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Campo Horizonte analisa custos de produção de quatro cadeias produtivas

    Campo Futuro analisa custos de producao de quatro cadeias produtivas

    O projeto Campo Horizonte realizou nesta semana o levantamento dos custos de produção nas cadeias produtivas de laticínios, cana-de-açúcar, aquicultura e grãos nos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rio Grande do Setentrião e Santa Catarina.

    Os painéis são realizados em parceria com as federações da lavra e pecuária dos estados, sindicatos rurais, produtores e analistas do Cepea/Esalq e Pecege/Esalq.

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    Pecuária leiteira – O levantamento dos custos da atividade foi feito em cinco municípios goianos. Em Piranhas, a propriedade modal analisada possui 136 hectares com ordenha de 100 litros/dia e baixa especialização na atividade.

    Dentre os resultados, a atividade possibilitou remunerar tanto os desembolsos quanto a desdoiro e pró-labore do produtor, indicando a sustentabilidade da atividade no limitado e médio prazos.

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    Em Jataí, houve uma melhor especialização do rebanho, com produção de 250 litros/dia em aproximadamente 61 hectares. Na propriedade, os animais da raça Girolando produzem 15 litros/dia com sistema predominantemente a pasto. Nessa região, foi provável remunerar o Dispêndio Operacional Efetivo (COE) e o Dispêndio Operacional Totalidade (TOC) com custos totais superiores à receita em 50%.

    No município de Caçu, o projeto identificou que, apesar de terem especialização em gado leiteiro, os produtores têm aproveitado para produzir bezerros devido aos bons preços que tinham para o mancheia de incisão. “Mesmo assim, a propriedade conseguiu remunerar tanto os desembolsos quanto o pró-labore e a desdoiro da atividade, com uma produção diária de 450 litros de leite/dia”, afirma o assessor técnico da CNA, Guilherme Dias.

    Em Orizona, o Campo Horizonte analisou uma propriedade modal de 25 hectares com animais da raça Holandesa, com produção totalidade de 400 litros/dia e mão de obra familiar. Segundo o técnico, a Orizona apresentou até o momento a atividade mais especializada entre as propriedades visitadas.

    “A atividade conseguiu remunerar os desembolsos, mas ficou um pouco aquém do dispêndio operacional totalidade da receita do leite. O Dispêndio Operacional Totalidade situou-se em 102,3% da receita, sinalizando que é provável fazer ajustes na gestão do imóvel de forma a saber a sustentabilidade da atividade a médio prazo”.

    Em Piracanjuba, a propriedade analisada é voltada para a lavra familiar e apresentou uma produção de aproximadamente 300 litros/dia, onde a receita do leite permitia remunerar os desembolsos da atividade, a desdoiro e o pró-labore do produtor.

    No município, entre os itens que mais pesaram no bolso do produtor estão o concentrado, que representa 34%, e a ração totalidade, 52%. Segundo o técnico Guilherme Dias, a receita do leite não cobriu o dispêndio totalidade.

    Cana-de-açúcar – O levantamento de custos foi feito em Dourados (MS), em uma propriedade modal de milénio hectares de produção com cinco cortes por ciclo produtivo. Segundo a assessora técnica Eduarda Lee, a produtividade média na região é de 90 toneladas por hectare e a qualidade da matéria-prima é de 130 quilos de Açúcar Totalidade Recuperável (ATR) por tonelada de cana.

    De concórdia com a estudo, os produtores da região vêm utilizando insumos biológicos para o controle de pragas e doenças na lavoura, com bons resultados. Nesta safra 2023/2024, os itens mais onerosos da atividade devem ser máquinas, insumos e capital de giro.

    Aquicultura – O projeto analisou a produção de camarão e peixe Pangassius em Natal (RN). Em relação à carcinicultura, a propriedade modal analisada possui 100 hectares com produção em 20 viveiros escavados de 2,5ha cada, durante um ciclo produtivo de 75 dias e produtividade média de 0,84 toneladas por hectare. Segundo os produtores, os grandes desafios da ergástulo são a orifício de novos mercados consumidores e o melhoramento genético das espécies cultivadas.

    No caso de Pangassius, a propriedade modal analisada possui produção em seis viveiros escavados em uma dimensão de 2,5 ha. O ciclo de produção da panga dura 195 dias com somente um ciclo completo por ano e uma produtividade média de 54 toneladas/ha.

    “Um dos grandes desafios do setor relatados pelos produtores está relacionado ao período de pandemia que prejudicou a produção devido à queda do consumo, principalmente devido ao fechamento de restaurantes. No entanto, a produção da espécie está sendo retomada na região”, disse Larissa Mouro, técnica da CNA.

    Grãos – O levantamento avaliou as lavouras de soja, milho, feijoeiro, trigo e arroz em Xanxerê, Campos Novos e Araranguá (SC) e Uruçuí (PI). Em Xanxerê, as culturas analisadas foram soja, milho, feijoeiro e trigo. Em Campos Novos, produção de soja, milho e trigo e, em Araranguá, produção de arroz.

    Segundo o levantamento, a produtividade variou dentro das regiões, mas com a colheita dentro do esperado para soja e milho em Xanxerê, mesmo com a pressão da ferrugem da soja e estiagens.

    Em Campos Novos, as baixas temperaturas e a falta de chuva limitaram a produtividade das lavouras. A região de Araranguá tinha clima favorável ao cultivo do arroz, com uma colheita de 175 sacas por hectare. A produtividade média da soja variou de 65 sacas por hectare em Campos Novos a 77 sacas em Xanxerê.

    Para o milho 1ª safra, a produtividade média fechou em 188 sacas/ha em Xanxerê e 150 sacas em Campos Novos. O trigo apresentou produtividade média em Xanxerê e Campos Novos de 73 e 60 sacas/ha, respectivamente.

    Para o feijoeiro, a chuva limitou a produtividade média em Xanxerê (27,5 sacas/ha). De maneira universal, os insumos pesaram nos custos de produção, principalmente para fertilizantes e defensivos agrícolas.

    Em Xanxerê, os fertilizantes de milho subiram 76%. Em Campos Novos, esse aumento foi de 78% para o trigo. O gasto com herbicida para soja em Xanxerê aumentou 193%. Para fungicidas em Araranguá, o aumento foi de 116%.

    Em Uruçuí, o projeto analisou as lavouras de soja e milho. A estiagem atingiu as lavouras de soja e milho 1ª safra na região, que fecharam com produtividade média de 60 e 140 sacas/ha, respectivamente.

    Para o milho 2ª safra, a safra esperada é de 100 sacas/ha. Os custos de fertilizantes para a soja no período analisado aumentaram 56%. No milho 2ª safra, os defensivos aumentaram 86%, impulsionados pelo aumento de inseticidas (179%), com destaque para o controle da cigarrinha do milho.

    Fonte: Agro