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CNI projeta crescimento do PIB de 2,1% em 2023

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Confederação mostra que expansão não é maior porque indústria e serviços perderam fôlego. Para ter desenvolvimento sustentado, Brasil precisa de política industrial, reforma tributária e juros baixos

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta que, neste ano, a economia brasileira crescerá 2,1% em relação ao ano passado e o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria será de 0,6%, com queda de 0,9% em a indústria manufatureira. Os dados são do Relatório Conjuntural – 2º trimestre de 2023, divulgados nesta quinta-feira (13), e mostram desaceleração em relação a 2022, com um cenário particularmente desafiador para a indústria e para o varejo mais sensível ao crédito.

“O Brasil tem dificuldades de crescimento porque, apesar de ter superprodução de produtos agrícolas, a indústria nacional carece de competitividade, principalmente pela complexidade do sistema tributário. Os juros são exorbitantes, tornam o crédito mais escasso e prejudicam a indústria e os consumidores. Mas as expectativas são positivas, com o andamento da reforma tributária no Congresso e a queda da inflação, o que permitirá ao Banco Central começar a reduzir os juros. Além disso, o governo precisa acelerar a implantação de uma política industrial, para que o país tenha uma maior inserção nas cadeias produtivas mundiais, de forma inovadora e sustentável”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Segundo o gerente de Análises Econômicas da CNI, Marcelo Azevedo, é preciso cautela ao analisar o crescimento do PIB brasileiro de 2,1%. Esse percentual reflete a expectativa de aumento de 13,2% no PIB da agropecuária neste ano, porém, a indústria e os serviços desaceleraram, o que mostra uma economia menos saudável do que o desejado.

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“A expansão de 2,1% é relevante, mas se isolarmos o resultado da agricultura, o ritmo de crescimento no Brasil desacelerou. O setor enfrenta os efeitos dos juros altos, com restrições ao crédito bancário, que vemos penalizando tanto empresários quanto consumidores. Além disso, o setor de serviços, que acumula avanços significativos desde 2020, agora também está em movimento de desaceleração”, explica Marcelo Azevedo.

VEJA AS PRINCIPAIS PROJEÇÕES PARA 2023

Indústria da construção deve crescer 1,5%

O PIB da construção cresceu 10% em 2021 e 6,9% em 2022. No entanto, o forte aumento dos custos da construção e o ambiente de juros elevados contribuíram para a perda de dinamismo em 2023. As mudanças feitas no programa Minha Casa Minha Vida anunciadas em junho deste ano ano deve entrar em vigor em 2024.

Consumo das famílias será 1,8% maior em 2023 em relação a 2022

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O consumo das famílias deve ser sustentado pelo aumento de 6,8% da renda real em 2023, já que a concessão de crédito para pessoas físicas caiu desde setembro de 2022, com alta apenas em março de 2023. Estímulos fiscais, como mudanças no Bolsa Família em janeiro de 2023, também deve contribuir para o crescimento do consumo em segmentos como mercados e farmácias.

Mercado de trabalho segue com baixa taxa de desemprego

O mercado de trabalho tende a manter uma taxa de desemprego baixa. A estimativa da CNI é de expansão de 2% no contingente de ocupados no quarto trimestre de 2023 em relação ao quarto trimestre de 2022. O crescimento das ocupações deve contribuir para a queda de 1 ponto percentual na taxa média de desemprego para 2023 em relação à 2022. A previsão é de uma taxa de desemprego de 8,3%.

A inflação desacelera, o IPCA deve encerrar o ano em 4,9% e a Selic em 12%.

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Entre os grupos que compõem o IPCA, os preços dos grupos industrial e alimentar são os que mais têm contribuído para a desaceleração da inflação. A alimentação vem desacelerando desde dezembro de 2022, devido: à estabilização dos preços em reais das commodities agrícolas, embora ainda em patamares elevados; menor pressão sobre os preços dos insumos agrícolas, devido à redução dos impactos da guerra na Ucrânia; e valorização da moeda nacional. Para os preços industriais, a desaceleração deve se manter ao longo de 2023 e os preços desse grupo fecharam o ano com alta de 2,4%.

Mercado de crédito contrairá 3,6% em termos reais

A queda no crédito é explicada principalmente por: altas taxas de juros; pelo aumento da inadimplência de empresas e consumidores; pelo alto nível de endividamento e comprometimento da renda familiar; e o aumento das provisões bancárias (devido a eventos adversos relacionados a grandes empresas de varejo no Brasil).

Contas do governo federal começam a dar os primeiros sinais de deterioração em 2023

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O setor público consolidado – que inclui os governos federal e regionais (estados e municípios) e suas empresas estatais – deve encerrar 2023 com déficit primário de 1,1% do PIB, ante superávit de 1,3% do PIB em 2022. crescer em 2023 , após dois anos de declínio.

Setor externo aponta resultados positivos

Este ano será favorável às vendas externas, especificamente de produtos agrícolas e agroindustriais brasileiros. A previsão para as exportações é de US$ 330,8 bilhões no final do ano. As importações chegarão a US$ 268,4 bilhões. Se confirmadas essas projeções, a CNI espera superávit comercial de US$ 62,4 bilhões para 2023.

Fonte: Noticias Agricolas

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