menos favorável. E em SC, as lavouras estão se desenvolvendo bem, até agora, mas o aumento da população de cigarrinhas é motivo de preocupação.

Monitoramento da Conab indica que, no RS, o plantio segue em ritmo lento devido à má distribuição das chuvas. O desenvolvimento é variado entre as regiões, com lavouras apresentando bom desenvolvimento e outras apresentando perda de potencial produtivo. No PR, 90% das áreas estão em bom desenvolvimento e 18% em enchimento de grãos. Em MS, várias áreas do Sudoeste estão passando por estresse hídrico.

Previsões de Médio e Longo Prazo

Na previsão de médio prazo, a partir do modelo norte-americano GFS, a indicação é de chuvas intensas na porção central do território nacional, especialmente na faixa entre o sul de Mato Grosso, norte de Mato Grosso do Sul, sul de Goiás , São Paulo e metade sul de Minas Gerais. A projeção indica volumes acima de 200 mm nos próximos 15 dias.

Nas regiões produtoras do Pará, Tocantins e Maranhão, também são esperados bons volumes de chuva na primeira década de 2023.

Por outro lado, as instabilidades serão mais irregulares no Nordeste, especialmente nos estados da Paraíba e Rio Grande do Norte, assim como no Sul do país. Com destaque para o sul do Rio Grande do Sul, onde os 10 primeiros dias de 2023 são indicativos de chuvas abaixo de 5 mm em algumas áreas.

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Já segundo as projeções mais recentes do sistema de previsão climática do centro europeu ECMWF, a tendência para janeiro de 2023 é de manutenção das chuvas nas principais regiões produtoras do Sudeste, Bahia, sul do Piauí, sul do Maranhão e no a leste de Goiás e Tocantins.

No cinturão central do Centro-Oeste, as chuvas estão dentro do esperado para o período.

O estado de atenção vai para a região Sul, onde a projeção aponta para chuvas bem abaixo do que seria esperado para o período. No entanto, isso não significa que não haverá chuva, mas sim que essas chuvas terão uma distribuição muito irregular. Com exceção do extremo sul do Rio Grande do Sul, onde mesmo em projeções de médio prazo, não há indícios de chuvas significativas.

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Fonte: Agro

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