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Caso da vaca louca não encobre manipulação de preços, nega ministro – Money Times

Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, Carlos Fávaro desmentiu boatos veiculados pelas redes sociais de que a doença ajudaria o governo a manipular o mercado de alimentos (Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil)

A descoberta do vaca louca no Pará não serviu de desculpa para acobertar possíveis mudanças no preço da carne, disse hoje (23) o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Favaro.

Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, ele desmentiu boatos veiculados pelas redes sociais de que a doença ajudaria o governo a manipular o mercado de alimentos.

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“Sob nenhuma circunstância usaríamos qualquer tipo de manipulação de mercado para afetar nossas relações internacionais com Chinaem detrimento de querer baixar o preço da nossa carne por alguns dias [por meio do aumento da oferta interna]. O Brasil é um país de princípios, que respeita o mercado, que garante credibilidade em suas relações e jamais participaria de qualquer tipo de ação como esta”, declarou o ministro.

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Dizendo isso notícias falsas deve ser combatido, o ministro atribuiu os boatos à oposição e reiterou que o governo está conduzindo o processo com transparência e credibilidade. “Isso é um discurso, uma retórica bolsonarista, de quem não quer o bem do Brasil, de quem gosta de plantar notícias falsas. Pergunto à população. O Brasil é um país eficiente, moderno, transparente e com regras claras. Não acredite em mentiras. não acredite em notícias falsas”, perguntou Favaro.

O ministro também descartou qualquer risco para o consumidor brasileiro. Embora o consumo de carne de animais idosos seja permitido no mercado interno, Fávaro destacou que a Vigilância Sanitária do Ministro da Agricultura é eficaz e monitora a qualidade da carne consumida no país. “O consumidor brasileiro pode ter certeza. nosso sistema [de vigilância sanitária] é eficiente. Estamos confiantes de que não há risco de contaminação”, disse ela.ebcebc

Resultado dos testes

Fávaro informou que o resultado do exame das amostras enviadas ao exterior sairá até meados da próxima semana. O ministro admitiu que haverá um pequeno atraso porque ontem (22), dia em que o material chegou ao Canadá, também foi feriado no país norte-americano.

Segundo ele, o governo está em trâmite final para liberar (liberar) a amostra na alfândega canadense, para que chegue ao laboratório até domingo (26).

“Estamos trabalhando nossa diplomacia, nossos contatos para que o laboratório [canadense] dar especial atenção e agilidade, o que deve acontecer em dois ou três dias a partir do momento em que a amostra estiver lá. Então teremos o resultado. De imediato, as informações serão disponibilizadas ao mercado”, afirmou.

Embora a doença tenha sido confirmada por laboratórios brasileiros, o exame no Canadá, mais sofisticado, vai informar se o caso foi atípico (gerado espontaneamente na natureza, sem transmissão) ou clássico (transmitido entre animais por ingestão de ração contaminada). Fávaro explicou que a propriedade em Marabá (PA), onde foi detectada a doença, poderá voltar a vender gado assim que o caso atípico for confirmado, e reiterou que a carcaça do animal foi incinerada, sem contato com o restante do rebanho . .

“É importante ressaltar que o Brasil teve até agora apenas casos atípicos da doença. O animal não comia ração, era criado apenas a pasto em uma pequena propriedade e já era considerado idoso, com 9 anos. Não há sintomas em nenhum outro animal de rebanho que conviveu com ele. Tudo isso indica que [o caso de vaca louca] é uma evolução natural da degeneração celular [do sistema nervoso] que alguns indivíduos têm. Portanto, a expectativa é que seja considerado mais um caso atípico”, afirmou.

China

A última vez que casos de vaca louca foram confirmados no Brasil, em 2021, as exportações para a China ficaram suspensas por cerca de 100 dias, de setembro a dezembro daquele ano. Apesar de reconhecer que a suspensão trará prejuízos para a balança comercial brasileira, o ministro disse esperar que o processo seja breve.

“Já houve casos em que a exportação [à China] foi suspenso por 13 dias. A palavra de ordem do presidente Lula, que não seria diferente do ministério, é total transparência nas informações, agilidade, cumprimento de protocolos. Isso é fundamental para ter credibilidade e estamos fazendo isso imediatamente, sem suspeitas”, disse ele. O protocolo que suspende as exportações para a China está em vigor desde 2015.

Na manhã de hoje, Fávaro se reuniu com o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, para prestar todos os esclarecimentos. O ministro disse ter sido bem recebido pelo governo chinês.

“Eu estava conversando hoje com o embaixador chinês. Comunicamos o assunto e disponibilizei nossos secretários de Relações Internacionais e Defesa para irem pessoalmente à China. Recebemos a resposta do governo chinês de que não há necessidade. Que estão satisfeitos com a forma como o processo está sendo conduzido. Isso é uma indicação muito clara de que essa suspensão não deve durar muitos dias”, comentou Fávaro.

A confirmação do caso da vaca louca ocorreu em um momento em que as exportações de carne bovina para a China estavam em alta. Em janeiro, o exporta cresceu 7% em receita e 17% em volume em relação ao mesmo mês de 2022, totalizando US$ 851,2 milhões e 183.817 toneladas, tanto de carne in natura quanto congelada. As vendas para a China representaram 57% do total, com receita de US$ 485,3 milhões e 100.164 toneladas exportadas.

Fonte: Noticias Agricolas

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