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Com um aumento de 19%, a safra de soja está estimada em 153,4 milhões de toneladas,…

    Com um aumento de 19 a safra de soja esta

    O Rally da Safra entra em campo em sua 20ª edição para avaliar lavouras que, pela terceira temporada consecutiva, se desenvolvem sob influência do La Niña

    As equipes do Rali Safra 2023 vão a campo nesta 20ª edição para avaliar as lavouras de soja que se desenvolvem sob influência do La Niña pela terceira temporada consecutiva – uma sucessão relativamente inusitada. O fenômeno geralmente está associado ao clima mais seco e irregular do Sul do que no resto do país e muitas vezes torna as estimativas de produção mais complexas. No ano passado, duas situações puderam ser observadas no Brasil: boas condições no Cerrado e áreas muito danificadas no Sul, levando, na época, a um corte de 10,3 milhões de toneladas nas estimativas preliminares do Rally.

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    No momento, porém, a situação é bem melhor do que a observada no início de 2022. Embora o clima na região esteja um pouco mais seco do que o esperado – especialmente no Rio Grande do Sul, o estado mais afetado na safra anterior –, o danos ainda não são significativos. Segundo a Agroconsult, organizadora do Rally, a produção brasileira de soja está estimada em 153,4 milhões de toneladas, volume 19% acima da safra anterior, em uma área plantada 3,9% maior, de 43,2 milhões de hectares. Mas as lavouras do Rio Grande do Sul, por exemplo, ainda precisarão de chuva nas próximas semanas para preservar a produtividade e garantir essa previsão de safra.

    Nesse sentido, o trabalho de campo do Rally nas próximas semanas será fundamental para produzir informações mais precisas sobre a produção brasileira de soja. Neste ano, 28 equipes vão avaliar mais de 1.500 lavouras em 12 estados, percorrendo cerca de 60 mil quilômetros. Esses números se somarão aos mais de um milhão de quilômetros percorridos e 32 mil lavouras avaliadas nas 19 edições anteriores.

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    Os trabalhos de campo para o Rally da Safra 2023 começaram na segunda-feira, 9 de janeiro, nas regiões Centro-Norte e Oeste de Mato Grosso, com avaliações de soja precoce. De acordo com os levantamentos preliminares do Rally, o desempenho das primeiras safras no estado está aquém do esperado pelos produtores, principalmente na região Oeste, devido à irregularidade das chuvas no início da safra – mas isso pode ser compensado por a soja de ciclo médio e tardio, favorecida pelo clima mais úmido desde meados de dezembro. Essas áreas serão avaliadas por outras três equipes que passarão pelo Sudeste (a partir de 22 de janeiro), retornarão ao Centro-Norte e Oeste (a partir do dia 29) e rodarão pelo Leste do estado (a partir de 4 de fevereiro). . A produtividade pré-Rally no estado é estimada em 60 sacas por hectare – abaixo do recorde de 61,2 sacas por hectare na temporada passada.

    Em mais um ano de La Niña, o Rio Grande do Sul é o estado que apresenta as maiores incertezas em relação ao potencial das lavouras. É imprescindível que as chuvas se regularizem nos meses de janeiro e fevereiro para consolidar a produtividade pré-Rally, estimada em 51,5 sacas por hectare, contra 27 sacas por hectare na safra passada. Para Santa Catarina, as estimativas pré-rali apontam para 59,6 sacas por hectare (46,6 sacas por hectare na safra 2021/22).

    No Mato Grosso do Sul, as lavouras estão em boas condições, principalmente no norte do estado. A produtividade pré-Rally está estimada em 59,5 sacas por hectare, um salto em relação à safra passada, de 44,9 sacas por hectare, quando o sul do estado foi afetado pela estiagem. O Paraná também deve apresentar uma grande recuperação em seu potencial produtivo, atualmente estimado em 61,5 sacas por hectare. A região Oeste é a única do estado que, por enquanto, sente os efeitos da estiagem. A partir do dia 15 de janeiro, a primeira equipe do Rally percorrerá o estado, passando pelas regiões Oeste e Norte.

    Goiás, que na safra passada atingiu seu recorde de produtividade com 67,2 sacas por hectare, tem potencial reduzido devido à estiagem que afeta as lavouras precoces, mas as de ciclo médio e tardio estão em excelentes condições de desenvolvimento e podem suprir o potencial perdido precocemente. A Agroconsult estima a produtividade pré-Rally no estado em 62,9 sacas por hectare. Em Minas Gerais, as lavouras estão se desenvolvendo bem e a produtividade está projetada em 63,3 sacas por hectare (63,6 na safra anterior).
    No Norte e Nordeste do Brasil, as lavouras se desenvolvem sob boas condições climáticas, o que tem garantido seu potencial produtivo. A safra de soja na Bahia está estimada em 65,5 sacas por hectare e, no MAPITO (Maranhão/Piauí/Tocantins), a previsão é de 56,4 sacas por hectare (58,1 em 2021/22).

    Milho

    A produção de milho verão (1ª safra) certamente é a mais afetada pelo La Nina. A estiagem ao longo de setembro e outubro já retirou quase 2 milhões de toneladas desta safra, agora estimada em 29,6 milhões de toneladas, volume 20,5% maior que 2021/22, em uma área plantada de 5,37 milhões de hectares (5,42 milhões em 2021/ 22). O Rio Grande do Sul é novamente o estado mais afetado, pois o clima irregular prejudicou a formação e o enchimento dos grãos. Nos demais estados, as lavouras apresentam bom desenvolvimento.

    A fase de avaliação do milho 2ª safra terá início no dia 15 de maio, com seis equipes – as duas primeiras percorrerão o Oeste e Centro-Norte mato-grossense. A perspectiva atual é de que, mesmo com o atraso no plantio da soja em algumas regiões, haja um calendário de expansão da área de milho para 17,5 milhões de hectares. A produção esperada é de 101,3 milhões de toneladas, um aumento de 9,7% em relação à safra anterior. Esse cenário elevaria a produção total de milho do país para 130,9 milhões de toneladas.



    Fonte: Noticias Agricolas